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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
Saúde mental. Suicídio foi a causa de morte de 9645 pessoas em nove anos
Secretaria de Saúde elege comitê de enfrentamento ao Aedes aegypti
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10 perguntas e 10 respostas de super especialistas em Febre Amarela, o que é até como prevenir
Muitas dúvidas têm surgido pela população em geral, por isso especialistas da Sociedade Brasileira de Infectologia, em especial dos comitês de arboviroses, imunizações e medicina de viagem reuniram essas informações para conscientizar as pessoas a respeito desse grave problema de saúde pública.
1) O que é febre amarela?
A febre amarela pertence à classificação das arboviroses assim como a dengue, zika e o chikungunya, mas os sintomas são muito diferentes. É uma doença causada por um vírus (flavivírus) e transmitida por mosquitos chamados de Haemagogus e Sabethes (em região silvestre) e Aedes (em área urbana). Apesar das duas formas não há diferença de sinais e sintomas e o paciente pode ficar com o corpo todo amarelo. Até o momento não há relatos de transmissão de febre amarela direta entre pessoas.
O vírus ocorre em locais de clima tropical sendo mais comum na América do Sul e na África. É considerado um vírus perigoso, pois pode causar formas graves de doença e a maioria das pessoas não apresenta sintoma e evolui para a cura.
2) Quais são os fatores de risco?
Pessoas que nunca entraram em contato com o vírus da febre amarela ou nunca foram vacinados possuem risco de contrair a doença quando viajam para locais em que a doença exista.
O risco é maior para as pessoas com mais de 60 anos de idade e qualquer pessoa com imunodeficiência como pessoas vivendo com HIV/Aids, transplantados, pessoas com doenças reumatológicas que usam imunossupressores entre outros.
3) Quais os sintomas da febre amarela?
A maioria das pessoas que adquire o vírus da febre amarela não apresenta sintomas. Quando os sintomas aparecem, as pessoas têm febre baixa, dores musculares em todo o corpo, principalmente nas costas, dor de cabeça, dor nas articulações, náuseas e vômito e fraqueza.
Esses sintomas duram entre três e quatro dias e vão diminuindo até desaparecer, mas alguns pacientes podem ter sintomas mais graves cerca de 24 horas após a recuperação dos sintomas mais simples ou já ter o quadro clínico de forma rápida, podendo atingir vários órgãos do corpo, principalmente o fígado e os rins. Os sintomas dessa fase são febre alta, icterícia (amarelidão) pela inflamação no fígado, vômitos com sangue, urina escura, sangramentos de pele e olhos avermelhados. Em casos mais graves o paciente pode evoluir muito mal e morrer.
4) Existem tratamentos para a febre amarela?
A forma mais eficaz de evitar a febre amarela é por meio da imunização. A vacina é constituída de vírus vivo atenuado, isso quer dizer que ele foi enfraquecido para não causar doenças em pessoas saudáveis. O vírus age estimulando o organismo a produzir a própria proteção contra o vírus e o efeito aparece cerca de 10 dias após a injeção. Apresenta eficácia acima de 97,5% e a proteção persiste por mais de 40 anos.
5) Como podemos a prevenir a picada desse mosquito?
- Usar camisas de mangas compridas e calças.
- Ficar em lugares fechados com ar condicionado ou que tenham janelas e portas com tela, para evitar a entrada de mosquitos.
- Dormir com mosquiteiros.
- Usar repelentes registrados oficialmente contra insetos. Quando usados como orientados são seguros e eficazes, mesmo na gestação ou amamentação.
- Sempre seguir as orientações das bulas.
- Evitar uso de produtos com associação de repelente e protetor solar na mesma formulação.
- Se for usar protetor solar, aplicá-los antes do repelente.
- Para crianças:
- Não usar repelente em crianças com menos de 2 meses de idade.
- Vestir as crianças com roupas que cubram braços e pernas.
- Cobrir berços e carrinhos com mosqueteiro.
- Não aplicar repelente nas mãos das crianças.
- Não usar produtos com permetrina diretamente na pele.
