Aprenda a diminuir os pensamentos e as emoções perturbadoras e adquira naturalmente uma vida feliz e tranquila.
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NISARGAN
Formado em Medicina na UNICAMP em 1979, trabalhou inicialmente como psiquiatria.
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A tão sonhada felicidade está dentro de cada indivíduo; o problema é que para acessá-la é necessário diminuir o turbilhão de pensamentos ruidosos da mente. A questão é: como fazer isso?
O fato é que o ser humano tem em média de 50 a 60 mil pensamentos desnecessários por dia! E o pior é que a grande parte deles são perturbadores, obsessivos e destrutivos. Eles geram medo, insegurança, ansiedade, tristeza e outras emoções desagradáveis, e têm o poder de desencadear uma série de desconfortos físicos e emocionais. E, dessa maneira, cada vez mais a felicidade se distancia e faz o indivíduo acreditar que ela é algo inatingível.
A definição no dicionário de felicidade é: estado de uma consciência plenamente satisfeita; satisfação, contentamento, bem-estar.
Na filosofia a felicidade é definida como um estado de quem é feliz, uma sensação de bem-estar e contentamento, que pode ocorrer por diversos motivos. A felicidade é um momento durável de satisfação, onde o indivíduo se sente plenamente feliz e realizado, um momento onde não há nenhum tipo de sofrimento.
Essas definições consideram a felicidade como sendo apenas o “cume da montanha”, sem considerar o crescendo da felicidade ao longo do processo de subida da montanha. Porém, é importante considerá-la como um processo, ou seja, ela pode se manifestar cada vez mais à medida que o indivíduo muda passo a passo certas condições internas.
Uma das maneiras de subir essa “montanha da felicidade”, e sentir um bem-estar crescente ao longo da vida, é diminuir progressivamente os ruídos internos de pensamentos perturbadores por meio da meditação. O médico psiquiatra e instrutor de meditação, Nisargan, ensina como a meditação pode levar o indivíduo a acessar a felicidade, trazendo bem-estar, harmonia, leveza e tranquilidade no dia a dia.
“No silêncio mental, o que implica em observação da realidade presente e, ao mesmo tempo, em ausência de julgamentos sobre o que observamos, aflora nosso Estado natural de bem-estar, de repouso, de confiança e de felicidade. Assim, enquanto tivermos ruídos incessantes na mente, a felicidade continuará sendo realmente inatingível ou, no máximo, fugaz e circunstancial”, conta.
De acordo com Nisargan, há uma relação inversa em perceber a realidade do momento e a quantidade de pensamentos perturbadores.
“Quanto mais estivermos perceptíveis ao que está acontecendo no momento, colocando de lado os julgamentos a respeito, menos pensamentos perturbadores teremos, e a consequência disso são estados internos mais agradáveis.
“É claro, a consciência da realidade do momento, ou consciência do aqui e agora, inclui a consciência de nós mesmos. Perceber as nossas reações, medos, racionalizações, emoções, os disfarces em relação aos outros e a nós mesmos... perceber tudo sem julgamento. E é essa consciência não julgadora que permite o fluxo de ações que desencadeia transformações positivas naturais”, explica o instrutor.
Para deixar bem claro, quando o indivíduo está atento à realidade de si mesmo e ao mesmo tempo à realidade externa, ele age a partir de suas percepções, e não a partir de seus condicionamentos. Dessa maneira, ele não fica inerte, e sim flui harmoniosamente com o que a vida lhe apresenta. O contrário acontece quando o indivíduo está desatento à realidade interna e externa, reagindo no ‘piloto automático’ e cego à realidade do momento.
E a chave: o fluir que vem da Presença está intimamente ligado à sabedoria, e essa é o terreno necessário à felicidade!
Nisargan conta como diminuir os pensamentos e as emoções perturbadoras: “Recomendo fazer o que chamo de ‘calibragem de Presença’, ou seja, sabermos o que estamos percebendo momento a momento. O que estamos percebendo neste exato momento, seja interna ou externamente? E uma vez que passe para o plano consciente o que estamos percebendo neste momento, a proposta é continuarmos nesse processo de ficarmos atentos ao que estamos percebendo no momento exatamente seguinte, de tal forma que haja um continuum de percepções momento a momento. Assim, notamos que havendo essa continuidade de percepções, os pensamentos desnecessários automaticamente diminuem, já que o ‘terreno’ que eles iriam ocupar está preenchido pelas percepções da realidade do momento”, conclui.
O instrutor de meditação desenvolveu um método próprio, que consiste em uma adaptação das meditações ativas e passivas do Osho com uma flexibilização maior, o que permite a escolha, pelo próprio meditador, dos estágios a serem praticados e do tempo de prática de cada um, facilitando assim a vivência de técnicas em sintonia com a pessoa e em um tempo de prática geralmente menor.
Essa metodologia compõe uma série de estratégicas tanto liberadoras de tensões como serenizadoras, o que resulta em um equilíbrio e uma complementação entre elas, e todas com um elemento em comum: estar silenciosamente perceptivo ao que está acontecendo no momento, não importa a circunstância pela qual a pessoa esteja passando!
Nessa abordagem, a dica é ficar atento aos vícios de tentar criar a felicidade diretamente, já que, como o céu azul, ela já está presente. A questão não é criar, e sim dissolver as nuvens que nos impedem de vê-lo!
SOBRE NISARGAN
Formado em Medicina na UNICAMP em 1979, trabalhou inicialmente como psiquiatria.
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