Comunicação com a sociedade é dever do Estado e não um privilégio de políticos e ocupantes de cargos públicos.
Comunicação e assessoria de imprensa para governos
(Editora M. Books), novo livro do jornalista e executivo de PR Marco
Antônio de Carvalho Eid, diretor de Conteúdo da Ricardo Viveiros &
Associados – Oficina de Comunicação (RV&A), aborda as relações dos
Três Poderes com a mídia, a partir do processo de redemocratização do
Brasil, nos anos 80 do Século XX, até o advento do mensalão e do petrolão, que refletem o irreversível protagonismo da sociedade contemporânea.
“Agora,
os cidadãos têm o verbo, que lhes foi concedido pela internet”,
salienta o autor, que acumulou ampla experiência na área pública, ao
dirigir por 12 anos a Redação da Coordenadoria de Imprensa do Governo do
Estado de São Paulo. Antes e depois dessa etapa de sua carreira,
trabalhou como repórter e editor em revistas de economia, técnicas e de
turismo, emissoras de rádio e na produção de publicações corporativas
para grandes empresas, como S/A O Estado de S. Paulo, Refinações de
Milho Brasil e Bank Boston. Após deixar o governo paulista, em 1994, foi
editor de jornalismo na Rádio Bandeirantes, ingressando depois na
RV&A.
“O Estado de direito, reconquistado pelos brasileiros a partir da Campanha das Diretas Já,
em 1984, havia provocado mudanças profundas no processo comunicacional.
Somado à Web, determina transformação ainda maior, inclusive no
comportamento dos políticos, cuja trajetória na vida pública pode
começar com a felicidade da eleição e terminar na melancolia do
cárcere”, pondera Marco Antônio Eid, acrescentando: “Ocupantes de cargos
públicos, no Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como os seus
assessores de imprensa, precisam entender essa nova realidade. Ignorá-la
não prejudica apenas as pessoas públicas acusadas de corrupção, mas
principalmente o povo e o País, que pagam elevado e amargo preço pela
instabilidade política causada pela improbidade, fisiologismo e práticas
contrárias à ética, como se observa no Brasil”.
Comunicação e assessoria de imprensa para governos
tem capítulos técnico-didáticos, contribuindo para que jornalistas e
relações públicas desempenhem melhor suas funções no setor estatal.
Aborda a sua interação com os distintos setores dos Três Poderes,
concessionários de serviços públicos e instituições da sociedade, os
temas mais recorrentes a serem propostos à mídia, as situações de crises
e seu enfrentamento, a legislação relativa à contratação de
profissionais para compor as equipes e às licitações destinadas à
terceirização dos serviços.
Estruturas gramaticais e a credibilidade dos conteúdos
Enfoque
absolutamente inédito do livro diz respeito às estruturas gramaticais e
tempos verbais que conferem mais ou menos credibilidade aos press releases.
Tal análise decorre de prolongado estudo e observação da causa-efeito
nas matérias da imprensa publicadas em decorrência da divulgação de
conteúdos das assessorias de imprensa governamentais.
“Comecei a perceber isso, quando trabalhava no governo, ao analisar cuidadosamente os clippings
das matérias resultantes das pautas de política que divulgávamos na
gestão de André Franco Montoro no Estado de São Paulo, a partir de
1983”, relata Marco Antônio Eid, explicando: “Aprender com a prática
diária e por tentativa e erro foi decisivo quando as eleições de 1982,
as primeiras diretas para governadores desde o golpe militar de 1964,
exigiram que reinventássemos o modo de fazer assessoria de imprensa para
o setor público. Deve-se salientar que, mais do que nunca, a estrutura
verbal-gramatical e os tempos verbais utilizados continuam decisivos
para que conteúdos distribuídos à imprensa tenham mais ou menos
credibilidade”.
O
jornalista alerta, contudo, que, além de eticamente condenável, é
infrutífero utilizar as técnicas de comunicação, por mais eficazes que
sejam, para construir artificialmente a imagem de políticos. “Pode-se
até conseguir por algum tempo, mas é efêmero na era da internet. Não há
assessor de imprensa no mundo capaz de prover o milagre da inocência”.
Histórias e bastidores da redemocratização
Em seu livro, Marco Antônio Eid também dedica alguns capítulos a
relatos inéditos de bastidores que vivenciou, como diretor de Redação na
Coordenadoria de Imprensa do Governo do Estado de São Paulo, na Campanha das Diretas Já,
na Constituinte de 1987, na cobertura da agonia e morte do presidente
Tancredo Neves e em passagens com chefes de Estado e personalidades
internacionais. Esses episódios, que ampliam o interesse da obra para
além do público profissional, ajudam o leitor a entender melhor um dos
momentos mais importantes da História do Brasil.
|
Ficha Técnica
Autor: Marco Antônio de Carvalho Eid
Editora: M. Books
Páginas: 148
Formato: 16x23 cm
Preço: R$ 45,00
Sessão de autógrafos
Dia 20 de junho de 2016, às 18h30.
Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos.
Avenida das Nações Unidas, 4.777, São Paulo/SP.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário