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terça-feira, 15 de maio de 2018

Como a farmácia de manipulção pode ajudar nas dores de pessoas da Terceira idade



Remédios e suplementação de manipulados são excelentes aliados para envelhecer com saúde e qualidade de vida

Com o passar dos anos, a degeneração do corpo é um dado adquirido e inevitável, tornando-o mais afeito ao aparecimento de tensões e dores musculares. Além disso, o envelhecimento do mecanismo cerebral, que inibe a dor, provoca dois efeitos específicos da idade: a percepção da dor demora mais tempo para chegar ao cérebro e os impulsos de dor se tornam muito mais intensos. Em outras palavras, o idoso demora mais a sentir a dor, e, quando sente, é percebida com mais intensidade. Ou seja, não é “frescura”, ou “drama”, os idosos realmente são mais sensíveis aos episódios de dor.

O envelhecimento traz essas mudanças. A primeira é no impacto direto: ao se chocar com algum objeto, queimar-se ou cair, a percepção da dor demora mais tempo para chegar ao cérebro. Logo, o idoso corre o risco de se expor, por mais tempo, ao perigo e agravar uma situação que poderia ser mais leve. O outro ponto relaciona-se com a função inibitória do cérebro, que em jovens funciona rapidamente para maioria dos impulsos que recebe. Só que no idoso, o cérebro não consegue inibir o impulso de dor de forma eficiente, por isso, ela se torna mais intensa do que nos mais jovens.

E é aí que a atuação da farmácia de manipulação se torna essencial para o manejo do quadro patológico, tanto na associação e na dosagem correta e individualizada quanto na administração de suplementos. De acordo com a presidente da Anfarmag MG, Andréia Kamizaki, a farmácia magistral pode ajudar muito com a associação de medicamentos, quando possível, facilitando consideravelmente a posologia. “A manipulação facilita tremendamente a posologia do paciente idoso, sobretudo porque esse indivíduo normalmente é polipatológico e deve tomar várias medicações. A associação, num único remédio, contendo tudo que é necessário para esse paciente, facilita a vida, no sentido de, por exemplo, não deixá-lo esquecer de tomar esse ou aquele medicamento. Isso também é uma garantia para o médico de que seu paciente está sendo medicado exatamente de acordo com suas prescrições. Outra coisa é a adequação de dose para cada idoso, onde se pode considerar peso, gênero e necessidades específicas de cada um nas formulações”, explica. Entre as substâncias indicadas, de acordo com o profissional, estão os analgésicos, os anti-inflamatórios, antigotosos, antinevrálgicos, as vitaminas, o sulfato de glicosamina, colágeno, entre outros, que irão melhorar a imunidade e a recuperação do sistema musculoesquelético. De acordo com Andréia, há, inda, a questão das patologias raras que causam dor, para as quais o mercado de industrializados não disponibiliza medicamentos específicos. “A manipulação dispõe, ainda, de medicamento que não estão no mercado de industrializados para o tratamento de doenças e síndromes raras, como o sulfato de quinino, a pilocarpina, entre outros, para doenças reumáticas, a síndrome de sjogren, além das úlceras neuropáticas, que são tratadas como cremes com nifedipina”, continua a especialista.  
De acordo com estudos, a vitamina B12 é uma importante substância que contribui para a manutenção do metabolismo do sistema nervoso, bem como para que as células vermelhas do sangue permaneçam saudáveis. Esta vitamina também ajuda a reduzir o risco de danos ao DNA, fator bastante positivo para os músculos. É especialmente benéfica para os idosos por ser essencial que as funções do sistema nervoso se desenvolvam e se mantenham saudáveis. Os dados são do Departamento de Fisiologia, Anatomia e Genética da Universidade de Oxford que realizou recentemente um estudo cujos resultados apontaram que os idosos que fizeram uso de suplementação de vitaminas B6, B12 e ácido fólico apresentaram um encolhimento cerebral menor ao longo do período do estudo, que durou dois anos.
Ainda de acordo com a pesquisa, a vitamina contribui para a regeneração muscular, além de manter as reservas de energia, já que interfere no processo de síntese de creatina, proteína fundamental para que o nível de massa muscular se mantenha adequado. “Os suplementos podem ser indicados caso a caso, após consulta médica e análise de resultado dos exames. O B12 auxilia na proteção dos nervos e na produção de neurotransmissores. Na terceira idade, quando a função de absorção das paredes do estômago pode estar reduzida, muitas vezes, é indicada a complementação”, continua a presidente da Anfarmag MG.

Para a farmacêutica Andréia Kamizaki, exercícios físicos, suplementação alimentar, em casos de pré-requisitos familiares, como a prescrição de D2, B6, colágeno tipo 2, os vários aminoácidos e alimentação balanceada são excelentes aliados para envelhecer com saúde e ter qualidade de vida nessa etapa. “Contudo, o mais importante é praticar a felicidade. Ser feliz é a melhor prevenção de dor e de qualquer patologia. Quem é feliz, quem sorri com frequência, sente menos dor e a suporta melhor quando ela vem. É preciso participar de eventos agradáveis, curtir os netos, fazer atividades que dão prazer. Isso é envelhecer com saúde e com menos propensão a doenças”, aconselha.

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