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São Paulo, 18 de setembro de 2017 – O canto dos passáros, o bate-papo dos colegas, o barulho do relógio... tudo é motivo para distrair uma criança com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) na sala de aula. Ensinar crianças que apresentam o transtorno requer muita paciência, criatividade e conhecimentos sobre o TDAH.
Segundo Viviani Zumpano, neuropsicopedagoga, o comportamento de um aluno com TDAH pode ser desafiador na sala de aula. “Estudantes com TDAH costumam ter notas baixas e, muitas vezes, são repreendidos e punidos, o que pode levar à baixa autoestima e aversão à escola. O professor precisa entender que o aluno tem potencial para aprender, mas os métodos precisam ser adaptados para o funcionamento de quem tem TDAH.”, afirma.
Para a especialista, o princípio básico para ensinar crianças com TDAH começa a partir de três pontos: acomodação, instrução e intervenção. “O primeiro diz respeito ao que o professor pode fazer para facilitar a aprendizagem. O segundo é sobre os métodos que o professor usa para ensinar e o terceiro são os meios de reduzir os comportamentos que perturbam a concentração e distraem os outros alunos. Mas, é sempre bom lembrar que a atitude positiva do educador é crucial”, diz Viviani.
Para entender melhor, separamos uma lista com 10 itens que podem ajudar os professores a extrair o potencial de crianças e adolescentes com TDAH:
- Lugar estratégico: Acomode o aluno longe de distrações (como janelas/portas). Escolha lugares perto de outros alunos que possam dar bons exemplos e até ajudá-lo. O lugar também deve ser próximo da mesa do professor.
- Informações claras: Seja sempre muito claro sobre as tarefas, tanto as de sala de aula quanto as lições de casa. Dê prazos e estabeleça regras.
- Abuse de recursos: Use gráficos, planilhas, imagens, listas e cores diferentes para ensinar as matérias.
- Por partes: Como a concentração e atenção são afetadas no TDAH, procure dividir as atividades em blocos. Procure passar uma instrução por vez, de preferência fazendo contato visual.
- Combine sinais com o aluno: Crie sinais para se comunicar com o aluno sobre os comportamentos esperados, pro exemplo, prestar atenção na matéria, fazer a tarefa proposta, etc. Pode ser um sinal com a mão, um toque no ombro, etc. Se precisar chamar a atenção, faça isso em particular, jamais na frente dos outros alunos. Caso o comportamento não esteja afetando os outros alunos, procure ignorar.
- Adequação das avaliações: Se for possível, dê provas e testes desmembrados e com poucas questões. Evite questões com mais de um item. Alunos com TDAH tendem a responder somente o primeiro item. Além disso, o ideal é que esses alunos tenham pelo menos 50% de tempo a mais para fazer as provas. Substituir as provas por trabalhos também pode ser uma opção.
- Reforço Positivo: Quando o aluno completar uma tarefa/lição proposta elogie pontualmente. O reforço positivo é fundamental para quem tem TDAH.
- Organização: Ajude o aluno a organizar os materiais das aulas, separando as matérias em pastas/cadernos diferentes.
- Exponha-o somente no momento certo: Evite fazer ‘chamada oral’ com esse aluno quando ele não está prestando atenção, pois ter que responder uma questão publicamente pode deixá-lo nervoso.
- Relação com os pais: Mantenha um canal de comunicação diário com os pais. O acompanhamento do TDAH envolve pais, educadores e profissionais de saúde. Todos precisam se unir para ajudar o aluno em todos os aspectos.
“Toda criança tem o direito de aprender e vivenciar da melhor maneira possível seus anos escolares. O TDAH é desafiador, mas há estratégias que podem ser aplicadas no dia a dia e que irão facilitar muito o aprendizado. O que importa é ter em mente que, em muitos casos, o ensino precisará ser individualizado para que o aluno consiga vencer suas dificuldades e desenvolver seu potencial”, conclui Viviani.
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