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quinta-feira, 9 de junho de 2016

Pesquisa inédita mostra que câncer de colo do útero atinge as brasileiras silenciosamente

 
73% da população não conhece pacientes com câncer de colo do útero, embora a doença mate mais de 5 mil mulheres por ano no país
 
São Paulo, 07 de junho de 2016 - Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, encomendada pela Roche, líder mundial em inovação em saúde, entrevistou 5.508 pessoas, entre homens e mulheres, de diferentes faixas etárias, níveis de escolaridade, classes sociais e em todas as regiões do Brasil, com o objetivo de conhecer a percepção da população sobre o câncer de colo do útero, considerando seus estágios inicial e avançado.
 
Realizada no primeiro trimestre de 2016, a pesquisa constatou que 73% dos brasileiros não conhecem pessoas que tenham ou que já tiveram câncer de colo do útero. Porém, dados alarmantes do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimam que mais de 5 mil mulheres morrem por ano em decorrência da doença¹, o que totaliza uma morte a cada 90 minutos, e deve ter mais de 16 mil novos casos este ano². Considerado o terceiro tipo de câncer que mais atinge as mulheres no Brasil, o câncer de colo do útero é causado pela infecção persistente e não tratada adequadamente de alguns tipos de vírus, entre eles o HPV, mal que atinge 685,4 mil pessoas no Brasil³.
 
Segundo Dra. Angélica Nogueira, médica oncologista e presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos -  EVA, o conhecimento insuficiente da doença e das ferramentas para sua prevenção e tratamento justificam as altas taxas de incidência, morbidade e mortalidade no país.
 
Para a especialista, a falta de informação é o principal gargalo para o controle do câncer de colo de útero.  “ O câncer de colo de útero atinge principalmente mulheres  jovens, com poucos anos de estudos (aproximadamente 10% das pacientes com câncer de colo de útero no Brasil não foram alfabetizadas) e com  limitado poder aquisitivo. Mas muitas vezes barreiras culturais se somam a falta de informação , como a vergonha de realizar exame ginecológico ou proibição por parte de companheiros. Por isto a informação sobre as ferramentas de controle, como vacina, exame preventivo de papanicolaou e avanços no tratamento precisam ser globalmente difundidos na população.
 
No Brasil, 77% das pacientes com câncer de colo do útero são diagnosticadas com a enfermidade já em fases mais avançadas, quando começam a surgir os primeiros sintomas, como sangramentos e dores pélvicas. O ideal é que a doença seja evitada, o que é possível com a vacina e com o exame de papanicoalaou ou seja detectada em seus estágios iniciais. A chance de cura ou controle da doença são diretamente proporcionais a precocidade do diagnóstico. A morbidade relacionada a doença e ao tratamento também aumenta com o avançar dos estágios.
 
Diante desse cenário, a Anvisa aprovou recentemente a utilização de um medicamento biológico já utilizado em outros países, o bevacizumabe, como a primeira terapia-alvo oferecida para o tratamento do câncer de colo do útero e o único avanço nos últimos 10 anos para tratar a doença em seu estágio mais grave. Trata-se do primeiro medicamento biológico que trouxe o benefício de sobrevida global sem redução da qualidade de vida das pacientes com esta doença. Até então, o tratamento neste contexto era quimioterapia isolada. A escolha da terapia ideal para cada paciente dependerá do estágio da doença e condições clínicas da paciente, comumente sendo necessárias combinações de cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
 
“É a primeira vez que uma terapia-alvo específica mostrou benefício em sobrevida global em câncer de colo de útero, abrindo novas perspectivas para pacientes, em sua maioria jovens, economicamente ativas e com possibilidades terapêuticas restritas”, finaliza Dra. Angélica.
 
CONHEÇA MAIS NUMEROS DA PESQUISA:
• O câncer de colo do útero o terceiro câncer mais lembrado pela população brasileira, principalmente pelas mulheres;
• 58% dos brasileiros não sabem ou não conhecem nenhum tratamento para câncer de colo de útero avançado;
• Entre as mulheres, 51% não citaram colo do útero, ao serem indagadas sobre o tipo de câncer que conhecem;
• dessas, apenas 29% conhecem os sintomas do CCU;
• em relação à saúde das brasileiras, 27% nunca realizaram ou não costumam realizar o exame Papanicolau, 78% o teste de HPV e colposcopia. Esse dado é mais evidente entre as mulheres mais jovens, de escolaridade fundamental e de classe D/E;
• após estímulo com conceito, 33% das mulheres declaram que não conheciam ou não tinham ouvido falar sobre câncer de colo do útero avançado;
• há maior fragilidade entre as mulheres que utilizam o serviço público de saúde, as menos privilegiadas economicamente e menos escolarizadas;
• 81% dos entrevistados acreditam que sem ter plano de saúde é mais demorado o diagnóstico da doença.
• 84% dos brasileiros acreditam que quando o câncer de colo do útero se espalha por outras partes do corpo, a pessoa tem pouco tempo vida;

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