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domingo, 29 de janeiro de 2017

UFPB estuda propriedades do ‘olho de boi’- tão potente quanto a morfina

2007-08-27 - 09:06:52
Fonte: Jornal da Paraíba


UFPB estuda propriedades do ‘olho de boi’- tão potente quanto a morfina


    
NOVO MEDICAMENTO - Os primeiros resultados dos estudos feitos com a planta têm sido animadores

Dentro de alguns anos, um novo medicamento poderá surgir no mercado com propriedades analgésicas tão potentes quanto à morfina, uma droga utilizada no tratamento de dores intensas, eficiente, mas com várias efeitos colaterais. A melhor notícia é que esse novo medicamento poderá ser produzido a partir de um trabalho realizado dentro da própria Paraíba, por pesquisadores do Laboratório de Tecnologia Farmacêutica (LTF) da UFPB.
A pesquisa só está no início, mas os primeiros resultados começam a apontar para os potenciais analgésicos extraídos de uma planta comum nos municípios paraibanos: a Dioclea grandiflora, mais conhecida popularmente como ‘olho de boi’, pelo aspecto parecido com o olho bovino.
O trabalho, realizado pela equipe do professor do Departamento de Fisiologia e Patologia da UFPB, Reinaldo Nóbrega de Almeida, vem sendo desenvolvido há 10 anos, por uma equipe de 20 pessoas, e busca mostrar se o uso da planta utilizada popularmente para tratamento de problemas renais, tem mesmo eficácia em termos de analgesia.
O estudo, explica o professor, foi iniciado a partir da análise das folhas da planta e mais recentemente, a partir das sementes da Olho de Boi. “Apesar de ser uma planta encontrada em vários municípios, sempre precisaríamos de muitas folhas para a pesquisa”, lembrando que com o uso das sementes, há uma proteção melhor da espécie.


Os primeiros resultados são bem animadores. Mesmo com outros trabalhos já realizados com a planta no Brasil e Estados Unidos, a pesquisa feita no LTF vem mostrando que a planta tem mesmo propriedades analgésicas. “Nos estudos, estamos verificando que há resultados interessantes de atividade analgésica”, reforça.
A pesquisa pode trazer uma boa notícia, em termos de novidades no mercado de analgésicos. Mas, por enquanto, lembra o professor Reinaldo Nóbrega, é só o início de novas pesquisas que devem surgir mais à frente. “Ainda será necessário concluir toda a parte de estudos toxicológicos com a planta e talvez em cerca de três anos é que poderemos chegar ao estudo clínico (com humanos)”, disse ele.
Só a partir desses novos futuros estudos, reforça, é que se é possível pensar em algum tipo de produção de medicamento à base da planta. “Após o estudo comprovado é que pode se chegar a esse estágio” , completa.

Planta apresenta os benefícios da morfina, mas sem efeitos colaterais

    
TEMPO - Professor Reinaldo Nóbrega avisa que ainda faltam pesquisas
Os resultados do trabalhos feitos nesses dez últimos anos já mostram que benefícios analgésicos ela possui. Mais que isso, são benefícios que podem ser destituídos de efeitos colatarais como acontece com alguns medicamentos. Segundo o pesquisador, a planta teria efeitos parecidos ao da morfina, mas sem os indesejáveis efeitos da substância, como o poder de causar dependência rápida.
A morfina é uma droga produzida em laboratório derivada do ópio, em 1803, e usada no tratamento da dor. Entre seus indesejáveis efeitos pode causar, em alguns casos, euforia, tremores, suores, ansiedade, entre outros sintomas. Nos doentes com dores, em geral não existe efeito eufórico, mas há efeito sedativo.
Na prática, a esperança é que um novo medicamento possa surgir da pesquisa para substituir toda a potencialidade de ação da morfina, por exemplo, mas sem todas as conseqüências comuns a ela, esperam os pesquisadores. Só que isso leva tempo e vários estudos pela frente, alerta o professor. “Quando se fala em um estudo como esse, isso gera uma expectativa popular e é importante que as pessoas saibam que ainda faltam novas pesquisas”, reforça.
Outro alerta, completa Reinaldo Nóbrega – que também é pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), é que apesar de já haver um uso da planta no tratamento de doenças entre a cultura popular, são necessários cuidados e critérios no uso da espécie. “Em geral, as pessoas usam a folha ou a casca do caule da planta para fazer o chá. O problema é que muitas vezes as pessoas tomam o chá sem muitos cuidados”, diz ele.

