Por Prof. Dr. Mario Louzã, médico psiquiatra, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha. Membro Filiado do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (CRMSP 34330)
Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2017, o País superou a marca de 30 milhões de idosos. A previsão é de que, em 2042, a população brasileira atinja 232,5 milhões de habitantes, sendo 57 milhões de idosos (24,5%).
No início do século XX, a expectativa de vida era de cerca de 40 anos. Hoje, gira em torno dos 75-85 anos, principalmente nos Países desenvolvidos. Os avanços da Medicina, ao longo do século XX, e agora no século XXI, contribuíram de modo muito claro para essa longevidade: descoberta das causas de várias doenças e respectivos tratamentos; criação de vacinas; novas tecnologias; mudança de foco de várias áreas da Medicina para a prevenção das doenças; entre outros.
O próprio conceito de idoso já mudou, uma vez que uma pessoa de 60, há cerca de 20 anos, era considerada “velha”. Atualmente, quem tem 60-70 anos pode estar física e mentalmente saudável, com plena disposição para trabalhar, viajar, praticar esportes e namorar. Trata-se de uma população que quer continuar ativa, e está longe de “se aposentar da vida”. Pelo contrário. A maioria das pessoas dessa faixa etária enxerga essa fase como uma oportunidade para, enfim, se divertir!
Terceira idade com qualidade de vida
O desafio é “fazer do limão uma limonada”, uma vez que envelhecer implica em se ajustar continuamente a um lento processo de perdas físicas, psicológicas e cognitivas, e muito da velhice saudável depende da aceitação dessa condição.
Infelizmente, no Brasil, chegar aos 70 ou 80 anos com tranquilidade financeira é para poucos. Ao chegar na aposentadoria, a maioria dos brasileiros passa a receber um valor muito abaixo da receita que tinha quando trabalhava. Quem não guardou dinheiro ou fez uma previdência privada, e passa a contar apenas com a aposentadoria, provavelmente terá que continuar trabalhando por conta própria para garantir um extra todo mês, ou precisará reduzir bastante seu padrão de vida.
Daí a importância de, desde cedo, se planejar financeiramente e cuidar da saúde mental (ler, frequentar eventos sociais e culturais, etc) e da saúde física (realizar check-up periodicamente, praticar atividade física e adotar uma alimentação saudável). Chegar à terceira idade com dinheiro, boa saúde e oportunidade de fazer o que quiser é uma realidade possível nos dias de hoje. Bem diferente de 20 anos atrás, quando “uma senhora de 60 anos” passava sua velhice fazendo tricô em uma cadeira de balanço.
NE.
O conhecimento empírico do dr. é louvável, além de sua formação, mas não tão genérico esse envelhecer e ele ocorre nos países desenvolvidos. Como também temos informações de que muitas pessoas chegavam a velhice, além dos 60 anos. Novamente, como ele mesmo aponta, as pessoas com boa alimentação, com acesso a médico particular, remédios da época.
O avanço da medicina é bastante relativo, não acredito nele com todas as características e vejo como genérico. O aumento da população, o saneamento básico que, ainda é, baixo no Brasil aliado a tecnologia que se desenvolveu junto com a medicina. Sim, são dois componentes que alicerçaram à saúde. As vacinas é um salto, sem dúvida, mas ocorre no século XIX, com Jansen na luta contra a varíola e não parou mais.
Vejo, a medicina preventiva, como a maior "revolucionária" para a longevidade, as práticas de exercícios e nutrição, as vitaminas que os médicos não acreditam, os tratamento "alternativos" que também não gostam de acreditar, a Homeopatia, Vegetarianismo e muitas outras técnicas estão melhorando a qualidade de vida.
A longevidade perde para a qualidade do ar, dos alimentos, do barulho e do trabalho estafante que ao meu ver era a maior causa de mortandade da humanidade e quando começou a se tornar mais humanitária, jornadas menores, crianças proibidas de trabalhar, salários por insalubridade, processo, férias e salários melhores. Isso, sim trouxe mais vida, mais tempo, a aposentadoria, péssima, para os pobres, que ainda sofrem. Mas, é alento, é vida.
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