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sexta-feira, 8 de abril de 2016

Começou na Europa, levou nome de Vaca Louca, foi controlado e agora: Surtos de gripe H1N1 na Inglaterra e em São Paulo

Surtos de gripe H1N1 na Inglaterra e em São Paulo



Informe Técnico da Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza
 foi divulgado no portal da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS). O Ministério da Saúde promoverá a campanha de vacinação de 30 de abril a 20 de maio, com dia de mobilização nacional em 30 de abril


Um surto de gripe na Inglaterra fez com que algumas escolas no sudoeste do país emitissem orientações para os pais para manter as crianças fora da escola por uma semana, se elas estivessem doentes. O vírus H1N1 - amplamente conhecido como o causador da gripe suína - é a principal causa dos casos de gripe ingleses, de acordo com as autoridades de saúde. O sul da Inglaterra registra o maior número de casos de gripe suína desde outubro - com 113 casos notificados, em comparação com 79 em Midlands e no Leste de Inglaterra, 39 no Norte e apenas 22 em Londres.

A gripe suína foi responsável por uma pandemia em 2009-2010, mas agora é considerada uma "gripe sazonal normal" porque o número de pessoas com algum grau de imunidade a ela aumentou.

Dados do governo do Reino Unido e do resto da Europa mostram que o tipo A (H1N1) pdm09 [gripe suína] é agora o principal vírus da gripe sazonal e está bem adaptado às vacinas atuais. As autoridades continuarão a acompanhar de perto a situação epidemiológica e virológica durante a temporada de gripe.

“Estações de gripe anteriores dominadas pelo A (H1N1) pdm09 sugerem que esta estirpe do vírus particularmente afeta crianças, mulheres grávidas e adultos com condições de longo prazo, como doença cardíaca crônica, doença hepática, doença neurológica e doença respiratória em particular”, afirma o  pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).


Casos em São Paulo

Hospitais da rede privada da cidade de São Paulo registraram um número crescente de casos da gripe A (H1N1) em março deste ano. O índice, atípico para o período do ano, fez alguns centros médicos particulares temerem uma epidemia e anteciparem medidas de controle de fluxo de pacientes no atendimento de emergência.

A Secretaria Municipal de Saúde afirma que segue protocolo do Ministério da Saúde para notificação dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados por Influenza, independente do vírus. Embora o número de pessoas infectadas por H1N1 seja elevado, a notificação só é feita pelos serviços públicos e privados, com base no protocolo, em situações graves (que exigem internação), óbitos, e surtos – quando há registro de dois ou mais pacientes com sintomas similares de influenza com convivência no mesmo espaço e no mesmo período de tempo. Pode ser casa, escola ou trabalho. Com base nesse critério, a cidade tem, atualmente, 66 casos e oito óbitos provocados por H1N1. Em 2015, foram registrados 12 casos, e nenhum óbito.

Os dados do Ministério da Saúde, até o dia 5 de março de 2016, também corroboram esta informação: foram notificados 1.189 casos de SRAG. Entre as amostras já processadas, 21,1% (149/705) foram classificadas como SRAG por influenza. Dentre os casos de influenza, a grande maioria - 124 (83,2%) - era influenza A(H1N1)pdm09.

Gripe: você deve vacinar o seu filho?

A cada inverno, os pais se preparam para a chegada dos sintomas da temida gripe. Então, não seria melhor vacinar as crianças contra a gripe? “Sim, existe vacina contra a gripe H1N1. Em 2015, o Ministério da Saúde disponibilizou a vacina gratuitamente nos postos de saúde para crianças entre 6 meses e 5 anos, além de grávidasmães que deram à luz há até 45 dias, idosos e profissionais de saúde”, explica Moises Chencinski.

O pediatra explica que quando tomam a vacina contra a gripe pela primeira vez, as crianças precisam de duas doses, com 30 dias de intervalo. “Se seu filho já tomou a vacina contra a gripe alguma vez, precisará apenas de uma dose.  Para outras idades que não de 6 meses a 5 anos, a vacina está disponível em clínicas particulares, mediante pagamento”.

Para crianças menores de 6 meses, que não podem tomar a vacina, a melhor proteção é vacinar os adultos e as crianças da casa (especialmente a mãe, se estiver 
amamentando, já que os anticorpos passam para o bebê).

É evidente que a vacinação é uma questão de escolha. Mas há cada vez mais evidências de que uma grande quantidade de internações de crianças em idade escolar está relacionada à gripe, de modo que tentar evitar essas internações seria aconselhável. Além disso, complicações comuns da gripe em crianças são a otite e a pneumonia grave, duas condições muito angustiantes para crianças e para os pais”, conta o médico, membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

A seguir o médico responde dúvidas muito comuns sobre a vacinação contra a gripe, confira:

1.     A vacina protege contra resfriados também?

“Infelizmente não. Há uma grande variedade de vírus que podem causar sintomas semelhantes, como tosse, febre, dores, e, infelizmente, a vacinação não pode proteger contra todos eles. Mas nós sabemos que ela é eficaz contra os vírus que causam um número significativo de doenças durante o período de inverno – Influenza A e B”, diz Chencinski.

2.     Será que a vacinação pode suprimir o sistema imunológico das crianças?

“As crianças estão expostas a centenas de milhares de bactérias e vírus todos os dias, por isso os seus sistemas imunológicos podem lidar com a vacinação contra a gripe com tranquilidade. Dar a vacina não terá um efeito adverso sobre o sistema imunológico. A formação do sistema imunológico das crianças se completa apenas entre 2 e 3 anos de idade”, explica o pediatra.

3.     Existem efeitos colaterais associados com a vacina?

“Dor no local da picada, febre e indisposição podem ser efeitos dessa vacina, assim como em muitas outras aplicadas nos calendários públicos e da Sociedade Brasileira de pediatria (SBP). Mas ela não causa gripe, por ser fabricada com partes do vírus morto, sendo que até as gestantes podem e devem tomar essa vacina”, esclarece o homeopata.

4.     A vacina contra a gripe é segura?

“Sim. Apesar dos boatos de que a vacina provocaria a doença, isso é um mito, já que ela  é feita apenas com partículas virais, depois que o vírus foi morto e fragmentado. Não há nada vivo dentro da vacina que seja capaz de se multiplicar e levar à gripe. Por isso, até as grávidas podem receber a imunização com segurança”, informa Chencinski. Os grupos prioritários para receber a imunização gratuitamente pelo SUS são profissionais da saúde, indígenas, grávidas, crianças de 6 meses até 5 anos, puérperas (até 45 dias após o parto), idosos com 60 anos ou mais, portadores de doenças crônicas e a população carcerária, devido à alta capacidade de transmissão do vírus

5.     Se meu filho tomou a vacina no ano passado, ele não está protegido?

“Não. Isso porque a imunização está garantida apenas por um período de 6 a 8 meses. Por essa razão é necessário receber a dose todos os anos. Estudos mostram que quem já toma a vacina da gripe regularmente, há alguns anos, tem uma proteção melhor do que aquelas pessoas que estão começando a ser vacinadas agora. Mas isso não descarta a necessidade de tomá-la anualmente”, esclarece o pediatra.

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