  • Espécies só devem ser usadas após pesquisas
A diocléia grandiflora passa por pesquisas na UFPB, juntamente com outras plantas medicinais, mas os próprios pesquisadores lembram que o uso de plantas só deve ser feito depois de comprovadas as atribuições medicinais de determinada planta e, principalmente, a forma adequada para que ela possa ser utilizada.
E isso nem sempre é o que acontece, alerta Fátima Marques, coordenadora do Centro de Assistência Toxicólogica da Universidade Federal da Paraíba. Só este ano, o centro registrou de janeiro a agosto dez casos de intoxicações (contato com plantas tóxicas ou ingestão) por plantas em João Pessoa. “É baixa a incidência, mas é importante que se saiba que esses são dados subnotificados, já que boa parte dos casos de intoxicação acabam sendo tratados em casa ou em hospitais que não notificam os registros ao Ceatox’”, reforça.
O problema, diz Fátima Marques, é que o uso das plantas medicinais, principalmente para a utilização em chás continua sendo amplamente utilizado entre os nordestinos, mas nem sempre da forma mais correta. “O que acontece é que os chás têm que ser feitos nas concentrações corretas. O problema é que muita gente acha que quanto mais forte o chá, melhor, e isso pode levar a várias conseqüências. As gestantes, por exemplo, precisam ter cuidados redobrados, já que muitas plantas podem levar ao aborto e causar a morte da própria gestante”, completa. (SC)

 Confira os cuidados no uso de plantas medicinais:Utilizar plantas conhecidas e não de identidade duvidosa.
Nunca coletar plantas medicinais junto a locais que possam ter recebido agrotóxicos em geral.
Nunca coletar plantas medicinais que crescem à beira de lagos, lagoas e rios poluídos.
Nunca coletar plantas medicinais à beira de estradas, pois os gases que saem dos canos de descarga dos veículos podem conter substâncias tóxicas que se depositam na vegetação.
As plantas medicinais devem ser secadas à sombra, em ambiente arejado, por alguns dias (até tornarem-se quebradiças), antes de serem utilizadas.
Após a secagem, guardar em vidro fechado, ao abrigo da luz. Colocar o nome da planta e a data de coleta em um rótulo, para evitar problemas. Plantas armazenadas por longos períodos perdem seus efeitos terapêuticos.
Verificar o estado de conservação (umidade, mofo, insetos, etc.) da planta medicinal a ser adquirida.  Habituar-se a adquirir plantas medicinais de fornecedores confiáveis.
Evitar o uso de misturas de plantas medicinais. Nem sempre o processo de preparação mais indicado é o mesmo para plantas diferentes e a combinação pode resultar em efeitos imprevisíveis.
Não utilizar plantas medicinais durante a gravidez, a não ser sob orientação médica. Existem plantas que podem causar sérios problemas ao bebê e à mãe. Por exemplo, as babosas quando ingeridas podem provocar aumento da irrigação sangüínea na região do baixo ventre e estimular contrações da musculatura lisa uterina. Outras plantas, como a arruda e a salsa, também podem comprometer a saúde da mãe e do feto.
Evitar a utilização de chás laxantes e/ou diuréticos para emagrecer.
  • Laboratório desenvolve outros estudos
Além da pesquisa com a ‘olho de boi’, outros estudos têm sido feitos no Laboratório da UFPB, na área de Psicofarmacologia com substâncias que possam futuramente gerar novos medicamentos com atuações nas atividades de ansiedade, dor e epilepsia. Em geral, explica o professor Reinaldo Nóbrega, os trabalhos são feitos a partir de óleos essenciais extraídos das plantas, como o que vem sendo desenvolvido com a Dioclea grandiflora.
Criado em 1978, o LTF é hoje referência em toda a Região Nordeste, na área de Farmácia, com o Programa de Pós-Graduação em Produtos Sintéticos e Bioativos. “Várias pesquisas vêm sendo realizadas pelo laboratório, aproveitando o conhecimento popular com o uso das plantas”, destaca o pró-reitor para Assuntos de Pesquisa e Extensão, Isac Almeida de Medeiros, lembrando que o trabalho, nesses casos, busca investigar se as propriedades alusivas a determinadas espécies de plantas já usadas na farmacologia popular são mesmo comprovadas em laboratório.
Um dos trabalhos que já está em fase de estudo clínico, diz ele, é a análise feita com produtos feitos com plantas conhecidas popularmente como milona. Os testes estão sendo feitos sobre as propriedades de ação da planta em problemas como asma e diabetes.
Outro trabalho feito no laboratório tem como foco a malva branca, outra planta também utilizada pela cultura popular. “Chegamos a uma atividade sobre a atuação da planta, que consegue baixar a pressão arterial, mas em contrapartida também pode baixar a freqüência cardíaca”, diz o pró-reitor, informando que a pesquisa ainda não começou a ser aplicada com experiência em uso humano. (Silvana Cibelle)

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