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terça-feira, 14 de novembro de 2017

Leia no dia do Diabettis Melitus um trabalho sobre obesidade completo como tratar e a o diabetes como doença


FORMAS DE TRATAMENTO DO SOBREPESO OU OBESIDADE UTILIZADAS POR ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE SALVADOR, BAHIA

INTRODUÇÃO

A obesidade é um distúrbio do estado
nutricional que se caracteriza pelo acúmulo
excessivo de gordura corporal, sendo um
resultado do desequilíbrio prolongado do
balanço energético. Sua etiologia envolve uma
diversidade de fatores genéticos, biológicos,
ambientais e de estilo de vida, entre outros.
Também são múltiplas as suas repercussões
para a saúde, sendo apontada como fator de
risco para uma série de enfermidades ou
agravos, que podem surgir desde cedo, na
infância ou adolescência (Francischi e
colaboradores, 2000; Costa, Leão e Werutsky,
2002; Mello, Luft e Meyer, 2004; Mendonça e
Anjos, 2004).
O sobrepeso e a obesidade têm
aumentado de forma significativa na
população mundial, atingindo diferentes etnias,
faixas etárias, gênero e classes sociais. A
obesidade foi reconhecida pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) como uma doença
que
atinge
proporções
epidêmicas,
constituindo-se em um sério problema para a
Saúde pública nos diferentes países (Cury
Júnior, 2002; Mello, Luft e Meyer, 2004).
Esse problema tem aumentado
consideravelmente
com
as
mudanças
ocorridas no tipo de dieta e estilo de vida
adotado pela população contemporânea. Uma
das suas conseqüências é o desenvolvimento
de alimentos modificados, que prometem não
influenciar no ganho de peso, e de
medicamentos produzidos com a finalidade de
diminuí-lo.
Sabe-se, no entanto, que o tratamento
da obesidade deve ser cuidadoso e
responsável em respeito à ocorrência de
complicações. Seu principal objetivo é a
redução da gordura corporal, exigindo-se o
estabelecimento de balanço energético
negativo. Os principais métodos utilizados são
a adequação alimentar e o estímulo à
atividade física, que também podem associar-
se ao apoio psicológico. Outros recursos
incluem o uso de fármacos e as intervenções
cirúrgicas.
No
entanto,
os
métodos
terapêuticos
disponíveis
ainda
são
considerados limitados e com baixos índices
de sucesso, o que credencia a prevenção
como o melhor recurso para o combate e
tratamento da obesidade. Além disso, há
registros de efeitos adversos relacionados a
determinados tratamentos e circunstâncias
(Coca, 2002; Costa, Leão e Werutsky, 2002;
Damiani, Damiani e Oliveira, 2002).
Apesar desses conhecimentos acima
apresentados, no dia-a-dia, é possível
encontrar pessoas fazendo tratamentos para
combater o sobrepeso e a obesidade sem
acompanhamento
de
um
profissional
qualificado, devido à facilidade encontrada
para conseguir “esquemas” de dieta com
menor ingestão de calorias e, também,
medicamentos. Ou seja, fazem dietas por
conta própria, não balanceadas, incapazes de
atingir os valores das necessidades diárias de
nutrientes e calorias de cada indivíduo; além
disso, muitas fazem uso de medicamentos e
de chás por indicação de leigos e de pessoas
que afirmam ter atingido os resultados
esperados com a utilização desses métodos.
A obesidade caracteriza-se por uma
elevada concentração de gordura corporal em
relação à massa muscular. É considerada uma
doença metabólica crônica, associada a
fatores genéticos e ambientais. O Índice de
Massa Corporal (IMC) tem sido usado
internacionalmente para o diagnóstico de
sobrepeso e obesidade, sendo obtido através
da divisão do peso em quilogramas pela
estatura
em
metros
ao
quadrado.
Independente do gênero ou da idade, adultos
que apresentam IMC igual ou superior a 25
Kg/m2 ou 30 Kg/m2 é considerado com
sobrepeso
ou
obeso,
respectivamente
(Abrantes, Lamounier e Colosimo, 2002;
Costa, Leão e Werutsky, 2002; Oliveira,
Cerqueira e Oliveira, 2003).
Além do IMC, a razão entre as
circunferências da cintura e do quadril é
também usado na avaliação da obesidade,
permitindo classificá-la, quanto a sua
localização ou distribuição da gordura, em:
obesidade na forma ginóide (pêra), localizada
na região inferior ou do quadril, com
prevalência maior em mulheres; e a obesidade
andróide (maçã ou visceral), localizada na
região central ou abdominal, com maiores
proporções entre os homens (Coca, 2002;
Pinheiro, Freitas e Corso, 2004).
Epidemiologia
A obesidade está presente em países
de diferentes graus de desenvolvimento,
sendo considerada uma epidemia mundial.
Atinge os indivíduos sem distinção de etnia e
gênero, concentrando-se, principalmente, no
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grupo de 25 a 44 anos, e é apontada como a
principal enfermidade nutricional encontrada
na população menor de 20 anos (Francischi e
colaboradores, 2000; Argote e colaboradores,
2001).
Desde a década de 60 do último
século, tem ocorrido um aumento na
prevalência de obesidade nas populações em
geral, um fato que se correlaciona com o
aumento da taxa de óbitos por doenças
cardiovasculares e por câncer. Há indícios de
que países que emergem da pobreza
possuem uma tendência crescente à
obesidade. Nas últimas duas décadas, tem
sido apontada uma interação entre nível
educacional, local de residência (rural ou
urbana) e nível sócio-econômico com a
ocorrência da obesidade (Damiani, Damiani e
Oliveira, 2002).
Francischi e colaboradores (2000)
estimaram que 10% da população dos países
desenvolvidos e mais de um terço da
população norte-americana estejam acima do
peso desejável, já que a incidência da
obesidade está aumentando em todo o
mundo. Todavia, nos países da África e da
Ásia, este problema ainda não é tão comum,
com prevalência mais elevada na população
urbana em relação à rural, segundo Pinheiro,
Freitas e Corso (2004).
No Brasil, os resultados de estudos
diversos têm demonstrado uma diminuição da
desnutrição e o aumento da obesidade em
diferentes segmentos etários, com destaque
para o aumento da freqüência desse evento
em indivíduos considerados de baixa renda
(Monteiro e colaboradores, 1995, citado por
Francischi e colaboradores, 2000). De acordo
com a Pesquisa Nacional sobre Saúde e
Nutrição (PNSN), realizada em 1989, 32% dos
adultos brasileiros tinham excesso de peso.
Destes, 8% eram obesos, sendo que as
mulheres
representavam
70%
dessa
prevalência (Pinheiro, Freitas e Corso, 2004).
A ocorrência do sobrepeso ou
obesidade pode provocar conseqüências
sociais indesejáveis, como a rejeição, e, com
isso, desencadear uma baixa auto-estima, o
que leva às mudanças de comportamento e
dificuldades
de
integração
social,
principalmente entre os adolescentes, que são
os indivíduos entre 10 e 19 anos segundo a
OMS (WHO, 1995; Vitolo, 2003; Souza e
Hastenpflug, 2005).
Estudos recentes mostram que
crianças e adolescentes que apresentam IMC
elevado possuem maior probabilidade de se
tornarem adultos obesos ou com sobrepeso
aos 35 anos (Francischi e colaboradores,
2000; Argote e colaboradores, 2001; Assis e
colaboradores, 2003; Mahan e Escott-Stump,
2005; Terres e colaboradores 2006).
Fatores condicionantes da obesidade
Os questionamentos sobre as razões
para o aumento da obesidade a nível mundial
fizeram surgir três hipóteses explicativas
apresentadas por Pinheiro, Freitas e Corso
(2004). A primeira delas defende que as
populações possuem genes suscetíveis à
obesidade, com efeitos potencializados por
fatores ambientais. A segunda atribui o
aumento dessa doença à diminuição do gasto
energético dos indivíduos, devido à redução
da atividade física e do menor esforço para a
realização das tarefas diárias; uma condição
associada à ingestão reduzida de fibras e ao
maior consumo de gordura e açúcares. A
terceira hipótese considera a obesidade uma
seqüela da desnutrição; ou seja, para diminuir
os efeitos dessa situação nutricional, ocorre
uma modificação na regulação do sistema
nervoso central, que facilita o acúmulo de
gordura quando ocorre disponibilidade de
alimentos,
com
conseqüente
balanço
energético positivo para o indivíduo.
Vale aqui considerar que, dentro do
conjunto de mudanças ocorridas nas
sociedades
nas
últimas
décadas,
a
denominada transição nutricional levou a um
aumento
no
consumo
de
gorduras
(principalmente a animal), açúcares e
alimentos industrializados, e a uma diminuição
no consumo de carboidratos complexos e
fibras (Francischi e colaboradores, 2000).
