Tratamento inovador para o aumento da próstata será realizado, pela primeira vez, em Belo Horizonte
Técnica minimamente invasiva, autorizada pelo Conselho Federal de
Medicina desde 2013, chega de forma pioneira ao Hospital Lifecenter
Sensação de bexiga sempre cheia; dificuldade, demora e urgência
para urinar; fazer muita força para a micção; risco aumentado de infecção
urinária são sintomas que afligem muitos homens acima de 40 anos. A causa é a
Hiperplasia Prostática Benigna (HPB). De acordo com a Sociedade Brasileira de
Urologia, estima-se em 30% a chance de um homem, durante sua vida, necessitar
tratar sintomas decorrentes da HPB, e em aproximadamente 10% a de ser submetido
a tratamento cirúrgico.
Uma técnica minimamente invasiva que está revolucionando o
tratamento da HPB no mundo passará a ser realizada de forma pioneira em Belo
Horizonte, no Hospital Lifecenter. Trata-se da embolização prostática. Desde
2008, a técnica começou a ser aplicada de forma experimental na Faculdade de Medicina da
USP (FMUSP),
inspirada em procedimentos preliminares praticados na Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Em novembro de 2013, foi autorizada pelo
Conselho Federal de Medicina (CFM) e passou a ser utilizada em diversos hospitais brasileiros.
As soluções que estavam disponíveis na medicina até o momento para
sanar o aumento da proposta envolvem o uso contínuo de medicação —que, entre
outros efeitos colaterais, pode comprometer a libido— ou a intervenção
cirúrgica —que frequentemente evolui para o chamado “orgasmo seco” (ausência de
ejaculação). De acordo com o Dr. Hudson José Caram Nascif, coordenador do
Serviço de Urologia do Hospital Lifecenter, a embolização prostática é mais uma
alternativa para essa recorrente queixa de grande parcela da população. “A
técnica aprovada já é utilizada em alguns centros médicos no país, mas em Belo
Horizonte seremos pioneiros”, reforça.
Segundo o especialista, a embolização não veio para substituir os
tratamentos convencionais, mas será mais uma opção no tratamento da hiperplasia
prostática. O melhor tratamento para cada paciente é definido após uma
avaliação detalhada de cada caso. A embolização é indicada para os pacientes
que não querem ou têm contraindicação de fazer a cirurgia devido a condições
clínicas que podem aumentar o risco cirúrgico. Em outras palavras, ela não
substitui os métodos tradicionais. “Será mais uma arma ao arsenal terapêutico.
É uma técnica minimamente invasiva, com anestesia local. Para o paciente a
recuperação é muito rápida. Às vezes o paciente pode ter alta até no mesmo
dia”, explica Dr. Hudson.
Caminhos da evolução científica
As razões da demora para a técnica chegar à capital mineira são um
misto entre falta de equipe capacitada e a necessidade de uso de um equipamento
caro e de última geração de hemodinâmica. É o que acredita o médico
radiologista intervencionista, especialista no procedimento, Dr. Thiago Mosci.
Ele trouxe a técnica para capital em parceria com o Hospital Lifecenter. A
instituição investiu mais de R$ 2 milhões no equipamento de hemodinâmica
Philips Azurion, importado da Holanda. Foi o primeiro a ser instalado no
Brasil. Para recebê-lo, uma área do Hospital foi totalmente revitalizada, com o
objetivo de oferecer mais comodidade a pacientes, acompanhantes e médicos.
O equipamento é utilizado também em procedimentos minimamente
invasivos nas áreas de Cardiologia Intervencionista, Arritmologia, Cirurgias Endovasculares e
Neuroradiologia Intervencionista. “Com o novo aparelho e a equipe capacitada,
somos capazes de realizar procedimentos complexos de forma mais rápida e mais
segura para os pacientes. Esse é sempre o nosso foco ao investir em novas
tecnologias”, afirma Dr. José Américo C. Bahia Filho, diretor técnico do
Hospital Lifecenter.
Embolização prostática – tratamento inovador para o aumento da
próstata
Dr. Thiago conta que todo procedimento é feito através da
introdução de um cateter flexível de 2 milímetros de diâmetro, através da
virilha ou no braço, semelhante ao cateterismo cardíaco.
Com a orientação visual do equipamento de hemodinâmica, o cateter
leva até a próstata microesferas de resina. Assim, a irrigação sanguínea para a
próstata é minimizada e, como consequência, sua dimensão é reduzida. Dessa
forma, a obstrução da uretra é aliviada, permitindo a passagem da urina. A
intervenção permite que a função da próstata seja mantida, como a capacidade de
armazenar e secretar o fluido seminal, que, junto com os espermatozoides,
constitui o sêmen. Isto é, a embolização mantém a ejaculação na maioria
absoluta dos casos. Está aí uma das grandes revoluções do procedimento.
