Estudo é o primeiro a mostrar que a cafeína pode ser protetora contra a degeneração macular relacionada à idade
Pessoas
 que seguem a dieta mediterrânea –  especialmente pela ingestão de 
frutas – podem ter um terço menos probabilidades de desenvolver a 
degeneração macular relacionada à idade, de acordo com um estudo
 apresentado na AAO 2016, 120ª reunião anual da Academia Americana de 
Oftalmologia. O estudo é o primeiro a identificar que a cafeína pode ser
 um fator de proteção contra a degeneração macular. 
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| Isso é degeneração macular causa cegueira | 
Muitos
 estudos já confirmaram os benefícios da dieta mediterrânica para a 
saúde, que enfatiza a ingestão de frutas, legumes, cereais integrais, 
leguminosas, nozes, gorduras saudáveis e peixes, limitando a carne 
vermelha e a manteiga. A dieta tem sido apontada como uma forma de 
melhorar a saúde do coração e de reduzir o risco de câncer, mas poucas 
pesquisas sobre os seus benefícios se estendiam dobre as doenças 
oculares. 
“Para
 averiguar esse aspecto, os pesquisadores estudaram parte da população 
portuguesa para ver se a adesão à dieta mediterrânea impactaria o risco 
de degeneração macular das pessoas. Os achados revelaram uma redução 
significativa do risco naqueles que ingeriram uma dieta mediterrânica 
com mais frequência e particularmente entre aqueles que consumiam mais 
frutas e cafeína”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion (CRM-SP 13.454), diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.
Pesquisadores
 da Universidade de Coimbra, em Portugal, estudaram 883 pessoas com 55 
anos ou mais, na região central do país, entre 2013 e 2015. Destes, 449 
tinham degeneração macular em seus estágios iniciais, antes da perda de 
visão, e 434 não tinham a doença. Os pesquisadores avaliaram suas dietas
 com base em um questionário, perguntando quantas vezes comiam alimentos
 associados com a dieta mediterrânea. Quanto mais os participantes 
comiam alimentos associados com a dieta, maior a pontuação entre 0-9. 
Aqueles que seguiram direitinho a dieta marcaram 6 pontos ou mais.
Os resultados foram os seguintes:
·        “As
 pontuações que indicavam maior adesão à dieta significavam menor risco 
de degeneração macular. Dentre aqueles que não seguiam estritamente a 
dieta (pontos abaixo de 6), 50% tinham degeneração macular. Dos que 
seguiam estritamente a dieta (ponto acima de 6 ou mais), apenas 39% 
tinham degeneração macular. Isto representa um risco 35% menor em 
comparação com aqueles que não aderiram à dieta”, afirma o 
oftalmologista Juan Caballero, que também integra o corpo clínico do 
IMO;
·        As
 frutas foram especialmente benéficas. “Os pesquisadores analisaram o 
consumo de alimentos e descobriram que as pessoas que consumiram níveis 
mais elevados de frutas são significativamente menos propensas a 
desenvolver degeneração macular. Entre os que consumiram 150 gramas ou 
mais de frutas por dia: 54,5% não tinham degeneração macular e 45,5% 
tinham a doença. No geral, as pessoas que comeram mais frutas, a cada 
dia, apresentaram quase 15% menos probabilidades de ter degeneração 
macular”, informa Juan Caballero;
·        Cafeína
 e antioxidantes também são protetores.  Os pesquisadores usaram um 
programa de computador para analisar o consumo de micronutrientes dos 
participantes, de acordo com as respostas dos questionários. “Eles 
encontraram que um maior consumo de antioxidantes, tais como cafeína, 
betacaroteno e vitaminas C e E, é fator protetor 
contra a degeneração 
macular. Entre os que consumiram altos níveis de cafeína (cerca de 78 mg
 por dia ou o equivalente a uma xícara de café expresso): 54,4% não 
tinham degeneração macular e 45,1% tinham degeneração macular”, diz o 
médico.
Embora
 a cafeína não seja considerada parte da dieta mediterrânica, por si só,
 o consumo de alimentos que contêm cafeína, como café e chá, é comum nos
 países mediterrânicos. Os pesquisadores optaram por destacar o papel da
 cafeína porque a substância é um antioxidante poderoso, conhecido por 
ser protetor contra outras condições, tais como a doença de Alzheimer.



