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quinta-feira, 27 de julho de 2017

Reflexo do atraso brasileiro se repete na música sertaneja de pseudo cultura

ARTIGO

O Brasil não reconhece mesmo, por ignorância, ou por má fé de seus dirigentes e bilionários, a importância da indústria da prestação de serviços na economia. E, até mesmo na cultura e na música, especificamente, retrocede. Hoje de 200 músicas mais tocadas nas rádios é sertaneja, ou pseuda, sertaneja, onde vale misturar de tudo. Enquanto o prêmio Nobel de Literatura, foi um músico dos anos 70 com suas canções, cheias de narrativas, enredos, temas para consciência da humanidade, relatos de vida, cheios de pormenores para se pensar. No Brasil se volta aos anos 50 com os boleros.

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Top 200 Youtube - Músicas Mais Tocadas

Quem na década de 70 no Brasil da Ditadura Militar pode ouvir Chico Buarque, Edu Lobo, Vinicius de Morais, Tom Jobim, Caetano e Gilberto Gil, até mesmo Roberto Carlos, com seu rock-ieiê. Hoje ver e ouvir a Cultura nacional ser reduzida a 100 duplas sertanejas que cantam a traição, separação, beberagem em botecos da vida, vida louca a procura do que ninguém sabe, pois nunca encontram, quando encontram traem e se separam. Além disso, o samba, entra no roda, o funck, que também em termos de letras, de cultura é algo escandalosamente cruel com a mente de quem ouve, muito bem, não é para ouvir mesmo, é para dançar, sarrar. É, então, qualquer batuque serve mesmo.

Tudo isso é falta de reconhecer o progresso. O Brasil é fraco na indústria. Na década de 70 teve que formar quadros de segundo grau para ser caixa de banco, gerente. Enfim trabalhar no setor terciário que despontava no Brasil. No entanto, parou. O Brasil não conseguiu enquanto que asiáticos que estavam mais atrasados que o Brasil, conseguiram montar uma indústria automobilística nacional forte e competitiva com os norte-americanos e europeus. Na década de 50 tinha-se a FNM - Fábrica Nacional de Motores, era uma caminhão grande para transportes de mercadorias tipo as carretas de agora, mas menor, menos potência. A ditatura fechou para comprar Scania Vabis e outros até hoje da Suécia.

A indústria é o setor que agrega mais valor para o que produz e pode competir e trazer investimento direto e indireto para o país. Agrega valor na mão obra, quando forma técnicos, engenheiros e operários especializados e por último agrega valor nos salários e nas aposentadorias. No entanto, a direção retrógrada e atrasadista, desculpe o termo estranho, insiste nesse modelo agrário e se ufana de que a economia está crescendo. A economia do Brasil como nos salários 127o pior salário do mundo, é muito ruim. O Brasil é um país ainda ruralista, vive de vender comodities, ou seja, mercadorias brutas, in natura. Onde os norte-americanos, europeus e asiáticos manufaturam e agregam valor. 

Desde a carne a saca de café que daria umas três sacas do café que consumismo e a qualidade da carne, as frutas e outros itens como minério de ferro e outros minerais essenciais para essas economias, se tirar isso, o Brasil não vende, quase que nada. Os carros são de multinacionais, ou seja, peças, motores tudo fabricados aqui e preço inferior em duas ou três vezes que no exterior e vai para lá com o preço supervalorizado.

Enfim, nada contra nenhum tipo de ritmo, principalmente o sertanejo, que é a música do sertão brasileiro. Mas, é preciso qualidade, é preciso antes de tudo, que os produtores não olhem apenas a hipnotizam tola do público que se deixa ludibriar na ilusão de estar participando de alguma coisa, mas cai no vazio, no vácuo da enganação. A cultura precisa ser preservada, o cinema, o teatro, as letras das músicas sertanejas deviam falar de alguma forma dos problemas do campo, da poluição dos rios, matança de peixes, agrotóxicos na comida e no amor, da solidão e na vida de ar puro ainda no sertão do sol brilhante, da falta e oferta de chuvas. Das flores no campo e do verde das matas. 

Marcelo dos Santos - jornalista - MTb 16.539 SP/SP

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