Remédios e
suplementação de manipulados são excelentes aliados para envelhecer com saúde e
qualidade de vida
Com o passar dos
anos, a degeneração do corpo é um dado adquirido e inevitável, tornando-o mais
afeito ao aparecimento de tensões e dores musculares. Além disso, o
envelhecimento do mecanismo cerebral, que inibe a dor, provoca dois efeitos
específicos da idade: a percepção da dor demora mais tempo para chegar ao
cérebro e os impulsos de dor se tornam muito mais intensos. Em outras palavras, o idoso demora mais a sentir a dor, e, quando
sente, é percebida com mais intensidade. Ou seja, não é “frescura”, ou “drama”,
os idosos realmente são mais sensíveis aos episódios de dor.
O envelhecimento traz essas mudanças. A
primeira é no impacto direto: ao se chocar com algum objeto, queimar-se ou
cair, a percepção da dor demora mais tempo para chegar ao cérebro. Logo, o
idoso corre o risco de se expor, por mais tempo, ao perigo e agravar uma
situação que poderia ser mais leve. O outro ponto relaciona-se com a função
inibitória do cérebro, que em jovens funciona rapidamente para maioria dos
impulsos que recebe. Só que no idoso, o cérebro não consegue inibir o
impulso de dor de forma eficiente, por isso, ela se torna mais intensa do que
nos mais jovens.
E é aí que a atuação da farmácia
de manipulação se torna essencial para o manejo do quadro patológico, tanto na
associação e na dosagem correta e individualizada quanto na administração de
suplementos. De acordo com a presidente da Anfarmag MG, Andréia Kamizaki, a
farmácia magistral pode ajudar muito com a associação de medicamentos, quando
possível, facilitando consideravelmente a posologia. “A manipulação facilita
tremendamente a posologia do paciente idoso, sobretudo porque esse indivíduo
normalmente é polipatológico e deve tomar várias medicações. A associação, num
único remédio, contendo tudo que é necessário para esse paciente, facilita a
vida, no sentido de, por exemplo, não deixá-lo esquecer de tomar esse ou aquele
medicamento. Isso também é uma garantia para o médico de que seu paciente está
sendo medicado exatamente de acordo com suas prescrições. Outra coisa é a adequação
de dose para cada idoso, onde se pode considerar peso, gênero e necessidades
específicas de cada um nas formulações”, explica. Entre as substâncias
indicadas, de acordo com o profissional, estão os analgésicos, os anti-inflamatórios,
antigotosos, antinevrálgicos, as vitaminas, o sulfato de glicosamina, colágeno,
entre outros, que irão melhorar a imunidade e a recuperação do sistema
musculoesquelético. De acordo com Andréia, há, inda, a questão das
patologias raras que causam dor, para as quais o mercado de industrializados
não disponibiliza medicamentos específicos. “A manipulação dispõe, ainda, de medicamento que não estão no mercado de
industrializados para o tratamento de doenças e síndromes raras, como o sulfato
de quinino, a pilocarpina, entre outros, para doenças reumáticas, a síndrome de
sjogren, além das úlceras neuropáticas, que são tratadas como cremes com
nifedipina”, continua a especialista.
De acordo com
estudos, a vitamina B12 é uma importante substância que contribui para a
manutenção do metabolismo do sistema nervoso, bem como para que as células
vermelhas do sangue permaneçam saudáveis. Esta vitamina também ajuda a reduzir
o risco de danos ao DNA, fator bastante positivo para os músculos. É especialmente benéfica para os
idosos por ser essencial que as funções do sistema nervoso se desenvolvam e se
mantenham saudáveis. Os dados são do Departamento de Fisiologia, Anatomia e
Genética da Universidade de Oxford que realizou recentemente um estudo cujos
resultados apontaram que os idosos que fizeram uso de suplementação de
vitaminas B6, B12 e ácido fólico apresentaram um encolhimento cerebral menor ao
longo do período do estudo, que durou dois anos.
Ainda
de acordo com a pesquisa, a vitamina contribui para a
regeneração muscular, além de manter as reservas de energia, já que interfere
no processo de síntese de creatina, proteína fundamental para que o nível de
massa muscular se mantenha adequado. “Os suplementos podem ser
indicados caso a caso, após consulta médica e análise de resultado dos exames.
O B12 auxilia na proteção dos nervos e na produção de neurotransmissores. Na
terceira idade, quando a função de absorção das paredes do estômago pode estar
reduzida, muitas vezes, é indicada a complementação”, continua a presidente da
Anfarmag MG.
Para a farmacêutica Andréia Kamizaki, exercícios físicos, suplementação
alimentar, em casos de pré-requisitos familiares, como a prescrição de D2, B6,
colágeno tipo 2, os vários aminoácidos e alimentação balanceada são excelentes
aliados para envelhecer com saúde e ter qualidade de vida nessa etapa.
“Contudo, o mais importante é praticar a felicidade. Ser feliz é a melhor
prevenção de dor e de qualquer patologia. Quem é feliz, quem sorri com
frequência, sente menos dor e a suporta melhor quando ela vem. É preciso
participar de eventos agradáveis, curtir os netos, fazer atividades que dão
prazer. Isso é envelhecer com saúde e com menos propensão a doenças”,
aconselha.