Para Popkin e colaboradores (1993,
citado por Pinheiro, Freitas e Corso, 2004), a
transição nutricional é um processo de
modificações seqüenciais no padrão de
nutrição e consumo, que acompanham
mudanças
econômicas,
sociais
e
demográficas, e do perfil de saúde das
populações. Esse tipo de alimentação,
denominada ‘dieta ocidental’, associada à falta
de atividade física ou sedentarismo, foi
considerada capaz de provocar as situações
de excesso de peso e/ou obesidade.
Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.2, n. 11, p.446-466, Set/Out. 2008. ISSN 1981-9919.449
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Segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS, 1990, citado por Francischi e
colaboradores, 2000), a obesidade e o
excesso de peso são provocados pela inter-
relação dos fatores dietéticos e ambientais
com uma predisposição genética. Para Jebb
(1997, também citado por Francischi e
colaboradores, 2000), o desenvolvimento da
obesidade possui múltiplas causas e é o
resultado de complexas interações entre
fatores
genéticos,
psicológicos,
socioeconômicos, culturais e ambientais.
Os fatores genéticos atuam na
determinação da distribuição da gordura
corporal, na determinação da saciedade e das
atividades alimentares e influenciam na prática
de exercícios. Há suposições que o peso
corpóreo
individual
seja
programado
geneticamente, o que pode justificar os
insucessos nos programas de perda de peso,
com base em alterações dietéticas e prática de
exercício; ou seja, o corpo tende a manter o
peso anterior quando esses programas são
suspensos. Também se supõe que o
componente genético interfere no gasto
energético (Francischi e colaboradores, 2000;
Damiani, Damiani e Oliveira, 2002; Pinheiro,
Freitas e Corso, 2004; Mahan e Escott-Stump,
2005).
Carneiro e colaboradores (2000)
afirmaram que quando a obesidade se inicia
antes da idade adulta, os fatores hereditários
parecem estar relacionados com este fato; por
isso a importância da participação dos pais
durante o tratamento para que ele tenha
resolutividade.
A grande variabilidade no gasto
energético individual também dificulta a
identificação dos determinantes da obesidade.
A atividade física, um dos componentes do
gasto energético, é capaz de promover o
dispêndio de energia; no entanto, pode
também gerar altos consumos energéticos.
Sugere-se o consumo de pequenas refeições
ao longo do dia como um fator positivo na
manutenção do peso, em substituição a
grandes refeições três vezes ao dia
(Francischi e colaboradores, 2000; Pinheiro,
Freitas e Corso, 2004).
Fonseca, Sichieri e Veiga (1998)
chamaram à atenção para o tempo que os
adolescentes passam assistindo TV, criando,
assim, a possibilidade de aumento na
prevalência da obesidade entre os jovens de
12 a 17 anos; também lembraram o fato de
muitos desses indivíduos omitirem refeições, o
que é considerado um fator importante no
desencadeamento desse agravo. Outros
estudiosos corroboram com as afirmações
acima, apontando a participação dos meios de
comunicação na formação de hábitos
alimentares dos adolescentes, criando a
necessidade nesses indivíduos de consumo
de uma série de itens alimentares, uma vez
que vendem, além do produto, ideologia e
valores (Jacobson, 1998; Santos, 2000; Costa
e Souza, 2005).
Morbidade e mortalidade associadas à
obesidade
A obesidade se relaciona com
algumas
doenças
denominadas
“da
modernidade”,
como
diabetes
mellitus,
doenças cardiovasculares e neoplasias;
relaciona-se
também
com
outras
enfermidades, aí incluídas as dificuldades
respiratórias, os problemas dermatológicos e
os distúrbios do aparelho locomotor. O modo
de distribuição da gordura corporal, além do
excesso de peso, é um fator determinante
para a ocorrência de complicações. A gordura
corporal na região abdominal é considerada o
tipo mais perigoso, representando um fator de
risco para o desenvolvimento de distúrbios
metabólicos (Francischi e colaboradores,
2000; Cury Júnior, 2002; Pinheiro, Freitas e
Corso, 2004).
Francischi e colaboradores (2000)
apresentaram
dados
que
ilustram
a
associação entre obesidades e outras
enfermidades. No que se refere a diabetes
mellitus não dependente de insulina,
ressaltaram que a cada aumento de 10% no
peso corporal, ocorre o aumento de 2mg/dL na
glicemia em jejum. Além disso, se o Índice de
Massa Corporal (IMC) (kg/m2) estiver acima de
35, o risco para o desenvolvimento de
diabetes mellitus aumenta 93 vezes entre as
mulheres e 42 vezes entre os homens.
Citaram Jung (1997) que chamou atenção
sobre a medida da circunferência da cintura;
se o resultado dessa medida estiver acima de
100 cm, o risco para desenvolver diabetes
mellitus aumenta 3,5 vezes, mesmo se o IMC
estiver controlado.
Quanto à hipertensão, os autores
referidos consideraram que cada aumento de
10% na gordura corporal corresponde a um
aumento na pressão arterial sistólica de 6,0
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mmHg e na diastólica de 4,0 mmHg. Esse
ganho de peso é também capaz de provocar
uma elevação de 20% na incidência de
doenças coronarianas e um aumento do
colesterol plasmático em 12mg/dL. Uma maior
mortalidade por câncer de próstata e câncer
coloretal, entre os homens, e uma maior
probabilidade de câncer de colo uterino, ovário
e mama, entre as mulheres, foram também
relacionadas com o excesso de peso.
Ainda segundo os autores acima
citados, mulheres obesas podem apresentar
ciclo menstrual irregular e amenorréias,
problemas durante a gravidez (como toxemia e
síndrome hipertensiva) e a síndrome do ovário
policístico. Entre as garotas, a obesidade é
capaz de provocar a chegada precoce da
menarca.
Francischi e colaboradores (2000)
apontaram outras ocorrências relacionadas
com o excesso de peso. Entre elas, a
formação de cálculos na vesícula biliar e uma
maior concentração de colesterol na bile de
indivíduos obesos em relação a indivíduos
normais; os problemas pulmonares causados
pelo acúmulo de gordura nas regiões peitoral e
abdominal, gerando limitação dos movimentos
respiratórios, diminuição do volume pulmonar,
diminuição do volume de reserva expiratório e
da capacidade vital, disfunção da musculatura
respiratória, entre outras dificuldades; e a
maior facilidade para a ocorrência de traumas,
principalmente nas articulações.
Tratamentos para a redução da obesidade
Um balanço energético negativo, ou
seja, o gasto de energia maior do que o
consumo, é o recurso realmente efetivo para a
redução da gordura corporal, segundo
Francischi e colaboradores (2000). Esses
autores também chamaram à atenção para o
fato de que a redução da gordura corporal
nem sempre implica em redução do peso, uma
vez que o indivíduo pode ganhar massa
muscular e, com isso, manter o mesmo peso
ou até aumentá-lo, se o ganho de massa for
superior à perda de gordura.
Para Mahan e Escott-Stump (2005),
uma perda de peso bem sucedida pode variar
de acordo com o tipo e a gravidade da
obesidade, com a idade do indivíduo e com
seu estilo de vida. Afirmaram que as pessoas
que conseguem perder peso por meios dos
tratamentos, nem sempre conseguem manter
o
peso
adquirido
para
sempre.
Recomendaram a mudança de hábitos de vida
da pessoa obesa, o que levará à perda de
peso e à manutenção dessa perda.
Segundo Damiani (2002), nunca é fácil
induzir-se a perda de peso. Por isso, Jacobson
(1998, citado por Vieira e colaboradores, 2002)
afirmou que medidas
preventivas de
problemas de saúde devem ocorrer ainda na
adolescência,
uma
vez
que
hábitos
alimentares saudáveis aí formados podem
manter-se na vida adulta. Torna-se, então,
imprescindível o estabelecimento dessas
atitudes preventivas já nessa fase de vida
constituída por muitas mudanças físicas e
psicológicas
(Magalhães,
Azevedo
e
Mendonça, 2003).
Existem vários métodos para tratar o
sobrepeso e a obesidade, ganhando destaque
a adequação alimentar e o estímulo à
atividade física.
Dieta
O objetivo da dieta é a restrição da
ingestão energética, sendo, em geral,
utilizados dois tipos: dieta com consumo
energético menor que 800 kcal/dia e dieta com
restrições energéticas moderadas, consumo
energético menor que 1200 kcal/dia. A perda
de peso é maior no primeiro tipo, porém é
também maior a dificuldade em manter o peso
após a sua suspensão. Essa restrição severa
do consumo energético, os jejuns prolongados
e a perda rápida de peso causam problemas à
saúde, como redução de proteína muscular e
proteína
hepática,
atrofia
das
fibras
musculares do coração e perda de grande
quantidade de água, eletrólitos, minerais,
glicogênio e alteração da massa magra
(Francischi e colaboradores, 2000).
São ainda apontados outros efeitos
colaterais da rápida perda de peso:
intolerância ao frio, fadiga, cefaléia leve,
irritabilidade, euforia, constipação ou diarréia,
pele seca, cabelos fracos avermelhados,
anemia e irregularidades menstruais (Mahan e
Escott-Stump, 2005).
Exercícios físicos
A prática regular de exercícios físicos
melhora a capacidade cardiovascular e
respiratória, a tolerância à glicose, eleva o
gasto energético, minimiza os efeitos
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w w w . i b p e f e x . c o m . b r - w w w . r b o n e . c o m . b r
negativos da restrição energética e ajuda na
formação do balanço energético negativo
(Francischi e colaboradores, 2000).
Para Pi-Sunyer (1988, citado por
Mahan e Arlin, 1995), é errôneo achar que o
exercício é contra produtivo porque provoca o
aumento do desejo de se alimentar. Segundo
ele, os indivíduos obesos, ao contrário dos
magros, não aumentam a ingestão alimentar
para compensar a energia gasta na atividade
física, supostamente porque o nível de
exercício é menos extenuante.
Em 2005, Mahan e Escott-Stump
comentaram sobre os programas de perda de
peso que associam a dieta com exercícios à
modificação
comportamental,
educação
nutricional e, se necessário, ao suporte
psicológico. Reconheceram a possibilidade de
integrar o uso de medicamentos caso esses
métodos não sejam suficientes para a
obtenção
dos
resultados
esperados,
lembrando que, nos casos de obesidade
mórbida, a intervenção cirúrgica pode ser
indicada.
Francischi, Pereira e Lancha Júnior
(2001) fizeram um estudo de revisão sobre
exercício,
comportamento
alimentar
e
obesidade.
Demonstraram que as dietas
hipocalóricas são efetivas para a perda de
peso e de gordura, porém podem causar
perda de massa magra com conseqüente
redução nas taxas metabólicas. Por sua vez,
o exercício físico isolado, sem controle
alimentar, causa modesta perda de peso.
Reconhecidamente,
a
combinação
de
restrições energéticas e de exercícios físicos
são as duas principais estratégias no
tratamento da obesidade. Vale considerar a
observação feita por Bronstein, em 1996,
sobre a necessidade de realizar exercícios
com duração e freqüência adequada para que
eles possam ser efetivos.
Medicamentos
De acordo com as considerações de
Damiani, Damiani e Oliveira (2002), o uso de
medicamentos para provocar a perda de peso
deve levar em consideração a idade do
indivíduo, o tipo de substância que se
pretende utilizar e a avaliação do potencial de
dependência para que a droga não gere
problemas ao usuário. São muitas as drogas
disponíveis com indicações para o tratamento
da obesidade e que prometem resolver esse
problema. Apesar de serem utilizadas no
tratamento de adultos, nenhuma droga se
mostrou eficaz e isenta de efeitos colaterais no
tratamento da obesidade infantil, o que permite
considerar a reeducação da criança e da
família para uma alimentação equilibrada
como o melhor método a ser utilizado nessa
situação.
Os autores acima referidos citaram
algumas das drogas utilizadas no tratamento
da obesidade: anfetaminas, fenfluraminas,
fenterminas,
dietilpropiona,
mazindol,
pemolina, fenilpropanolamina e os anti-
depressivos, fluoxetina e sertralina. Estas
drogas provocam efeitos colaterais que variam
de sonolência à mudanças de humor e
distúrbios no trato gastrintestinal. As
anfetaminas e seus derivados perdem sua
eficácia após um tempo prolongado de uso;
são drogas aditivas que podem causar efeitos
colaterais, como insônia, disforia, tontura,
tremor, boca seca e confusão. A fenfluramina
e fenilpropanolamina são tão eficientes quanto
as anfetaminas e não são aditivas. Drogas B-
agonistas, efedrina e hormônio tireóideo
aumentam o consumo energético através da
produção de calor extra. Geralmente, ao
contrário do que se espera, após a suspensão
dos medicamentos o indivíduo volta a
engordar, o que pode causar-lhe frustração.
Ainda segundo Damiani, Damiani e
Oliveira (2002), as medicações utilizadas
podem ser divididas em dois grupos:
medicamentos
inibidores
de
apetite
(catecolaminérgicos) e medicamentos que
aumentam a sensação de saciedade
(serotoninérgicos). Entre os catecolami-
nérgicos estão as anfetaminas, que além de
inibirem o apetite, proporcionam uma atividade
psicomotora aumentada, provocando, assim,
perda de peso por termogênese aumentada.
Entre
os
serotoninérgicos
estão
a
fenfluramina,
a
dexfenfluramina
e
a
sibutramina, que tem efeito sacietógeno e
aumenta o gasto energético. A fenfluramina e
a dexfenfluramina foram retirados do mercado
devido à associação com lesões de válvulas
cardíacas semelhantes às encontradas na
síndrome do carcinóide ou na toxicidade por
ergotamina.
Em um estudo realizado durante três
meses para avaliar a eficácia e a tolerabilidade
da combinação de sibutramina e orlistat no
tratamento
da
obesidade,
Halpern
e
colaboradores (2000) comprovaram que a
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associação
dos
dois
medicamentos,
juntamente com uma dieta hipocalórica, é
eficaz no que se refere à perda de peso em
pacientes
obesos
durante
o
período
supracitado;
em
contrapartida,
alguns
pacientes apresentaram efeitos adversos
devido ao uso contínuo e ininterrupto desses
medicamentos, como cefaléia, tontura, insônia,
dentre outros.
Damiani, Damiani e Oliveira (2002)
comentaram também sobre as drogas
calorigênicas, que incluem os hormônios
tireoidianos
(indicados
se
houver
hipotireoidismo), e os medicamentos com ação
no sistema nervoso simpático, efedrina e
fenilpropanolamina. A perda de peso ocorrida
em ratos que usaram leptina, devido à
deficiência desse hormônio, é incerta com
relação aos seres humanos, já que os obesos,
geralmente,
apresentam
concentrações
elevadas de leptina no organismo. Supõe-se,
então, que o problema esteja nos receptores
do hormônio e que a administração de doses
farmacológicas deste poderia superar a
insensibilidade dos receptores, mas nada
ainda foi confirmado.
Chás
Segundo Balbachas (1963), a ciência
terapêutica data da remota antiguidade. Assim
que começaram a aparecer enfermidades, o
homem passou a combatê-las com o poder
curativo das plantas. Estas foram os primeiros
remédios utilizados pelo homem.
Ainda segundo o autor citado, todas as
doenças possuem cura através das plantas,
mas muitas delas ainda não foram
descobertas. Além disso, os produtos
químicos não podem ser considerados
remédios, mas sim as plantas, já que elas
curam e purificam o corpo.
Os estudiosos têm confirmado que,
em diversos momentos da história da
medicina, os vegetais foram empregados para
curar doenças. Esta atividade continua a ser
exercida, de modo que a procura por produtos
orgânicos
e
plantas
medicinais
tem
aumentado,
o
que
corresponde
à
conscientização dos consumidores sobre a
toxicidade provocada por agrotóxicos, adubos
químicos e medicamentos sintéticos. O estudo
e a aplicação dos efeitos terapêuticos de
vegetais são chamados de fitoterapia
(Balbachas, 1963; Annichino, 1986; Marchese
e colaboradores, 2004).
A carqueja é utilizada de forma
medicinal para tratar enfermidades da bexiga,
do fígado, dos rins, do pâncreas e do baço, má
digestão e circulação sanguínea, feridas,
anginas e inflamações, anemia, diabetes,
diarréias e cálculos biliares. É coadjuvante em
regimes de emagrecimento e contra-indicada
para gestantes e lactantes. O uso excessivo
pode levar a uma hipotensão (Balbachas,
1963; Annichino e colaboradores, 1986;
Plantas, 2004; Panizza, 2006).
De acordo com as considerações de
Balbachas (1963), o chá-de-bugre, também
chamado de cotó-cotó, é de grande efeito
depurativo, sendo utilizado no tratamento de
afecções do sistema urinário, diarréia,
dispepsia, gota, reumatismo e sífilis. O autor
afirma que a erva-de-bugre é depurativa do
sangue e utilizada contra hidropisias,
moléstias da pele e sífilis.
As sementes do jamelão, também
conhecido por jambolão, são utilizadas no
tratamento da diabetes açucarada. Já a casca
da árvore é usada na disenteria, hemorragia e
leucorréia. É indicado para espasmos, diarréia,
gases
e
estimulação
gastrintestinal
(Balbachas, 1963; Plantas, 2004; Panizza,
2006).
O chá de quebra-pedra é empregado,
principalmente, como diurético, fortificante do
estômago e na eliminação de cálculos renais,
além de tratar, entre outras enfermidades,
feridas, gangrenas, infecções da boca,
garganta e geniturinárias, doenças do fígado,
reumatismo e outras enfermidades. O uso
prolongado causa desmineralização do
organismo. Não deve ser utilizado por
crianças, gestantes e lactantes (Cunha, Silva e
Roque, 2003; Plantas, 2004; Panizza, 2006).
O sene é um laxante e purgante
natural utilizado para obstipação funcional
transitória, flatulência, febre, congestões
encefálicas e obesidade. Não deve ser
utilizado durante a menstruação, por
gestantes, lactantes, crianças com menos de 6
anos, por pessoas que apresentem doenças
inflamatórias do intestino, apendicite e cistite
agudas, insuficiência renal, hepática ou
cardíaca, e por pessoas que estejam em uso
de cardiotônicos e pílula contraceptiva.
Hipersensibilidade ao sene ou sua ingestão
excessiva podem produzir cólicas intestinais,
diarréia e vômitos. A alta dosagem pode
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causar nefrite aguda. O uso contínuo do
fármaco pode levar à destruição dos plexos
nervosos intramurais do cólon (Cunha, Silva e
Roque, 2003; Plantas, 2004; Panizza, 2006).
O chá verde é utilizado contra astenia
psico-física,
diarréias,
arteriosclerose,
hiperlipidemias, asma brônquica, como
coadjuvante de regimes de emagrecimento e
diurético ligeiro. É contra-indicado para
pessoas com ansiedade, taquicardia, gastrite e
úlcera gastroduodenal. A ingestão excessiva
pode provocar insônia, nervosismo e
taquicardia (Cunha, Silva e Roque, 2003).
Ainda segundo os autores citados
acima, o hibisco é indicado para facilitar a
digestão e a função intestinal. É usado,
também, como diurético suave, em curas de
emagrecimento, contra ansiedade, insônia,
resfriados e gripes, hipertensão, varizes e
fragilidade capilar.
O chá preto possui diversas funções,
entre as quais: controlar diarréia, eliminar
gorduras (promovendo o emagrecimento),
ajudar em tratamentos de gripes e resfriados e
normalizar a função da tireóide. Não pode ser
utilizado por crianças, gestantes, pessoas que
possuam estômago sensível, hipertireoidismo,
doenças renais e sistema cardiovascular
debilitado (Plantas, 2004; Panizza, 2006).
O chá de 7 ervas é composto por
carqueja, capim-limão, camomila, melissa,
boldo, erva-doce e hortelã. Ele auxilia no
emagrecimento e na digestão dos alimentos
(Informação obtida em conceituada farmácia
de produtos naturais, de Salvador, BA).
O chá emagrecedor é composto por
30 ervas, entre as quais: chá verde, carqueja,
jambolão, sene, erva de bugre, hibisco e
quebra-pedra.
Possui
função
diurética,
digestiva e depurativa; é regulador intestinal,
contém inibidor de apetite, atua nas causas da
obesidade e auxilia no combate de celulite,
estrias, ansiedade e outras enfermidades.
Para Balbachas (1963), o limão tem
uma grande utilidade medicinal para combater,
entre tantas enfermidades, a obesidade. Assim
como o limão, os banhos quentes também são
recomendados aos obesos.
Cunha, Silva e Roque (2003) citam
algumas ervas para tratar a obesidade:
diuréticas (buchú, cavalinha, chá-de-java,
galega, milho e salsaparilha); estimulantes da
tireóide (bodelha, clorela, espirulina e
laminária); laxativas (konjac e tamarindo-do-
malabar); moderadoras do apetite (alteia, guar,
konjac, tachagens e ispagula); sedativas
(melissa, passiflora, tília e valeriana).
O tratamento da obesidade pode ainda
ser feito com a utilização de abacaxi, alface,
aquemila, aspargo, alho-porro, borragem,
bananeira (água), caruru-bravo, caroba,
carqueja, fucus, agar-agar, café-do-mato,
capim-sapé,
chá-de-bugre,
chá-da-índia,
gervão, juá (raiz), maçã (chá das cascas ou
duas colheres de maçã por dia), limão,
marroio, sabugueiro, embaúba, salsa, ervas
laxantes e diuréticas, porangaba, farelo de
trigo, stevia, garcínia (Plantas, 2004).
Procedimentos cirúrgicos
O
tratamento
cirúrgico
é
preferencialmente reservado para indivíduos
que têm obesidade mórbida, ou seja, IMC
igual ou acima de 45, e que apresentam falhas
nos seus programas para perda de peso.
Estas falhas são caracterizadas pela
incapacidade em reduzir o peso corpóreo em
um terço e a gordura corpórea para a metade,
e pela incapacidade de manter qualquer perda
de peso. Este tipo de obesidade é considerada
como
obesidade
mórbida
intratável.
Procedimentos cirúrgicos como estreitamento
esofágico, cirurgias gástricas restritivas e
derivação jejuno-ileal objetivam a redução da
quantidade de alimentos ingerida ou que é
absorvida pelo trato digestivo (Mahan e Escott-
Stump, 2005).
Restrição gástrica (derivação gástrica e
gastroplastia)
A restrição gástrica promove a
redução da capacidade de reserva do
estômago através do fechamento de parte
dele. A gastroplastia diminui o tamanho do
estômago por meio do clampeamento da
porção superior do estômago, deixando uma
passagem de 0,8 a 1,0cm da porção superior
para a porção inferior. Esse tipo de cirurgia é
mais segura que a derivação gástrica, porém,
é esta a mais eficiente. A derivação promove o
clampeamento total da porção superior do
estômago e a conexão entre uma abertura
presente nesta pequena parte com uma alça
intestinal do delgado, ficando, assim, a maior
porção do estômago inutilizada. Complicações
como intumescimento da bolsa, náuseas e
vômitos podem ocorrer devido à cirurgia. O
indivíduo que se submeteu ao tratamento
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Amarras são colocadas no indivíduo
para que seus maxilares mantenham-se
fechados. Deste modo, sua alimentação ficará
restringida a líquidos que só poderão ser
ingeridos com a utilização de um canudo. Este
método de tratamento requer uma educação
alimentar por parte do paciente, pois caso isto
não ocorra, o peso perdido retornará após as
amarras serem retiradas (Mahan e Escott-
Stump, 2005). no primeiro semestre de 2008, na referida
escola, com estudantes cursando o Ensino
Médio, os quais responderam a um
questionário previamente elaborado.
Foi definido como objetivo geral do
estudo identificar as formas de tratamento do
sobrepeso ou obesidade utilizadas por tais
estudantes. E como objetivos específicos:
caracterizar o grupo estudado de acordo com
a faixa etária e o gênero; avaliar o grau de
satisfação dos estudantes em relação ao seu
peso atual; identificar a ocorrência do
sobrepeso ou obesidade em algum momento
da vida; identificar as formas de tratamento
utilizadas para o controle de peso; e avaliar a
percepção do grupo estudado sobre a
efetividade das formas de tratamento
utilizadas.
A realização deste estudo justificou-se,
portanto, pela possibilidade de contribuir com
a discussão de um tema de relevância para a
saúde dos indivíduos e, em especial, dos
adolescentes. Os seus resultados serão
disponibilizados para a escola onde foram
coletados os dados, podendo ser usados para
reflexões entre professores e estudantes,
inclusive com envolvimento de profissionais de
saúde, gerando possíveis ações positivas,
saudáveis e seguras. Para as pesquisadoras,
a realização deste estudo contribuiu para
ampliar a sua compreensão do papel
importante dos profissionais de Educação
Física e Nutrição junto ao trabalho de
promoção da saúde dos adolescentes.
Lipoaspiração MATERIAIS E MÉTODOS
A lipoaspiração é uma cirurgia
essencialmente estética que não promove a
perda de peso, já que corresponde à
aspiração de depósitos de gordura por meio
de um tubo introduzido através de uma incisão
de 1 a 2 cm, nos tecidos adiposos (Mahan e
Escott-Stump, 2005).
A partir dessas considerações surgiu o
interesse de conhecer as formas de
tratamento do sobrepeso ou obesidade
utilizadas por estudantes cursando o Ensino
Médio. Foi, então, formulada a seguinte
pergunta de investigação: Quais as formas de
tratamento do sobrepeso ou obesidade
utilizadas por estudantes do Ensino Médio de
uma escola pública de Salvador, Bahia? A
partir desse questionamento, decidiu-se
realizar o presente estudo quanti-qualitativo, O presente estudo quanti-qualitativo
foi realizado com o objetivo de identificar as
formas de tratamento do sobrepeso ou
obesidade utilizadas por estudantes do 3o ano
do Ensino Médio de uma escola pública de
Salvador, Bahia. Segundo Minayo (1994), o
método quantitativo visa descrever uma
variável quanto a sua tendência central e
descrever a sua freqüência em grandes
populações. Para Polit e Hungler (1995), o
pesquisador que utiliza a técnica qualitativa
coletará e analisará materiais compatíveis com
as percepções da população estudada,
demonstrando, assim, a subjetividade dos
seres humanos.
O campo de pesquisa utilizado para o
estudo foi o Colégio Estadual Thales de
Azevedo (CETA), inaugurado em 1997 e
cirúrgico deve ingerir apenas alimentos
líquidos e pastosos durante as seis primeiras
semanas e, em seguida, fazer um regime de
três refeições, constituídas por alimentos de
alta densidade nutricional, por dia (Mahan e
Escott-Stump, 2005).
A derivação gástrica, por inutilizar a
porção inferior do estômago, pode levar o
paciente a apresentar a síndrome de
“dumping”. Quando um indivíduo permanece
com um regime alimentar normal mesmo após
se submeter a uma cirurgia de derivação, o
alimento não é liberado gradualmente para o
jejuno, mas é “jogado” nele de 10 a 15 minutos
após a ingestão. Este fato provocará uma
resposta fisiológica devido à presença, no
jejuno, de alimento que não foi digerido,
constituindo, assim, a síndrome de “dumping”.
Alguns sintomas são taquicardia, sudorese e
dor abdominal (Mahan e Escott-Stump, 2005).
Mandíbulas
amarradas
maxilomandibular)
(fixação
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localizado no bairro Costa Azul, da Cidade de
Salvador, Bahia. O Colégio funciona nos três
turnos e atende, em média, a 1800 alunos,
divididos em 51 turmas de 1o, 2o e 3o anos do
Ensino Médio. Possui uma clientela bastante
diversificada,
englobando
estudantes
econômica e socialmente carentes, bem como
aqueles considerados de classe média,
transferidos de escolas particulares.
Inicialmente
foi
entregue
pelas
pesquisadoras um ofício ao diretor do CETA,
em nome da Coordenação do curso de Pós-
Graduação Lato-Sensu da Universidade Gama
Filho sobre Obesidade e Emagrecimento,
solicitando a liberação do campo de estudo,
apresentando o objetivo da pesquisa e
justificando a sua realização. Uma vez obtida
essa permissão, as pesquisadoras, sendo uma
delas professora de Educação Física do
referido Colégio, deram-lhe as explicações
necessárias sobre o estudo e obtiveram do
mesmo todo apoio necessário para o acesso
aos alunos.
Foram
elaborados
Termos
de
Consentimento Livre e Esclarecido, os quais
foram assinados pelo diretor do Colégio e
pelos alunos, com garantias de manutenção
do anonimato dos entrevistados e uso dos
dados para fins científicos, respeitando, assim,
os aspectos éticos abordados na Resolução
196/96, do Conselho Nacional de Saúde, que
consiste em normas regulamentadoras da
pesquisa envolvendo seres humanos. Essa
Resolução engloba os quatro princípios
básicos da bioética: autonomia, a não
maleficência, a beneficência e a justiça,
buscando garantir direitos e deveres
relacionados à comunidade científica, aos
sujeitos da pesquisa e ao Estado.
O grupo estudado foi constituído por
duzentos e cinqüenta e um estudantes do
Ensino Médio, matriculados nos turnos
matutino e vespertino que estavam presentes
na sala durante a aula de Educação Física,
nos dias 08 e 09/05/2008. Todos aceitaram
participar da pesquisa e assinaram o Termo de
Consentimento.
Os dados foram coletados através de
um questionário previamente estruturado pelas
pesquisadoras, contendo questões objetivas e
subjetivas,
englobando
variáveis
características da população de estudo (faixa
etária e gênero) e variáveis referentes à
ocorrência e às formas de tratamento do
sobrepeso ou obesidade. Entre estas: o grau
de satisfação dos estudantes sobre seu peso
atual; a presença de sobrepeso ou obesidade
em algum momento da vida; as formas de
tratamento utilizadas para o controle de peso e
a avaliação dos resultados dos tratamentos
utilizados (APÊNDICE A).
Os estudantes foram abordados pelas
pesquisadoras na própria sala durante a aula
de Educação Física, em companhia da
professora da disciplina. As autoras da
pesquisa se apresentaram, explicando-lhes os
objetivos do estudo e solicitaram a sua
participação.
Após
concordância
dos
estudantes, lhes foi entregue o questionário, o
qual foi imediatamente preenchido, seguido da
assinatura do Termo de Consentimento.
Os dados coletados foram codificados
em planilha, desenhada especialmente para o
questionário
aplicado.
Concluído
o
armazenamento e feita a revisão para garantir
a coerência interna do trabalho, os dados
foram apresentados na forma de gráficos e
tabelas de freqüência em percentuais, com o
uso de softs apropriados Word/Excel.
A análise dos dados obtidos foi
construída com base nos objetivos propostos
para o estudo e no referencial teórico
apresentado. Também foram apresentadas as
conclusões do estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Características do grupo estudado
Participaram
deste
estudo
251
estudantes do Ensino Médio do Colégio
Estadual Thales de Azevedo, da cidade de
Salvador, Bahia, no mês de maio de 2008 nos
turnos matutino e vespertino.
A idade do grupo estudado variou de
15 a 18 anos, com 96,75% (238/246) e 3,25%
(08/246) com 19 e 20 anos. Cinco estudantes
não informaram a idade. Gráfico 1.
Conforme demonstrado abaixo, a
quase
totalidade
do
grupo
estudado
encontrava-se no período de vida denominado
adolescência, que se estende dos 10 aos 19
anos completos, segundo a OMS (WHO,
1995). Trata-se de um estágio de vida
singular, que se caracteriza por intensas
mudanças no crescimento físico, maturação
sexual e desenvolvimento psicossocial.
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8
3,25%
15 a 18 anos
19 a 20 anos
238
96,75%
Gráfico 1 – Distribuição dos estudantes
segundo a faixa etária, em uma escola pública
de Salvador, BA. Maio. 2008.
Essas transformações ocorrem em um
dado ambiente familiar, cultural e social,
determinante, em grande parte, da conduta
dos adolescentes. Por essa razão, os
estudiosos dessa faixa etária, nas últimas
décadas, têm afirmado que esses indivíduos
merecem atenção e cuidados especiais da
família, escola, profissionais de saúde e da
sociedade como um todo (Jacobson, 1998;
Vitolo, 2003; Costa e Souza, 2005)
Na distribuição por gênero, observou-
se um maior número de estudantes do gênero
feminino, atingindo 58,57% do total (147/251).
Gráfico 2.
104
41,43%
147
58,57%
Gênero feminino
Gênero masculino
Gráfico 2 – Distribuição dos estudantes de
acordo com o gênero, em uma escola pública
de Salvador, BA. Maio. 2008.
Grau de satisfação do grupo estudado em
relação ao seu peso atual
O Gráfico 3 apresenta a distribuição
dos estudantes segundo o grau de satisfação
com o seu peso atual, demonstrando uma
freqüência de 41% (104/251) de estudantes
insatisfeitos.
104
41%
Satisfeitos
147
59%
Insatisfeitos
Gráfico 3 - Distribuição dos estudantes
segundo o grau de satisfação com o seu peso
atual, em uma escola pública de Salvador, BA.
maio 2008.
Em relação ao motivo da insatisfação
com o peso atual, 54,90% (56/102) dos
estudantes se achavam acima do peso,
enquanto 38,24% (39/102) denominaram-se
magros(as). Tabela 1.
No estudo realizado por Santos (2000)
sobre o comportamento alimentar de 219
adolescentes, de ambos os gêneros, que
freqüentavam as praças de alimentação dos
shoppings centers de Salvador, BA, os
resultados também indicaram um percentual
elevado de adolescentes insatisfeitos com o
peso atual (56,6%); nesse subgrupo, 64,5%
achavam-se acima do peso desejado e 35,5%
abaixo.
Já no estudo de Assis e colaboradores
(2003), sobre a representação social do ser
adolescente enquanto passo decisivo na
promoção da saúde, apenas 2,3% dos
estudantes
participantes
declararam-se
insatisfeitos com o próprio corpo. Contudo “ser
gordo(a)” foi um dos atributos mais citados
com referência à insatisfação com a imagem
corporal.
