Médico do Hospital 9 de Julho comenta vídeos de acidentes que viraram memes

Objetivo é conscientizar a população sobre situações corriqueiras que devem ser evitadas para prevenir graves traumas

Por meio da internet, vídeos de acidentes leves rapidamente viram memes e são compartilhados, na mesma velocidade, pelas mídias sociais. Segundo o Dr. Renato Poggetti, cirurgião especialista em trauma e coordenador do Centro de Trauma do Hospital 9 de Julho, ao assistir a esses vídeos as pessoas deveriam se atentar aos riscos que correm em circunstâncias cotidianas, como um tombo durante uma chuva forte. “Sem querer, nos colocamos em situações teoricamente inofensivas, mas com potencial para causar traumas graves”, observa.

Ao contrário do que estabelece o senso comum, muitos dos traumas de maior gravidade acontecem dentro de casa ou durante atividades do cotidiano. Relacionamos abaixo alguns exemplos de vídeos que fizeram sucesso recente na internet, mas que poderiam ter gerado consequências sérias para os envolvidos:

Ø  Queda durante uma chuva forte com enxurrada - Viralizou o vídeo de uma mulher que caiu na porta de um restaurante e foi levada, por alguns metros, pela enxurrada. Para o Dr. Poggetti, andar em ruas alagadas é como estar em uma roleta russa: “Os traumas podem ir de uma simples torção até um traumatismo craniano causado pela queda com a força da água.”;

Ø  Cair com sapato de salto alto - São vários os vídeos de modelos caindo na passarela. Por trás de toda elegância, esse tipo de calçado, se utilizado de forma inadequada pode apresentar riscos de graves lesões. Dr. Poggetti explica que fraturas pelo uso de salto alto são comuns, já que a pressão na ponta do pé tira a mobilidade da parte posterior da perna: “É preciso muito cuidado na hora de usar sapato alto. É preciso distribuir o peso do corpo por toda planta do pé para evitar acidentes que pode ser irreversíveis.”;

Ø  Lesões em jogos de futebol, basquete e boxe - Podem ser pequenas torções no tornozelo ou até fraturas mais sérias em diferentes partes do corpo. O fato é que vídeos de esportistas que se machucam e continuam jogando são muito comuns. Segundo o Dr. Poggetti, quando o cérebro recebe a mensagem de dores muito fortes ele envia para o corpo um “analgésico natural”: “A endorfina obstrui a comunicação entre os nervos e impede que os estímulos de dor passem, por isso muitos atletas pioram sua condição física causando lesões mais graves por continuar em atividade.”

Seja qual for a lesão, é importante tratá-la de forma adequada e o mais rapidamente possível. Alguns casos podem gerar danos neurológicos, físicos e até amputações de membros. Por isso é de extrema importância procurar sempre atendimento especializado. “O mais importante na hora do trauma é o tempo. Buscar um hospital com equipe de trauma pode aumentar consideravelmente as chances de sobrevivência da vítima e com menos sequelas”, finaliza o Dr. Renato Poggetti.

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