Orgasmo feminino: como saber se você já chegou lá?
Por Tatiana Leite
Ver
estrelas, subir pelas paredes, revirar os olhos de prazer. É difícil
encontrar uma mulher que não deseje essas sensações em seu
relacionamento. Contudo, por mais que seja muito buscado, o orgasmo
ainda é visto como um grande tabu e a experiência quase extracorpórea
descrita em filmes e revistas faz com que muitas mulheres se questionem
se de fato já conseguiram chegar lá ou não. Mas, afinal, como saber?
Muitas
vezes, nos sentimos culpadas por não atingir o tão esperado orgasmo.
Porém, isso pode acontecer por diferentes motivos, principalmente por se
tratar de um assunto que causa tantas dúvidas e é rodeado por inúmeros
mitos e tabus. Geralmente, essas falsas crenças relacionadas a sexo,
sexualidade, masturbação e orgasmo são cultivadas por pessoas que
tiveram uma educação mais rígida, Em tempos quando ainda não se
conversava abertamente sobre esses temas. É comum, por exemplo, ouvirmos
relatos de mulheres que se sentem bloqueadas e ansiosas durante a
relação, por terem vergonha ou até mesmo receio sobre o que o parceiro
pode pensar sobre suas fantasias e desejos sexuais e, por isso, preferem
fingir que chegaram ao orgasmo, quando na verdade não sentiram.
De
acordo com uma pesquisa realizada pelo Projeto de Sexualidade da USP
(ProSex), aproximadamente 50% das brasileiras possuem dificuldade para
atingir o clímax na relação sexual, por motivos como vergonha, receio e
até por falta de conhecimento do próprio corpo. Em outros casos, o que
atrapalha é a preocupação em fazer com que o parceiro sinta prazer e
consiga atingir o auge na relação sexual, fazendo com abdiquem da sua
própria satisfação para impressioná-lo ou por medo de perdê-lo.
Nesse
momento, podemos identificar outro problema comum nas relações amorosas
que é a preocupação excessiva com a performance. A ansiedade focada no
desempenho ou no objetivo final de atingir o orgasmo pode fazer com que
deixamos de nos entregar as sensações do encontro sexual. Essa atitude
pode levar a um distanciamento cada vez maior do prazer de ter um
orgasmo, causando consequências negativas para sua autoestima e
comprometendo sua relação a dois.
Agora,
vamos ao que interessa! Para atingir o orgasmo nós mulheres precisamos
de uma quantidade de sangue na região pélvica, bem maior que os homens
precisam para a ereção. Por esse motivo, levamos mais tempo para
estarmos excitadas e com a vagina lubrificada nos preparando para a
penetração. Para que você consiga chegar lá é importante estabelecer uma
boa comunicação sexual, converse com seu parceiro, descubra com ele o
que te traz mais satisfação, o orgasmo costuma acontecer quando você se
entrega, se envolve na hora do sexo. Para isso, é necessário sintonia,
cumplicidade e muita intimidade sexual. Explore as zonas erógenas,
perceba o toque, a respiração, os sons, o cheiro e o ambiente. Assim,
quando você menos esperar o orgasmo virá!
Vale
lembrar que preliminares, caricias, palavras românticas e eróticas e o
estimulo a outras partes do corpo, como coxas e costas, antes de chegar
no clitóris, são fundamentais para a excitação e o prazer na hora do
sexo.
Uma
coisa é certa quando você chegar lá, você saberá! Não terá duvidas e
sentirá uma sensação de completude. Afinal, o que buscamos nos encontros
sexuais é a entrega de ambos com respeito e muito prazer.
Tatiana Leite é terapeuta de casal e família com especialização em Sexualidade Humana.
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