Outras técnicas para tratar o aumento da próstata
Antes da embolização prostática, a alternativa minimamente
invasiva mais adotada pela medicina era a Ressecção Transuretral da Próstata
(RTU), a qual promove a remoção do excesso de tecido adenomatoso responsável
pelo aumento prostático.
No entanto, com esse tratamento o paciente perde a função de
ejaculação e o líquido seminal passa a ser excretado pela urina. Há preconceito
de muitos pacientes em optar pela técnica, por não aceitarem a perda da
ejaculação e temerem o comprometimento da performance sexual. Porém, isso não é
verdade, já que as cirurgias já consolidadas não causam disfunção erétil nem
comprometimento do orgasmo.
O procedimento também é minimamente invasivo, mas pode demandar de
2 a 3 dias de internação. Já na embolização, normalmente o paciente faz o
procedimento pela manhã e à tarde já recebe alta, outra mudança de paradigma.
>> Conheça também a enucleação da próstata com
eletrocautério bipolar, outra técnica na qual o Hospital Lifecenter foi
pioneiro para tratar a HPB. Clique aqui.
Aumento prostático benigno – o nome assusta, mas não é condição
rara
A doença ainda tem alta prevalência entre os homens idosos, ou
seja, acomete mais de 50% dos homens acima de 70 anos. Aproximadamente 30%
destes irão precisar de alguma intervenção em algum momento da vida. Mas por
que ela ocorre?
A próstata é uma glândula masculina que fica logo abaixo da bexiga
e envolve o canal da uretra onde circula a urina. A partir dos 30 anos, a
próstata, que tem o tamanho de uma noz, passa a crescer em média 2% ao ano. O
aumento de tecido residual pressiona a uretra, dificultando a passagem de urina
e aumentando o risco de infecção urinária e de problemas nos rins. Esse
crescimento é benigno e não está ligado a um câncer. Todavia, o aumento de
volume prejudica outras funções, afinal, há casos em que a glândula, que
normalmente pesa 30 gramas, passa a pesar 100 gramas.
Os tratamentos são definidos de acordo com a severidade desse
aumento da próstata e o histórico do paciente. “Em pacientes mais idosos e com
outros complicadores clínicos, é possível que a intervenção cirúrgica seja
desaconselhada, sendo a medicação a melhor alternativa”, relata Dr. Hudson
Nascif.
A possibilidade de se ter mais uma técnica à disposição da
urologia amplia não só a capacidade de tratamento, como garante melhor qualidade
de vida para os pacientes. É por isso que o paciente deve procurar ajuda médica
assim que notar alguns sinais como: jato urinário fraco e intermitente;
sensação de esvaziamento incompleto; vontade constante de ir ao banheiro,
muitas vezes durante o sono.
Como é composta a equipe à frente da embolização prostática
Trata-se de um tratamento conjunto entre a equipe de urologia e o
radiologista intervencionista que opera o equipamento. Cabe ao urologista que
já acompanha o paciente avaliar qual a melhor forma de tratamento para cada
caso.
O radiologista intervencionista é o responsável pelo procedimento,
guiando o equipamento que será utilizado para a intervenção minimamente
invasiva. Segundo Dr. Thiago Mosci, o profissional precisa ser capacitado e
dominar técnicas guiadas por radioimagem, juntamente com o conhecimento
cirúrgico para fazer o procedimento. “O tratamento ocorre em conjunto com a
equipe de urologia, desde a escolha do procedimento, encaminhamento e
acompanhamento do paciente”. Trata-se de uma abordagem de multiespecialistas.
Infecção urinária em homens
É raro, mas a infecção do trato urinário acontece em homens!
Embora mais comum em mulheres, pode ocorrer em homens como um dos
sinais do aumento benigno da próstata.
Jato urinário fraco e intermitente, sensação de esvaziamento
incompleto e vontade constante de ir ao banheiro e até sangramento na urina
podem ser sinais tanto de infecção urinária quanto da Hiperplasia Prostática
Benigna (HPB).
Independentemente do gênero, ao perceber um sinal de dificuldade
de urinar, você deve marcar uma consulta com um urologista.
A automedicação é extremamente perigosa nesses casos, pois pode
mascarar outras enfermidades, como cálculo na bexiga ou no ureter, por exemplo,
ou até mesmo agravar o problema, de acordo com o Dr. Hudson José Caram Nascif,
coordenador do Serviço de Urologia do Hospital Lifecenter.
Caso você já tenha sido diagnosticado com infecção urinária,
passou por tratamento médico e teve recorrência de sintomas, seguido por dores
fortes e febre, ligue para o seu médico ou vá para o Pronto Atendimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário