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quinta-feira, 4 de maio de 2017

Mulher & Gestação: a metamorfose do corpo e da mente

Nem sempre gravidez e autoestima caminham juntas

A gestação é um momento muito especial na vida da mulher, repleto de realizações e alegrias, mas nem sempre os nove meses de espera são vivenciados pela mulher com toda esta plenitude de sentimentos. Além da preocupação com o desenvolvimento saudável do bebê, as transformações fisiológicas vivenciadas pela futura mamãe muitas vezes interferem na forma como ela se relaciona com as pessoas de seu círculo de convivência e, sobretudo, com o seu próprio corpo.

Além da barriga, que não para de crescer, das alterações nas mamas e na pele, muitas mulheres tendem a ficar indispostas e apresentam náuseas, vômitos e sonolência. Outros sintomas bastante comuns são: urinar com frequência, dores de cabeça, tonturas, inchaço, oscilação da pressão e dores na coluna, falta ou excesso de apetite, assim como aversão ou desejo por determinados alimentos. “Muitos destes sintomas desaparecem a partir do terceiro mês de gestação. As náuseas, por exemplo, ficam mais esparsas devido à redução fisiológica do valor de beta-HCG”, explica a ginecologista Regina Paula Ares.

É importante ressaltar, porém, que, além das mudanças físicas, o período gestacional traz algumas alterações psíquicas, até então desconhecidas, pois cada gestação traz seu grau de aprendizado tornando-se um grande desafio para a mulher. “Questões muitas vezes sem respostas levam a procura por livros que tragam um conforto e direcionamento durante o tempo de espera. As variações hormonais também têm a sua parcela de contribuição para isso, mas algumas gestantes sentem uma angústia muitas vezes difícil de nomear”, ressalta Silvana Souza Silva, psicanalista.

“É um momento importante que deve ser vivenciado com sabedoria,  porém delicado, pois gera uma ambivalência de emoções entre completude e falta. A insegurança, medos, sendo eles do momento do parto ou sobre como educar o seu filho, ansiedade e a preocupação com as mudanças do corpo são queixas comuns das pacientes nestas condições. Estes sintomas são manifestações inconscientes e caso não sejam entendidos ou tratados adequadamente podem desencadear o que conhecemos como depressão pós-parto, por exemplo”, reitera a psicanalista.

Segundo a Dra. Regina, é imprescindível que o profissional de saúde, que está acompanhando o pré-natal, mantenha um olhar permanente para a estabilidade psíquica da mulher e para a manutenção da sua autoestima. “Manter-se constantemente informada, investir em uma alimentação saudável, evitando, assim, o sobrepeso, e ter um acompanhamento psicológico, são fatores essenciais para que a gestação transcorra com tranquilidade e que a futura mamãe chegue plena ao momento do parto e consiga fortalecer os seus relacionamentos pessoais, ao invés de comprometê-los”, reforça a médica.

Alguns cuidados também estão ao alcance da própria gestante. “Por conta do estiramento natural da pele durante os noves meses de gravidez, neste período podem aparecer as temidas estrias, que comprometem e podem causar danos permanentes na autoestima da mulher. Como esta circunstância já é previsível, o problema pode ser evitado ou amenizado com o uso de cremes hidratantes específicos, potentes e seguros para mamãe e bebê”, destaca Dra. Regina. Nesse sentido, cuidar-se não é só uma questão de saúde e estética. “Antes de ser mãe, ela tem uma feminilidade latente. Manter a autoestima é fundamental para que ela consiga exercer plenamente a diversidade de papeis exigidos dela na sociedade moderna”, destaca.


"Acolher a metamorfose do corpo, entender as manifestações inconscientes como sendo algo natural, agir com aceitação e tranquilidade e não se deixar paralisar pelo medo são os melhores caminhos para esperar e receber o seu bebê”, finaliza Silvana.

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