O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou nesta sexta-feira, 14, Acordo de Cooperação Técnica com o Hospital Sírio-Libanês para a realização de ações voltadas à melhoria de gestão, governança e qualidade das entidades filantrópicas, as chamadas Santas Casas, que atendam no Sistema Único de Saúde (SUS).
Em conjunto, as duas instituições propõem-se a estruturar um modelo de referência para diagnóstico, planejamento e implantação de melhorias operacionais e de gestão das entidades filantrópicas, bem como a definição de indicadores para acompanhamento das operações a serem financiadas pelo Banco.
O presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, destaca o valor da nova parceria. “O Sírio-Libanês vai apoiar o BNDES nos critérios de avaliação, condicionantes contratuais e suporte de qualidade de gestão, além dos indicadores e metodologias mais eficientes e modernos. O resultado desse acordo será uma grande contribuição para melhorar a qualidade do atendimento prestado à população”.
Segundo Oliveira, o BNDES já atua há alguns anos na área da saúde e a ideia é ampliar essa atuação, “não só pelo retorno econômico, mas, principalmente, pelo impacto social que os recursos aplicados nessa área podem ter no País”.
Primeiro parceiro definido pelo BNDES, o Sírio-Libanês integra o grupo de cinco hospitais reconhecidos como de excelência pelo Governo Federal, colaborando com o fortalecimento do SUS ao executar projetos do Ministério da Saúde por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS).
O Sírio-Libanês tem um trabalho extenso de parceria com o poder público na área da saúde, não só via PROADI-SUS, mas também pela gestão de cinco unidades de assistência hospitalar no Estado de São Paulo por meio do seu Instituto de Responsabilidade Social. O Sírio-Libanês atende mais de 15 mil pacientes por mês em seus serviços para a rede pública de saúde. “Essa parceria com o BNDES é uma importante oportunidade de o hospital exercer seu compromisso social, compartilhando sua experiência em gestão e ajudando a melhorar a saúde de todos os brasileiros”, explica Paulo Chapchap, diretor geral do Hospital Sírio-Libanês.
BNDES Saúde – Em operação desde 2010, o BNDES Saúde conta com uma carteira de contratos da ordem de R$ 2 bilhões para apoio a projetos de dois tipos: investimentos físicos e reestruturação financeira.
Destaca-se que o apoio à reestruturação financeira é particularmente relevante para as entidades filantrópicas que atendem no SUS tendo em vista o enfrentamento de um quadro persistente de endividamento elevado, causado por questões estruturais do setor.
A partir de um olhar para a sustentabilidade de longo prazo das instituições, o BNDES reorienta agora o foco do seu apoio para o financiamento a projetos de melhoria de gestão, com potencial de indução de ações efetivas para alterar a situação crônica de fragilidade financeira. A ideia é incentivar mudanças organizacionais rumo a uma maior autonomia financeira e, acima de tudo, promover a melhoria da qualidade da prestação de serviços de saúde para a população.
Entretanto, a natureza altamente especializada da gestão em saúde impõe um desafio considerável para a atuação operacional do BNDES. Por esse motivo, o Banco tem buscado parcerias para rever o desenho do programa e obter suporte técnico para a formatação, análise e acompanhamento dos projetos, que poderá envolver a elaboração de manuais, cursos e até assistência técnica personalizada para as instituições.
Nesse sentido, é de fundamental importância o Acordo de Cooperação Técnica estabelecido com o hospital Sírio-Libanês, referência no país em práticas de governança e gestão em saúde.
Essa parceria também se conecta a outras ações que o BNDES vem desenvolvendo em cooperação com o Ministério da Saúde, demonstrando alinhamento das políticas públicas voltadas ao setor. Além da maior efetividade nas ações do BNDES, a parceria é também um canal de difusão de melhores práticas de gestão, governança e qualidade assistencial em saúde. Ganhos de qualidade nos serviços de saúde se traduzem em desenvolvimento econômico e social, com uma maior qualidade de vida da população.
Instituições Filantrópicas – No Brasil, cerca de 75% da população depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). As instituições filantrópicas de saúde são parte fundamental da rede de prestadores de serviços e da organização desse sistema.
Com mais de 2.000 unidades hospitalares, o segmento é responsável por aproximadamente 37% dos leitos disponíveis e 42% das internações hospitalares. Nos serviços de média e alta complexidade, essas instituições são ainda mais importantes, respondendo por 60% das internações no SUS em todo o país.
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