A infertilidade é um problema comum para muitos casais. No mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde, a infertilidade afeta de 50 a 80 milhões de pessoas, cerca de 15% dos casais. A dificuldade pode estar no homem, na mulher ou nos dois, e felizmente, na maioria dos casos, há tratamento. Mas como conseguir dar continuidade ao desejo de ser mãe ou pai quando descobrimos que um dos dois é infértil?
Ilustração de inseminação artificial |
Um casal é considerado infértil quando o resultado de gravidez é negativo após um ano de tentativas, mantendo de duas a três relações sexuais por semana. E esta realidade é mais comum do que costumamos imaginar.
A infertilidade masculina pode ser causada por uma doença única, mas é muito comum encontrarmos diversos fatores diferentes que, quando associados, acabam reduzindo a fertilidade. “O homem pode apresentar uma deficiência tanto na qualidade, quanto na quantidade de espermatozoides. Este fator está presente em 30 a 40% dos casos de infertilidade” explica a ginecologista e especialista em reprodução humana, Dra. Adriana de Góes. O primeiro passo é analisar os espermatozoides por meio do espermograma além do exame físico da bolsa testicular. “Fazemos uma análise envolvendo parâmetros como cor, volume, quantidade, movimentação e forma dos espermatozoides. Já no exame físico analisamos se o paciente possui a varicocele, por exemplo, que é um conjunto de veias dilatadas na região do testículo que aumenta a temperatura na região e dificulta a produção de espermatozoides e a obstrução do canal por onde ele passa”, ressalta a Dra. Adriana.
Porém, além dessas análises, outros fatores podem dificultar o sucesso da gravidez. “A infertilidade pode ter causas imunológicas como a produção de anticorpos que alteram a quantidade e qualidade desses espermatozoides; fatores ambientais como, por exemplo, radioterapia, hábitos de vida pouco saudáveis, estresse, hormônios na alimentação, uso de anabolizantes e medicamentos; além de causas genéticas e hormonais”, conta.
Em relação ao impacto da idade do homem na fertilidade masculina, muito tem sido estudado. “Assim como a idade materna, quanto maior a idade do pai, maior é a chance de ocorrer alteração na produção e na qualidade dos espermatozoides, trazendo consequências como dificuldade na formação do embrião, risco de perdas precoces na gestação e maior risco de síndromes genéticas”, ressalta.
Porém, nem tudo está perdido. Existe tratamento eficiente para os casos de infertilidade , explica a médica. “Tanto o homem quanto a mulher devem estar dispostos a investigar de onde vem a infertilidade. Eles devem fazer todos os exames e, descobrindo a causa, iniciar o tratamento. O apoio da família e a união do casal é fundamental para o sucesso do tratamento”, finaliza.
Dra Adriana de Góes é professora na pós-gradução de reprodução humana Instituto Sapientiae. Escreveu diversos capítulos de livros nesta área, realizada palestras nos congressos da especialidade e tem artigos publicados em revistas científicas na sua área de atuação. Apresenta Mestrado e Doutorado em Ginecologia e Obstetrícia pela UNICAMP, sendo responsável pelo tratamento e nascimentos de inúmeros bebês.
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