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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Incontinência após cirurgia de próstata é a complicação que mais preocupa os homens

ilustracao de cirurgia



A incontinência urinária atinge de 40 a 80% dos homens que realizam cirurgia para o câncer de próstata. No entanto, esse quadro melhora espontaneamente ou com o auxílio de fisioterapia em até um ano. Cerca de 5% dos pacientes que passam pela cirurgia, no entanto, vão precisar de tratamento cirúrgico para corrigir a incontinência.


“O diagnóstico precoce do câncer de próstata aumenta a chance de o paciente ter um melhor prognóstico e evita as complicações mais comuns, como a incontinência e a impotência”, afirma o urologista Luís Gustavo de Toledo, chefe do Serviço de Urologia da Santa Casa de São Paulo e integrante do Comitê Científico da Associação Brasileira Pela Continência B.C. Stuart. “As implicações da incontinência chegam a ser mais significativas que as da impotência. O homem incontinente enfrenta impactos não apenas na vida sexual, mas também no âmbito social, profissional e psicológico”, ressalta o médico.


O urologista defende a realização do rastreamento para câncer de próstata, com a realização dos exames de PSA e toque retal, a partir dos 50 anos. “É importante ressaltar que o rastreamento evita o diagnóstico tardio e, com o auxílio de ressonância e, em breve, testes genéticos, ampara a decisão de fazer ou não a biópsia da próstata. O urologista deve ponderar junto ao paciente e sua família os prós e contras da biópsia, com o objetivo de evitar o diagnóstico de tumor indolente e não deixar passar um tumor clinicamente significante”, acrescenta Toledo. É importante esclarecer que é a biópsia, e não o rastreamento, que faz o diagnóstico do câncer de próstata. Assim, sua indicação deve ser criteriosa, na suspeita de tumor clinicamente significante, aquele que realmente necessitará tratamento. 


O urologista Júlio Geminiani, professor assistente da Unifesp e também integrante da Associação Brasileira Pela Continência B.C. Stuart, destaca que assim que realizado o diagnóstico podem-se adotar tratamentos individualizados para o câncer de próstata, dependendo dos diferentes estágios da doença: se é inicial, localmente avançada ou metastática (já tendo se espalhado para outros órgãos). “A avaliação inicial ocorre com a realização dos exames já conhecidos, como o PSA e o toque retal. Eles são uma espécie de triagem e ajudam a definir quais pacientes devem realizar biópsia ou exames complementares”, diz. Com a biópsia positiva, exames de imagem e a análise microscópica da biópsia ajudam a avaliar o tamanho e a agressividade da doença e optar pelo melhor tratamento.


Dados da Sociedade Brasileira de Urologia mostram que, ainda hoje, cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata ainda são diagnosticados em estágios avançados. Entre diversos fatores de risco, a idade, a raça e a história familiar apresentam-se como os mais importantes.


Associação Brasileira Pela Continência B. C. Stuart
A Associação Brasileira pela Continência B. C. Stuart é uma entidade sem fins lucrativos, cujo maior objetivo é de prestar assistência às pessoas que sofrem de incontinência urinária e/ou fecal.
A ideia de se criar esta associação aqui no Brasil nasceu do sonho de um empresário canadense, Sr. Raymond Laborie. Juntamente com um pequeno grupo de profissionais envolvidos na causa da incontinência, fora então criada a Associação Brasileira pela Continência usando o modelo de outras fundações já existentes no mundo, tais como a “Canadian Continence Foundation” e a norte-americana “Simon Foundation”.
Pensando nas dificuldades econômicas, sociais e emocionais que as disfunções miccionais causam às pessoas, que vislumbramos apoiar e orientar pessoas de todo o Brasil a encontrarem ajuda, oferecendo informações sobre os problemas específicos; sobre as possibilidades de tratamentos; encaminhamentos para profissionais que possam ajudar; orientações e indicações de acesso a medicações e produtos necessários ao manejo das disfunções miccionais.

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