É
comum
os
adolescentes
manifestarem uma insatisfação com a sua
aparência física, em razão do sentimento de
estranheza com as modificações do seu
próprio corpo. Ou seja, o adolescente é
obrigado a adotar um novo corpo, uma nova
mente, além de outras atitudes sociais. Nesse
enfrentamento do luto do corpo infantil, sob a
influência de fatores sociais, culturais e
estéticos, entre outros, as adolescentes, em
geral, buscam um corpo magro, enquanto os
adolescentes um maior ganho de peso,
sobretudo de massa muscular (Vitolo, 2003;
Souza e Hastenpflug, 2005).
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Tabela 1 – Distribuição dos motivos de insatisfação dos estudantes com o seu peso atual, em uma
escola pública de Salvador, BA. Maio. 2008.
Motivos de insatisfação com o peso atual
No
%
Acima do peso
Magro(a)
Acúmulo de gordura abdominal
Massa muscular insuficiente ou sem rigidez
Muito forte
Estrutura corporal desproporcional 56
39
03
02
01
01 54,90
38,24
2,94
1,96
0,98
0,98
Total*
* 02 estudantes não responderam. 102 100
Ao serem questionados sobre a
presença de sobrepeso ou obesidade em
algum momento da sua vida, 48% (120/251)
dos participantes do presente estudo
responderam afirmativamente. Gráfico 4.
131
52%
120
48%
Já estiveram acima do peso
Nunca estiveram acima do peso
Gráfico 4 - Distribuição dos estudantes
segundo a presença de sobrepeso ou
obesidade em algum momento da vida, em
uma escola pública de Salvador, BA. Maio.
2008.
Este dado está de acordo com o que
tem sido demonstrado por estudiosos e
Organismos internacionais sobre a presença e
o crescimento da prevalência do sobrepeso e
obesidade em diferentes países, atingindo
todas as idades, classes sociais, etnias e
gênero (Francischi e colaboradores 2000;
Pinheiro, Freitas e Corso, 2004).
Segundo Costa, Leão e Werutsky
(2002) os inquéritos nacionais de 1974 e 1989
revelaram que, em relação às demais faixas
etárias, o aumento do percentual de obesidade
e diminuição da desnutrição foi mais elevado
entre os adolescentes. Magalhães, Azevedo e
Mendonça (2003) avaliaram a prevalência de
sobrepeso e obesidade entre adolescentes de
15 a 19 anos, nas regiões Nordeste e Sudeste,
com base nos dados da Pesquisa sobre
Padrões de Vida, inquérito alimentar realizado
pelo IBGE, entre 1996 e 1997. A prevalência
de sobrepeso e obesidade foi de 8,45% no
Nordeste e de 11,53% no Sudeste.
No estudo de Terres e colaboradores
(2006), sobre prevalência de sobrepeso e
obesidade
e
fatores
associados
em
adolescentes de Pelotas, Rio Grande do Sul,
foram identificados 5% de adolescentes
obesos e 20,9% com sobrepeso.
20
17%
100
83%
Estiveram acima do peso e fizeram tratamento
Estiveram acima do peso e nunca fizeram tratamento
Gráfico 5 - Distribuição dos estudantes
segundo a utilização ou não de tratamentos
para a redução do peso, em uma escola
pública de Salvador, BA. Maio. 2008.
O Gráfico 5 demonstra que 83%
(100/120) dos participantes do presente
estudo, com respostas afirmativas para
sobrepeso ou obesidade em algum momento
da vida, fizeram algum tipo de tratamento para
reverter essa situação. Na literatura específica,
existem dados suficientes demonstrando a
relação entre sobrepeso e obesidade com
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enfermidades (Francischi e colaboradores,
2000; Cury Júnior, 2002). No entanto,
tratando-se de um grupo de adolescentes, fica
difícil inferir sobre a razão da procura do
tratamento, se por questões de saúde ou
estética, entre outras.
já ter realizado algum tipo de procedimento
médico ou cirúrgico ou outros tipos de
tratamento. Alguns estudantes afirmaram ter
utilizado mais de um tipo de tratamento para
redução de peso. Gráfico 6.
Quanto às mudanças na alimentação
ou uso de dieta, Carneiro e colaboradores
(2000) encontraram um percentual de 50%
para essa variável, no seu estudo com 38
adolescentes obesos. Enquanto no estudo de
Terres e colaboradores (2006), 40,5% dos
participantes com sobrepeso faziam dieta,
bem como 16,2% dos participantes obesos.
Fonseca, Sichieri e Veiga (1998), em estudo
sobre os fatores associados à obesidade em
adolescentes, identificaram 9% de estudantes
masculinos que faziam dieta, enquanto que o
percentual feminino foi de 62,4%.
Formas de tratamento de sobrepeso ou
obesidade utilizadas pelos estudantes
O tratamento mais utilizado pelos
estudantes com o objetivo de perder peso foi o
aumento da atividade física ou prática de
exercícios, atingindo 45,11% (83/184) do total
de respostas. Seguiram-se as mudanças na
alimentação ou uso de dieta com 39,67%
(73/184), o uso de chás com 8,70% (16/184) e
o uso de medicamentos que representou
6,52% (12/184). Nenhum participante informou
Uso de m edicam entos
Uso de chás
6,52%
8,70%
39,67%
Mudança na alim entação ou uso de dieta
Aumento da atividade física ou prática de
exercícios
0%
45,11%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Gráfico 6 - Distribuição dos tipos de tratamento realizados pelos estudantes para a redução do peso,
em uma escola pública de Salvador, BA. Maio. 2008.
A Tabela 2 apresenta os tipos de
atividade física e/ou prática de exercícios
realizados pelos estudantes com o objetivo de
perder peso. Alguns deles afirmaram ter
aderido a mais de um tipo de atividade ou
exercício. Em destaque, a freqüência à
academia (36%) e a prática de esportes
(32%).
Tabela 2 - Distribuição dos tipos de atividade física e/ou prática de exercícios realizados pelos
estudantes para perder peso, em uma escola pública de Salvador, BA. Maio. 2008.
Tipos de atividade física e/ou prática de exercícios
No
%
Freqüência à academia
Prática de esportes
Caminhadas ou exercícios domiciliares
Prática de dança 36
32
31
01 36
32
31
1
Total 100 100
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ISSN 1981-9919 versão eletrônica
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w w w . i b p e f e x . c o m . b r - w w w . r b o n e . c o m . b r
Os participantes
mudança na alimentação
seguiram
diferentes
modificações por conta
80,26% dos estudantes
que utilizaram a
ou uso de dieta
orientações.
As
própria atingiram
(61/76) e, dentre
estes,
3,28%
(2/61)
seguiram
dietas
encontradas em revistas (dietas da Lua e da
USP). Alguns estudantes fizeram mudanças
alimentares seguindo mais de uma orientação.
Tabela 3.
Tabela 3 - Distribuição dos tipos de orientações seguidas pelos estudantes para modificar a sua
alimentação ou dieta, em uma escola pública de Salvador, BA. Maio. 2008.
Tipos de orientações para modificar a alimentação/dieta
No
%
Orientações pessoais (por conta própria)
Orientações médicas
Orientações do nutricionista
Total*
* 01 estudante não respondeu.
No estudo realizado por Carneiro e
colaboradores (2000), 73,4%, dos 19
adolescentes que fizeram tratamento dietético,
tiveram o acompanhamento de um profissional
de saúde.
No que diz respeito ao uso de chás
como recurso para perder peso, a Tabela 4
61
09
06 80,26
11,84
7,90
76 100
enumera os responsáveis pelas indicações
apontadas pelos estudantes. Do total com
respostas, 40% (6/15) afirmaram ter feito esse
tipo de tratamento por indicação de
amigos/vizinhos.
Tabela 4 - Distribuição dos responsáveis pelas indicações para o uso de chás pelos estudantes, em
uma escola pública de Salvador, BA. Maio. 2008.
Responsáveis pelas indicações
No
%
Amigos/vizinhos
Conta própria
Médico
Mãe/avó
Nutricionista
Programa de TV
Total*
* 01 estudante não respondeu.
Quanto aos locais ou meios utilizados
para conseguir os chás, as farmácias e outros
estabelecimentos de venda desses produtos
tiveram uma freqüência de 66,68% (12/18) e
06
03
02
02
01
01 40,00
20,00
13,33
13,33
6,67
6,67
15 100
os quintais atingiram 16,67% (3/18). Alguns
participantes
deste
presente
estudo
responderam que adquiriram os chás em mais
de um local. Tabela 5.
