Investigado por corrupção, presidente do DEM confirma presença em protesto em São Paulo
Alvo de três investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), o 
presidente do DEM, senador José Agripino Maia (DEM-RN), vai participar 
das manifestações contra a corrupção e a presidente Dilma neste domingo 
(13) em São Paulo. Desde o ano passado o senador é investigado pelos 
crimes de peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Os 
procedimentos foram abertos a pedido do procurador-geral da República, 
Rodrigo Janot, e autorizados pelos ministros. Atual líder da oposição no
 Senado, José Agripino diz não ter constrangimento em participar dos 
protestos mesmo estando sob suspeita de ter cometido crimes.
“Estou tranquilo em relação às acusações feitas contra mim. Todas 
partiram do meu estado, onde fui governador e tenho adversários 
políticos. Não tem nada a ver com a Lava Jato. Não há qualquer 
constrangimento em participar das manifestações”, disse o presidente do 
DEM ao Congresso em Foco. Esta não é a primeira experiência d.o senador 
em ato de rua contra a corrupção. Em março do ano passado, por exemplo, 
ele participou da manifestação realizada em Brasília.
José Agripino e outras lideranças da oposição que integram o comitê 
pró-impeachment vão se reunir no Hotel Maksoud Plaza, às 14h30 deste 
domingo, na capital paulista. De lá, partirão para a Avenida Paulista. 
Entre os que já confirmaram presença estão os líderes do DEM no Senado, 
Ronaldo Caiado (GO), e na Câmara, Pauderney Avelino (AM), além de outros
 parlamentares do PSDB e do Solidariedade.
Sinal Fechado
No Senado há 21 anos, o ex-governador do Rio Grande do Norte passou a
 ter problemas no Supremo em março do ano passado, quando virou alvo de 
uma investigação (Inquérito 4011) por corrupção passiva. José Agripino 
foi mencionado em delação premiada feita por um empresário potiguar no 
âmbito da Operação Sinal Fechado. Segundo o depoimento, George Olímpio 
disse ter pagado propina para aprovar, na Assembleia Legislativa do Rio 
Grande do Norte, lei sob medida para os seus negócios no Detran 
estadual. Um dos beneficiados pelos repasse, segundo ele, foi o senador.
Em nota divulgada à época, Agripino disse não entender as razões que 
levaram à “reabertura deste assunto” no STF. Ele diz que o próprio 
acusador já havia desdito a versão que o incrimina. Ele se refere ao 
fato de que, em 2012, George Olímpio formalizou em cartório documento 
por meio do qual garante nunca ter pagado propina ao senador. No 
entanto, promotores que investigam o caso alegam que o empresário 
potiguar voltou a manter as denúncias em 2014. Alegando ter se sentido 
abandonado pelos envolvidos no esquema, ele resolveu colaborar com o 
Ministério Público em troca de benefícios judiciais.
Em entrevista ao Fantástico (TV Globo) em fevereiro de 2015, George 
Olímpio contou ter dado dinheiro ao atual presidente da Assembleia, ao 
ex-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB), já falecido, ao filho da 
ex-governadora Wilma Faria (PSB), Lauro Maia, e ao senador Agripino. A 
fraude, de acordo com a delação, começou com a prestação de serviços de 
cartório de seu instituto para o Detran do Rio Grande do Norte. Cabia à 
empresa de George cobrar uma taxa de cada contrato de carro financiado 
no estado: a cada R$ 75 cobrados pelo serviço, R$ 15 foram distribuídos 
como propina a integrantes do governo entre 2008 e 2011, segundo o 
relato. O caso está sob relatoria da ministra Cármen Lúcia.
Fonte: 
Do 
Congresso em Foco: