Publicações cientificas divulgam balanço de extinções de animais no planeta
A Science é uma revista cientifica publicada pela Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS – sigla em inglês), Tendo ao lado a Nature, as duas publicações dividem o conceito de melhores e de maior prestígio nesta categoria.
Em edição especial sobre o tema, “extinção animal”, série de estudos apontam para o que os cientistas chamam de “a sexta extinção em massa da história da Terra.
Desfaunação¹
De acordo com as pesquisas, nos últimos 500 anos, 322 espécies desapareceram. A maior parte das populações de invertebrados (Abelhas, besouros ou borboletas), monitorados pelos cientistas, sofreram um declínio de 45% desde os anos 1970. No mesmo período, os vertebrados tiveram uma queda populacional de 30%.
As evidências sugerem que a maior parte da perda dessa fauna é causada pela antropia (ação humana), o que pode ter conseqüências como aumento do número de casos de doenças, além do óbvio declínio da biodiversidade e produtividade da flora universal.
Além da transmissão de doenças, o número menor de animais também prejudica a polinização das plantas, a qualidade da água e o controle de pragas.
Desaparecimento das Abelhas
A causa do sumiço é um mistério que intriga os pesquisadores, a começar pelo fato de os corpos dos insetos não serem encontrados nas colméias ou arredores. Os animais desaparecem sem deixar rastros, e os especialistas acreditam que o motivo seja uma espécie de curto-circuito no sistema de localização das abelhas, fazendo com que elas se percam.
Estados Unidos
Em 2006, apicultores nos Estados Unidos começaram a notar que suas colônias de abelhas estavam desaparecendo. Cientistas investigaram e comprovaram o fenômeno, que foi batizado de colony collapse disorder (síndrome do colapso da colônia, CCD). Pelos dados de 2012 e 2013, 31% das abelhas americanas deixaram de existir.
Brasil
No Brasil, apicultores de diversos Estados têm relatado perdas em suas colmeias. A Associação de Apicultores de Santa Catarina informou que um terço das colônias de abelhas do Estado desapareceu no mesmo período. Além de Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul estão entre os afetados aponta estudo da USP.
Europa
Segundo um levantamento do Coloss, rede de cientistas de mais de 60 países que estuda o sumiço das abelhas, algumas regiões perderam até 53% de suas colônias nos últimos anos.
Austrália
A Austrália é, atualmente, o único país do planeta que ainda não foi atingido pelo Varroa destructor, ácaro que se agarra às abelhas sugando sua hemolinfa (“sangue” dos insetos), transmitindo vírus e doenças aos animais.
Para manter o status de possuírem as abelhas mais saudáveis existentes, a Austrália vem tomando cuidados relativos à biossegurança, a exemplo, a fiscalização em aeroportos que contam com cães especialistas em farejar frutas na bagagem dos passageiros, norma que evita a contaminação dos insetos, mesmo entre os Estados Australianos.
Medidas Mitigadoras
Algumas medidas simples trariam grandes benefícios. "Os produtores poderiam aplicar os pesticidas na temporada certa, não durante as floradas, e com cuidado, apenas sobre o cultivo. Usá-los no fim do dia, quando as abelhas já estão em casa, também reduziria os danos". (Sattller, USP, 2014)
Publicações Científicas
Com o numero de leitores estimados superando a 1 milhão, as publicações podem ser acessadas pelos endereços;
Publicações Online (em inglês)
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¹Termo adotado pelos pesquisadores para caracterizar a onda de desaparecimento animal.