Tabela 5 - Distribuição dos locais ou meios utilizados para aquisição de chás pelos estudantes, em
uma escola pública de Salvador, BA. Maio. 2008.
No
%
Locais ou meios utilizados para aquisição de chás
Farmácia ou outros estabelecimentos de venda
Quintal
Amigos
Revistas
Conta própria
Total*
* 01 estudante não respondeu.
12
03
01
01
01 66,68
16,67
5,55
5,55
5,55
18 100
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w w w . i b p e f e x . c o m . b r - w w w . r b o n e . c o m . b r
Esses dados não estão de acordo com
aqueles encontrados por Annichino e
colaboradores (1986), em estudo realizado
sobre uso de plantas medicinais pela
população, em 1981, onde os quintais foram
os locais mais citados como fonte de obtenção
de plantas medicinais, seguidos pelas
farmácias.
A Tabela 6 relaciona os tipos de chás
consumidos pelos estudantes que utilizaram
esse recurso com o objetivo de perder peso. O
chá de sene e o chá verde atingiram os
mesmos percentuais de utilização pelos
estudantes (25%), seguidos pelos chás de 7
ervas (12,50%) e de quebra pedra e preto
(8,33%). Alguns estudantes disseram que
utilizaram mais de um tipo de chá.
Tabela 6 - Distribuição dos tipos de chás utilizados pelos estudantes para perder peso, em uma
escola pública de Salvador, BA. Maio. 2008.
No
%
Tipos de chás
Sene
Verde
7 ervas
Quebra-pedra
Preto
Chá emagrecedor
Jamelão
Hibisco
Bugre
Carqueja 06
06
03
02
02
01
01
01
01
01 25,00
25,00
12,50
8,33
8,33
4,17
4,17
4,17
4,17
4,17
Total* 24 100
* 01 estudante informou apenas a marca do chá e não o chá utilizado.
A carqueja e a quebra-pedra, ao
contrário dos resultados apresentados, figuram
entre as plantas medicinais mais citadas por
utilização ou conhecimento de utilidade no
estudo de Annichino e colaboradores (1986).
Também Marchese e colaboradores (2004)
afirmaram que a carqueja ficou em quarto
lugar entre as ervas mais consumidas no seu
estudo sobre o perfil dos consumidores de
plantas medicinais. Dentre os tipos de chás
utilizados pelos participantes deste estudo, os
chás de quebra-pedra, jamelão e bugre não
apresentaram,
na
literatura,
função
emagrecedora.
Quanto à utilização de medicamentos
para a perda de peso, 50% dos estudantes
(6/12) afirmaram ter recorrido a esse recurso
por indicação de amigos, colegas ou vizinhos.
Nas outras indicações apareceram o médico,
os parentes ou por conta própria com igual
percentual (16,67%). Gráfico 7.
Parentes 16,67%
Conta própria 16,67%
Médico 16,67%
50%
Amigos/colegas/vizinhos
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Gráfico 7 - Distribuição dos tipos das indicações para o uso de medicamentos pelos estudantes, em
uma escola pública de Salvador, BA. Maio. 2008.
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No
estudo
de
Carneiro
e
colaboradores (2000), o percentual encontrado
para uso de medicações prescritas por
profissionais de saúde foi igual a 77,8% dos 9
pacientes que já tinham feito uso de
medicação.
Ao serem questionados sobre o local
de compra dos medicamentos, a quase
totalidade dos estudantes indicou as farmácias
e outros estabelecimentos de venda desses
produtos. Um estudante apenas indicou a
própria casa. A Tabela 7 apresenta a
distribuição dos produtos utilizados pelos
estudantes para perder peso e considerados
por eles como medicamentos. Entretanto,
nenhum dos produtos referidos possui
componentes considerados, pela literatura,
drogas que verdadeiramente tratam a
obesidade.
Tabela 7 - Distribuição dos tipos de produtos considerados medicamentos e utilizados pelos
estudantes para perder peso, em uma escola pública de Salvador, BA. Maio. 2008.
Tipos de produtos/medicamentos
Herbalife
Bio redux
Diet shake
In natura
Lacto purga
Diurético
Comprimido à base de ervas
No %
02
01
01
01
01
01
01 15,39
7,69
7,69
7,69
7,69
7,69
7,69
Total*
08
100
* 05 estudantes não responderam e um estudante utilizou 02 tipos de medicamentos.
O diet shake é um substituto de
refeições que oferece ao organismo os
nutrientes necessários, porém com menor
ingesta de calorias. A afirmação de que esse
shake substitui por completo todos os
nutrientes de uma dieta balanceada não é
precisa. Além disso, a substituição das
refeições por esse shake torna a dieta
monótona, levando à sua desistência
(Nutrição, 2006).
Bio redux possui fibras de origem
animal que não são digeridas pelo organismo,
ou seja, passam pelo trato gastrintestinal sem
sofrer alterações. Se ingeridas antes das
refeições, transformam-se em gel ao atingir o
estômago; em seguida, englobam as gorduras
da alimentação e são eliminadas juntamente
com as fezes (Corpo, 2006).
Avaliação dos resultados dos tratamentos
utilizados para perder peso
Do total de estudantes que utilizaram
algum tipo de tratamento para perder peso,
64% (64/100) avaliaram os resultados obtidos.
Neste subgrupo, 62,5% (40/64) declararam-se
satisfeitos com os resultados atingidos,
enquanto 37,5% (24/64) demonstraram
insatisfação. Gráfico 8.
24
37,50%
40
62,50%
Satisfeitos com os resultados
Insatisfeitos com os resultados
Gráfico 8 - Distribuição dos estudantes
segundo o grau de satisfação quanto aos
resultados obtidos nos tratamentos para
perder peso, em uma escola pública de
Salvador, BA. Maio. 2008.
Os
estudantes
também
foram
questionados quanto à ocorrência de
complicações durante o(s) tratamento(s) por
eles realizado(s) para perder peso. Do total de
estudantes com respostas (59/100), 11,86%
responderam afirmativamente (7/59). Gráfico
9.
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w w w . i b p e f e x . c o m . b r - w w w . r b o n e . c o m . b r
7
11,86%
52
88,14%
Tiveram complicações
Não tiveram complicações
Gráfico 9 - Distribuição dos estudantes
segundo a ocorrência de complicações
durante tratamento para perder peso, em uma
escola pública de Salvador, BA. Maio. 2008.
Os
tipos
de
complicações
apresentadas pelo subgrupo com respostas
afirmativas (7/59) estão apresentados no
Gráfico 10. As tonturas, dores de barriga e de
cabeça atingiram 50% das indicações. Todos
os estudantes desse subgrupo fizeram dieta
por conta própria; 1 estudante utilizou
medicamentos e chás por indicação de
amigos; 1 utilizou medicamentos por indicação
de colega e chá por indicação de amigos.
Alguns
estudantes
apresentaram
complicações em comum.
Dentre as complicações apresentadas
pelos estudantes durante o tratamento, três
delas são citadas na literatura: mudanças de
humor, tonturas e cefaléia (Mahan e Arlin,
1995; Damiani, Damiani e Oliveira, 2002). Não
foram encontradas referências sobre as outras
complicações citadas.
desmaios/mal estar 12,50%
aumento de peso 12,50%
desânimo/tristeza 12,50%
enjôo 12,50%
tonturas 25%
dores de barriga e de cabeça 25%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
Gráfico 10 - Distribuição dos tipos de complicações apresentados pelos estudantes durante
tratamento para perder peso, em uma escola pública de Salvador, BA. Maio. 2008.
CONCLUSÂO
A análise e discussão dos resultados
obtidos no presente estudo permitiram
conhecer as formas de tratamento do
sobrepeso ou obesidade, utilizadas por um
grupo de estudantes de uma escola pública de
Salvador, Bahia. Constatou-se que:
- Os estudantes participantes tinham entre 15
e 20 anos, sendo 96,75% adolescentes (15 a
18 anos); 58,57% eram do gênero feminino.
- Em relação ao peso atual, 41% dos
estudantes declararam-se insatisfeitos; entre
os motivos dessa insatisfação, o excesso de
peso atingiu 54,9% e a magreza 38,24%.
- Do total, 48% dos estudantes já tinham
apresentado excesso de peso em algum
momento da vida, sendo que, neste subgrupo,
83% tinham feito algum tipo de tratamento.
- O aumento da atividade física ou prática de
exercícios físicos foi o tratamento mais
utilizado pelos estudantes (45,11%) com o
objetivo de perder peso, seguido pela
mudança na alimentação (39,67%), uso de
chás (8,7%) e uso de medicamentos (6,52%).
Alguns estudantes utilizaram mais de um tipo
de tratamento.
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w w w . i b p e f e x . c o m . b r - w w w . r b o n e . c o m . b r
- No subgrupo de estudantes que utilizaram as
mudanças na alimentação para perder peso,
80,26% fizeram dieta por conta própria. Entre
os que usaram chás, os amigos/vizinhos foram
os responsáveis por 40% das indicações; o
chá de sene e o chá verde foram os tipos mais
utilizados, atingindo 50% das indicações.
- No subgrupo que utilizou medicamento para
perder peso, 50% dos estudantes foram
orientados por amigos, colegas e vizinhos,
sendo a farmácia o local de compra utilizado.
Os tipos de produtos indicados não se incluem
entre as drogas citadas pela literatura
específica para tratar o excesso de peso.
- Entre os estudantes que fizeram tratamento e
avaliaram os resultados, 62,5% declararam-se
satisfeitos por terem atingido o objetivo.
- A presença de complicações durante o
tratamento foi confirmada por 11,86% dos
estudantes; tontura, dor de barriga e de
cabeça atingiram 50% das indicações.
- No presente estudo, as mudanças na
alimentação ou dieta e o aumento da atividade
física ou exercícios físicos se destacaram
entre as principais formas de tratamento
usadas pelos estudantes no combate ao
excesso de peso. Apesar da falta de
acompanhamento profissional na grande
maioria do grupo, a adoção dessas práticas é
defendida pelos estudiosos na atualidade, por
constituirem-se nas duas principais estratégias
no controle e manutenção do peso.
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Recebido para publicação em 18/10/2008
Aceito em 20/11/2008
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w w w . i b p e f e x . c o m . b r - w w w . r b o n e . c o m . b r
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO
Prezado(a) estudante,
Solicitamos a sua colaboração para o preenchimento desse questionário, onde constam
algumas perguntas sobre as formas de tratamento do sobrepeso ou obesidade utilizadas por
estudantes, que constitui o objeto de estudo que ora desenvolvemos. Agradecemos a sua
colaboração, garantindo-lhe que os dados obtidos serão confidenciais, preservando a sua identidade.
Atenciosamente, as alunas concluintes do Curso de Pós-Graduação em Obesidade e Emagrecimento
da Universidade Gama Filho,
..........................................
Giovana C. Lira
............................................ .........................................
Terezinha E. C. de Castro
Ana Rita Gonzales
IDENTIFICAÇÃO
1. Sexo: ( ) M
( ) F
2. Idade: ________
3. Escola onde estuda:
( ) Pública
( ) Privada
FORMAS DE TRATAMENTO DO SOBREPESO OU OBESIDADE UTILIZADAS POR ESTUDANTES
4. Como você se sente em relação ao seu peso atual?
( ) Satisfeito(a)
( ) Insatisfeito(a)
( ) Outro: _______________
Se insatisfeito(a), por quê?
( ) Se acha muito magro(a)
( ) Se acha acima do peso
( ) Outro: ___________________________________________________________
5. Em algum momento da sua vida, você já esteve ou já se sentiu acima do peso desejado ou
obeso(a)?
( ) Sim
( ) Não
Se Sim, você utilizou algum tipo de tratamento para reverter esta situação?
( ) Sim
( ) Não
Se Sim, qual foi o tipo de tratamento utilizado?
( ) Mudança na alimentação ou uso de dieta
( ) Aumento da atividade física ou prática de exercícios
( ) Uso de medicamentos
( ) Uso de chás ou ervas
( ) Realizou algum tipo de procedimento médico ou cirúrgico
( ) Outros (citar):_____________________________________________________
Se fez dieta:
( ) Seguiu orientações médicas
( ) Seguiu orientações do nutricionista
( ) Fez modificações por conta própria
( ) Outros:__________________________________________________________
Se aumentou a atividade física ou a prática de exercícios:
( ) Foi para a academia
( ) Passou a praticar um esporte
( ) Passou a fazer caminhadas
( ) Outros:__________________________________________________________
Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.2, n. 11, p.446-466, Set/Out. 2008. ISSN 1981-9919.466
Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento.
ISSN 1981-9919 versão eletrônica
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Se fez uso de medicamentos:
Quem indicou? _______________________________________________________
Onde adquiriu? _______________________________________________________
Qual(is) o(s) nome(s) ou tipo(s) de medicamento(s) utilizado(s)? ________________
___________________________________________________________________
Se fez uso de chás ou ervas:
Quem indicou? _______________________________________________________
Onde adquiriu? _______________________________________________________
Qual foi o chá ou erva utilizado? _________________________________________
Se realizou procedimento médico ou cirúrgico:
Quem indicou? _______________________________________________________
Onde realizou? _______________________________________________________
Se fez outro(s) tipo(s) de tratamento, citá-lo(s):
_________________________________________________________________________________
_____________________________________________________
6. Se você fez algum tipo de tratamento para controle de peso, os resultados foram satisfatórios?
( ) Sim
( ) Não
Explique:____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
7. Se você fez algum tipo de tratamento para controle de peso, surgiu alguma complicação?
( ) Sim
( ) Não
Se sim, explique:______________________________________________________
___________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_____________________________________________________



1
Ana Rita Pereira de Almeida Gonzalez ,
1
Giovana Carvalhal de Sousa Lira ,
1
Terezinha Eugênia Cardoso de Castro
RESUMO ABSTRACT
Objetivo: Identificar as Formas de Tratamento
do Sobrepeso ou Obesidade utilizadas por
estudantes do Ensino Médio de uma Escola
Pública de Salvador, Bahia. Materiais e
Métodos: Foi feito um estudo quanti-
qualitativo, realizado em maio de 2008,
envolvendo um grupo de 251 estudantes do
Ensino Médio de uma Escola Pública de
Salvador, Bahia, de ambos os gêneros,
através de um questionário contendo questões
objetivas e subjetivas abordando as variáveis
selecionadas para o estudo; Resultados: Dos
251 estudantes, 120 já estiveram acima do
peso, 100 deles se utilizaram de formas de
tratamento
tais
como:
mudança
na
alimentação ou uso de dietas, aumento da
atividade física ou prática de exercícios, uso
de chás e medicamentos. Discussão: A
adolescência é um estágio de vida singular
que se caracteriza por intensas mudanças no
crescimento físico, maturação sexual e
desenvolvimento
psicossocial.
Essas
transformações ocorrem em um dado
ambiente
familiar,
cultural
e
social,
determinante, em grande parte, da conduta
dos adolescentes. Por essa razão, os
estudiosos dessa faixa etária, nas últimas
décadas, têm afirmado que esses indivíduos
merecem atenção e cuidados especiais da
família, escola, profissionais de saúde e da
sociedade como um todo; Conclusão: No
presente estudo, as mudanças na alimentação
ou dieta e o aumento da atividade física ou
exercícios físicos se destacaram entre as
principais formas de tratamento usadas pelos
estudantes no combate ao excesso de peso. Treatments of overweight or obesity used by
students of a public high school in Salvador,
Bahia
Palavras Chaves: Sobrepeso, Obesidade,
Estudantes, Escola.
1- Programa de Pós-Graduação Lato-Sensu
em
Obesidade
e
Emagrecimento
da
Universidade Gama Filho – UGF
Objective: To identify the Forms of Treatment
of overweight or obesity used by students of
Public High School
of Salvador, Bahia;
Materials and Methods: A quant-qualitative
study was made, carried through in May of
2008, involving a group of 251 students of
Public High School of Salvador, Bahia, of both
the sexes, through a questionnaire contend
objective
and
subjective
questions
approaching the variable selected for the
study; Results: Of the 251 students, 120
already had been above of the weight, 100 of
them if they had used of forms of treatment
such as: change in the feeding or use of diets,
increase of the physical or practical activity of
exercises, use of teas and medicines; Quarrel:
The adolescence is a period of training of
singular life that if characterizes for intense
changes in the physical growth, sexual
maturation and psychosocial development.
These transformations occur in familiar,
cultural and social, determinative data
surrounding, to a large extent, of the behavior
of the adolescents. Therefore, the scholars of
this age band, in the last decades, have
affirmed that these special individuals deserve
attention and cares of the family, school,
professionals of health and the society as a
whole; Conclusion: In the present study, the
changes in the feeding or diet and the increase
of the physical activity or physical exercises if
had detached among the main used forms of
treatment for the students in the combat to the
weight excess.
Key Words: Overweight, obesity, Students,
School
Endereço para correspondência:
E-mail: rita.sanchez@bol.com.br
E-mail: lira25@itelefonica.com.br
E-mail: terezinhaeugenia@ig.com.br
Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.2, n. 11, p.446-466, Set/Out. 2008. ISSN 1981-9919.447
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