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Praticamente 30% dos casos de infertilidade feminina estão ligados à
endometriose
São Paulo, 16 de agosto de 2017 –
A endometriose se caracteriza
pela presença de tecido endometrial
(semelhante ao que reveste a cavidade uterina) fora do útero. Em geral, o
tecido é encontrado na cavidade pélvica: no peritônio,
ovários, tubas uterinas, ligamentos
útero-sacros, vagina, intestino e bexiga. Embora seja raro, o tecido
pode ser encontrado em outras partes do organismo como nervos,
pulmão e diafragma.
Os estudos apontam uma prevalência de
10-15% das mulheres em idade fértil. Estima-se que 25% a 40% das
mulheres com subfertilidade apresentam endometriose, sendo uma das
principais causas de infertilidade
feminina.
A precisa patogênese (modo de
desenvolvimento) da endometriose permanece obscura, mas é evidente que a
endometriose surge da disseminação do endométrio para sítios
ectópicos (fora do útero). Esses sítios
ectópicos dão origem aos sintomas associado à doença. Entretanto, outros
fatores são considerados importantes no desenvolvimento
da endometriose, como a genética, os
hormônios e o ambiente.
“Os casos de endometriose hoje parecem ser
mais prevalentes e esse aumento está ligado ao estilo de vida moderno.
Hoje as mulheres têm filhos cada vez mais tarde e
muitas optam por um único filho. Isso leva
a um maior número de menstruações ao longo da vida. Além disso, o
estresse, a obesidade e o sedentarismo também influenciam no
funcionamento do sistema ginecológico”,
explica Dr. Edvaldo Cavalcante, cirurgião ginecológico, especialista em cirurgia minimamente invasiva e no tratamento de
endometriose.
Veja agora as 5 principais dúvidas relacionadas à cirurgia de endometriose:
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Quando a cirurgia é indicada?
A cirurgia para tratamento da
endometriose é basicamente indicada em duas situações: na presença de
dor crônica e/ou infertilidade. A técnica de escolha é a
videolaparoscopia e/ou cirurgia
robótica. A cirurgia proporciona melhora da qualidade de vida e
restauração da fertilidade.
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É possível engravidar depois de tratar a endometriose?
Muitas mulheres conseguem engravidar espontaneamente na presença de endometriose. Os
tratamentos clínicos para a endometriose, com utilização de hormônios e
anticoncepcionais que inibem a ovulação, não são
indicados para tratar a
infertilidade.Descartadas outras causas para a infertilidade, a cirurgia
proporciona maior probabilidade de alcançar gestação
espontânea.
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Por que a cirurgia é útil para restaurar a fertilidade da
mulher?
A
endometriose é uma doença que tem como característica muito comum à
formação de
aderências entre os órgãos da pelve,
consequentemente levando ao total desarranjo da anatomia. A cirurgia por
videolaparoscopia tem como princípio básico a retirada
das aderências e a retirada das lesões
de endometriose, restaurando a anatomia da pelve. Com o retorno da
anatomia funcional da pelve e com a retirada das lesões da
endometriose, que proporciona
diminuição da produção de substâncias pró-inflamatórias, a mulher pode
ter sua fertilidade restaurada e optar em engravidar
naturalmente, sem a necessidade de
recorrer à reprodução assistida.
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A cirurgia cura a endometriose?
Infelizmente
não. A endometriose é uma doença crônica que pode ser controlada com
a cirurgia e com tratamento
medicamentoso. Mesmo assim, estima-se uma taxa de recidiva de 20 % em 2
anos e de 50 % em 5 anos após o tratamento
cirúrgico.
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Como é feita a videolaparoscopia?
É
uma cirurgia minimamente invasiva, feita por meio de pequenos cortes na
altura
do umbigo e em baixo ventre, mas isso
vai depender da localização dos focos das lesões da endometriose. A
anestesia usada é geral. A paciente fica internada de 24 a
48 horas e a recuperação total se dá
em torno de 15 dias após o procedimento.
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