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Pense nesta situação: você
foi ao médico e, por algum motivo, ele
pediu um exame de imagem do seu crânio, como uma ressonância magnética
ou uma tomografia computadorizada. No resultado você
descobre que está com um cisto no cérebro e
entra em pânico. Calma! Descobrir acidentalmente cistos cerebrais é
muito corriqueiro.
O cisto mais comum encontrado no cérebro é
o aracnoide, que também pode se desenvolver na medula espinhal.
Estima-se de 1 a 1.5% da população irá desenvolver um cisto
aracnoide, sendo mais prevalente em
homens que em mulheres.
Segundo o neurocirurgião, Dr. Iuri Weinmann, do Centro Neurológico Weinmann,
o cisto aracnoide se desenvolve no espaço entre o cérebro e a membrana
aracnoide, uma das três membranas
(meninges) que revestem o encéfalo e a medula espinhal. “O cisto
aracnoide, normalmente, é uma bolsa composta de líquido
cefalorraquiano. As paredes do cisto não
permitem a drenagem do líquido, portanto, o volume se acumula em seu
interior”.
Maioria dos pacientes é assintomático
O cisto aracnoide pode ser primário -
quando é congênito ou presente ao nascimento -; e secundário quando se
desenvolve mais tarde. Na maioria dos pacientes os cistos
aracnoides são achados nos exames de
imagem por acaso, justamente porque não geram sintomas.
“Entretanto, em alguns casos, dependendo
da localização e do tamanho, o cisto provocará alguns sintomas que podem
levar o paciente a procurar um médico. Quando ele se
desenvolve no cérebro pode causar dor de
cabeça, tontura, enjoo, vômitos, letargia, convulsões, problemas na
visão, audição, marcha, equilíbrio, atrasos no
desenvolvimento (em crianças) e demência
(em adultos)”, comenta Dr. Iuri.
Já quando o cisto se desenvolve na coluna,
pode causar dores nas costas, escoliose, enfraquecimento e espasmos
musculares, falta de sensibilidade nos braços ou pernas e
problemas para controlar a urina ou as
fezes.
Causas são diversas
Os cistos aracnoides congênitos são os
mais comuns e surgem, na maior parte dos casos, devido a alguma
malformação durante o desenvolvimento intrauterino. Já nos cistos
aracnoides secundários as causas são
variadas, como traumas encefálicos ou na coluna, complicações de
cirurgias no sistema nervoso central, meningites ou tumores.
Cistos sintomáticos são cirúrgicos
A maioria dos cistos aracnoides não requer
cirurgia, apenas acompanhamento clínico para avaliar o crescimento.
Mas, os que causam sintomas precisam ser retirados.
“Alguns cistos podem levar ao aumento da
pressão intracraniana, levar a crises convulsivas frequentes, assim como
podem se romper. Nestes casos, a cirurgia é indicada.
Em crianças, os cistos podem afetar o
desenvolvimento e, com isso, também podem ter indicação cirúrgica”,
afirma Dr. Iuri.
Entretanto, segundo o neurocirurgião, o
tratamento cirúrgico de um cisto aracnoide vai depender da localização,
do perfil do risco operatório, da disposição do paciente
em passar por uma cirurgia e da chance de
recorrência.
“Atualmente, a retirada dos cistos
aracnoides é feita por meio de cirurgia endoscópica que permite a
retirada do cisto ou ainda a criação de uma derivação para saída do
líquido. Por se tratar de uma técnica
minimamente invasiva, a recuperação é mais rápida e os riscos menores
quando comparados a uma cirurgia convencional”, diz Dr.
Iuri.
Prognóstico
Na maioria dos casos, após a cirurgia, o
paciente se recupera e terá uma vida normal, necessitando apenas fazer
um acompanhamento do pós-cirúrgico, assim como para
avaliar a chance de recorrência.
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