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quinta-feira, 30 de junho de 2016

Biofortificação vence premiação considerada o Nobel de nutrição e agricultura

Biofortificação vence premiação considerada o Nobel de nutrição e agricultura
Cientistas premiados cooperam com o Brasil em ações de segurança nutricional
 
Howarth Bouis, líder do Harvest Plus, foi um dos vencedores do prêmio.
O Prêmio Mundial da Alimentação, equiparado como uma espécie de Nobel da área, laureou quatro cientistas por seus trabalhos com a biofortificação de cultivos agrícolas, em especial, a batata-doce rica em pró-vitamina A, produzida por mais de dois milhões de famílias na África. Os vencedores foram Howarth Bouis, diretor do HarvestPlus, um programa de pesquisas iniciado pelo Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas Alimentares (IPRI, em inglês) e pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT, em espanhol); e os pesquisadores Maria Andrade, Robert Mwanga e Jan Low, todos os três do Centro Internacional da Batata (CIP, em inglês), que também faz parte dessa aliança de instituições inseridas no programa HarvestPlus.
 
O Brasil vem recebendo apoio financeiro do HarvestPlus no desenvolvimento das ações de biofortificação feitas pelo país. O programa de biofortificação brasileiro (Rede BioFORT) é coordenado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), tendo como principal objetivo o fortalecimento da segurança nutricional em regiões e comunidades mais necessitadas do país. Por meio de melhoramento convencional, cultivares de arroz, feijão, batata-doce, mandioca, milho, feijão-caupi, abóbora e trigo são selecionadas e cruzadas, sem a adesão de técnicas transgênicas, para a geração de variedades contendo maiores teores de pró-vitamina A, ferro e zinco, combatendo assim a deficiência de micronutrientes no organismo humano, a popular fome oculta, que dentre as doenças provocadas, estão a anemia e a cegueira noturna.
 
A pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos e líder da Rede BioFORT, Marília Nutti, acredita que a vitória dos colegas que trabalham com biofortificação reforça a Marília Nuttiimportância desses projetos e aumenta a responsabilidade para com o cenário global, onde uma a cada três pessoas sofrem por causa da carência de vitaminas e minerais. “Sem dúvida, esse prêmio é um reconhecimento para a biofortificação. No Brasil, esperamos continuar ampliando o trabalho que já está presente no Distrito Federal e nos estados do Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Piauí, Maranhão, Bahia, Sergipe, Pernambuco. No Piauí, as atividades foram muito bem sucedidas com parcerias envolvendo escolas agrícolas, e no Maranhão, a biofortificação foi alçada como política pública de governo, por conta do rápido aumento de demanda que ocorreu entre os agricultores da Região dos Cocais. O programa de biofortificação brasileiro beneficiou nos dois estados, até agora, mais de 11.000 produtores rurais.” Conclui a pesquisadora.
A premiação foi criada pelo principal idealizador da Revolução Verde e, também, ganhador do Nobel da Paz, Norman Borlaug, que procurou com isso reconhecer o trabalho daqueles que contribuem para a segurança alimentar no mundo. O prêmio será entregue no dia 13 de Outubro, na capital do estado norte-americano de Iowa, Des Moines, durante o Simpósio Internacional “Borlaug Dialogue”. Os vencedores compartilharão entre si a quantia de 250.000 dólares.
Dentre os ganhadores do prêmio em edições passadas, estão os brasileiros Edson Lobato, Alysson Paulinelli e o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que recebeu a honraria em 2011.

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