Endocrinologista do Hospital Santa Paula explica a doença e faz alerta
de prevenção com mudança de hábitos de vida como ajuste nos hábitos
alimentares e incentivo à prática de exercícios físicos
O Dia Mundial do Diabetes é
lembrado desde 2007 pela Sociedade Brasileira de Diabetes com o objetivo
de conscientizar a população sobre a doença e suas formas de prevenção.
O diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou
não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. O problema
envolve o metabolismo da glicose no sangue, podendo ser apresentado de
várias maneiras.
A endocrinologista do
Hospital Santa Paula Claudia Liboni alerta para a importância da
prevenção e tratamento correto do diabetes. “Os avanços científicos na
área possibilitam tratamentos para todos os tipos de diabetes. O mais
importante é procurar ajuda e controlar o diabetes de maneira eficaz
para não desencadear complicações da doença”, diz.
Os tipos mais conhecidos de
diabetes são o 1 e o 2. O diabetes tipo 1 caracteriza-se pela falência
das células beta no pâncreas e é mais comum em indivíduos com menos de
35 anos. Não se sabe ao certo por que as pessoas desenvolvem o diabetes
tipo 1. Sabe-se que há casos em que algumas pessoas nascem com genes que
as predispõem à doença, mas outras têm os mesmos genes e não têm
diabetes. Já o diabetes tipo 2 traz uma carga genética maior e ocorre
por resistência à ação da insulina, tendo a obesidade como um dos
principais responsáveis.
O número de diabéticos está
aumentando em virtude do crescimento e do envelhecimento populacional,
da maior urbanização, da progressiva prevalência de obesidade e
sedentarismo, bem como da maior sobrevida de pacientes. O diagnóstico
tardio favorece o aparecimento de complicações como acidente vascular
cerebral (AVC), infarto do miocárdio, cegueira e insuficiência renal.
Alguns números sobre a doença divulgados pela Sociedade Brasileira de Diabetes:
- Atualmente, há mais de 13 milhões de pessoas vivendo com diabetes no Brasil, o que representa 6,9% da população
- Estima-se que a população mundial com diabetes seja da ordem de 387 milhões e que alcance 471 milhões em 2035
- Cerca de 80% dos
indivíduos com diabetes vivem em países em desenvolvimento, onde a
epidemia tem maior intensidade e há crescente proporção de pessoas
acometidas em grupos etários mais jovens.
- Os gastos diretos com o
diabetes variam entre 2,5 e 15% do orçamento anual da saúde de um país,
dependendo de sua prevalência e do grau de complexidade do tratamento
disponível. Estimativas do custo direto para o Brasil oscilam em torno
de 3,9 bilhões de dólares, em comparação com 0,8 bilhão para a Argentina
e 2 bilhões para o México
- A Federação Internacional de Diabetes (IDF) estima que mais de 550 milhões de pessoas em todo mundo terão a doença até 2035.
Sintomas
O diabetes tipo 1 pode
incluir sintomas como excesso de sede, perda de peso repentina e
acelerada, fome exagerada, cansaço, vontade de urinar com frequência,
problemas na cicatrização, visão embaçada, falta de interesse e de
concentração e, em alguns casos, vômitos e dores estomacais.
Já
o diabetes tipo 2 é o tipo mais comum. A maioria dos casos não
apresenta sintomas, exceto quando a glicemia está muito elevada, aí
pode-se apresentar os mesmos sintomas do diabetes tipo 1.
Mulheres são mais suscetíveis
Em 2013, a Pesquisa Nacional
de Saúde – PNS estimou que, no Brasil, 6,2% da população com 18 anos ou
mais de idade referiram diagnóstico médico de diabetes, sendo de 7% nas
mulheres e de 5,4% nos homens.
O diabetes exerce um impacto
maior nas artérias femininas do que nas masculinas. O fato é comprovado
cientificamente, mas ainda não se sabe a razão.
A endocrinologista do Hospital Santa Paula Claudia Liboni explica
que, por causa da oscilação hormonal, a maior parte das mulheres sente
um desejo incontrolável de devorar doces, especialmente no período
pré-menstrual. Para quem já atingiu a menopausa, a gordura tende a se
acumular na cintura e este é um dos principais estopins do diabetes.
As grávidas precisam de
cuidado redobrado. Claudia ressalta a importância de checar as taxas de
glicose ao longo da gravidez. “Especialmente depois do quarto ou quinto
mês, muitas gestantes podem desenvolver diabetes gestacional, ou seja,
uma resistência à insulina que pode ir embora depois do parto, porém,
estudos comprovam que quem teve diabetes gestacional apresenta maior
propensão a se tornar diabética com o passar da idade”, diz.
Prevenção e tratamento
O tratamento inclui
medicações de uso oral e opções injetáveis, como a insulina. Há vários
tipos de insulina no mercado, algumas de ação rápida, outras de ação
lenta, e a combinação delas são necessárias em alguns casos. Associado
ao uso das medicações é preciso fazer uma dieta com carboidratos complexos
(farinha integral e sem açúcar), perder peso quando for o caso e
realizar atividades físicas, tanto aeróbicas quanto anaeróbicas.
Para Claudia, prevenir e
tratar o diabetes implica em uma mudança nos hábitos de vida como fazer
exercícios físicos regularmente, manter uma dieta balanceada, evitar o
sobrepeso, conhecer o histórico familiar e fazer exames periódicos.
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