- Podem-se utilizar roupas impregnadas com permetrina.
6) Quem deve tomar a vacina contra a febre amarela?
A vacina está indicada a partir dos 9 meses de idade. Porém, em condições de surto, poderá ser antecipada para os 6 meses de idade. A aplicação é por via subcutânea. No Brasil, são recomendadas duas doses:
· Crianças: a primeira dose aos 9 meses e 1 dose de reforço aos 4 anos;
· Crianças maiores de 5 anos de idade não vacinados, ou adultos não vacinados: deve ser aplicada 1 dose, com um reforço em 10 anos.
· Maiores de 5 anos com 1 dose realizada antes dos 5 anos de idade: 1 dose de reforço.
7) Quem não pode tomar a vacina?
Nem todas as pessoas podem ou devem fazer a vacina, necessitando sempre indicação médica. Algumas situações clínicas aumentam o risco de complicações com a vacina, e contraindicam a aplicação, como as citadas abaixo:
· Pessoas com alergia a algum componente da vacina e alergia a ovos e derivados;
· Imunodeficiências (doenças que levam a alterações no sistema de defesa) congênitas (nascidas com a pessoa) ou adquiridas, incluindo as terapias que levam a alterações do sistema de defesa, como quimioterapia e doses elevadas de corticosteroides;
· Histórico de doença do timo (órgão linfático), incluindo a miastenia grave, timoma (câncer no timo) ou remoção do timo anteriormente;
· Indivíduos sintomáticos infectados pelo HIV que estejam doentes ou apresentam defesas baixas (CD4 abaixo de 200 células/mm3);
· Crianças menores de 6 meses de idade, devido ao risco de encefalite.
8) Devemos fazer uma avaliação antes de tomar a vacina?
Há situações especiais na qual a indicação da vacinação deverá ser avaliada pelo seu médico que irá expor qual o risco e o benefício de receber ou não a vacina. Alguns exemplos que seu médico deve avaliar:
· Crianças entre seis e oito meses;
· Pessoas com idade acima de 60 anos;
· Gestantes;
· Mulheres amamentando crianças menores de seis meses.
9) Que reações podem ocorrer após a vacina?
As reações que podem acontecer após a vacinação são raras, mas quando ocorrem, necessitam ser avaliadas pelo médico:
· Reação muito comum (ocorre em 4% dos pacientes): dor de cabeça, reações no local de aplicação como dor, vermelhidão, hematomas, inchaços, que podem ocorrer em até 2 dias depois da vacina;
· Reação comum (ocorre em 4% dos pacientes): náusea, diarreia, vômito, dor muscular, febre e cansaço, que podem ocorrer após o terceiro dia da vacina;
· Reação incomum (menos de 0,1% dos pacientes): problemas neurológicos, como infecção no sistema nervoso, que ocorrem de 7 a 21 dias depois da aplicação da vacina;
· Reação raríssima (poucos casos descritos no mundo): dor abdominal e dor nas articulações, icterícia (amarelão), falta de ar, urina escura, hemorragias, perda da função do rim, que pode ocorrer em até 10 dias após a aplicação da primeira dose de vacina.
10) Temos outros medicamentos para combater a febre amarela?
Não existem medicamentos específicos contra o vírus da febre amarela e não devem ser utilizados antiinflamatórios e ácido acetilsalicílico (AAS).
Pacientes graves devem ser tratados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para hidratação endovenosa e reposição do sangue perdido nas hemorragias. Pode ser necessário diálise quando houver insuficiência renal.
ü Consultores que participaram da elaboração desse documento e estão disponíveis para entrevista: Dr. Edson Abdala, Dra. Helena Brígido, Dr. Jessé Reis Alves, Dr. Leonardo Weissmann, Dra. Lessandra Michelim, Dra. Priscila Rosalba D. Oliveira, Dra. Raquel Silveira Bello Stucchi e Dr. Sergio Cimerman, com a participação dos Comitês de Arboviroses, Imunizações e Medicina do Viajante, da Sociedade Brasileira de Infectologia.
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