Silmara Batista Brizoti explica sobre o trabalho do psicólogo em ajudar pacientes obesos a resgatar sua autoestima
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Estar acima do peso hoje em dia
não é nada fácil na vida dos obesos, principalmente se essa pessoa está
com a autoestima lá embaixo. Muitos brasileiros com sobrepeso se sentem
inseguros na hora de escolher uma roupa para uma festa, para o
trabalho, e até mesmo no seu dia a dia.
Silmara
Batista Brizoti, psicóloga que atua em avaliação e acompanhamento
psicológico em candidatos à cirurgia bariátrica, conta que essa atitude
vai muito além de insegurança, pois o indivíduo com sobrepeso sente na
pele os preconceitos. “Hoje muitos pacientes que recebo em clínica
relatam que se sentem acuados com medo de não serem aceitos na
sociedade. A questão do limite físico, de não poderem ir a eventos ou
até mesmo em entrevistas de trabalho ainda são os maiores empecilhos”,
explica Silmara.
Para
quebrar essa barreira, hoje uma grande parte dos brasileiros obesos
optam pela cirurgia bariátrica para tentar encontrar aquilo que há
tempos eles não tinham: uma melhor qualidade de vida. “Quando o paciente
faz a cirurgia e emagrece ele retoma o seu bem-estar físico. Ele quebra
algumas barreiras que até então tinha, como por exemplo, se posicionar
na sociedade, ficar mais seguro de si mesmo, acreditar mais em seu
potencial, coragem de procurar um emprego, ir numa balada, de arrumar um
novo relacionamento, relacionar-se com amigos, e ir a eventos. São
tantas barreiras que o obeso encontra que quando ele retoma a vida e
quebra essa barreira da obesidade ele quebra várias outras”, avalia.
Mais qualidade de vida. Mais saúde!
A
psicóloga pontua que a escolha pela cirurgia bariátrica não termina em
uma mesa cirúrgica, pelo contrário, o paciente irá sim eliminar muito
peso, principalmente nos primeiros meses após a cirurgia, mas para
manter essa conquista será necessário adotar uma alimentação balanceada e
saudável, bem como muita atividade física.
“O
sedentarismo é uma das maiores causas para o surgimento de doenças.
Praticar qualquer tipo de atividade física regularmente ajuda não
somente a manter ou reduzir o peso, mas também a ter mais disposição nas
atividades diárias”, frisa a profissional.
Atendimento psicológico é fundamental
A Cirurgia Bariátrica e
Metabólica é um conjunto de técnicas cirúrgicas com fundamento
científico que visam o tratamento da obesidade e demais doenças
relacionadas ao excesso de gordura corporal. Antes de realizar
efetivamente a cirurgia bariátrica, o cirurgião vai submeter o paciente a
uma série de avaliações e exames que envolvem diferentes profissionais
(equipe multidisciplinar), como cardiologista, pneumologista, vascular,
nutricionista e psicólogo.
Silmara salienta que há uma
grande resistência, principalmente por parte dos homens, em participar
desses encontros em clínicas de psicologia. “Algumas pessoas ainda
acreditam que ir ao psicólogo é coisa de louco. Ou que o psicólogo não
aprovará a avaliação para o procedimento e tem receio de falar o que
sentem ou porque acham que chegaram a esse sobrepeso. O nosso papel é
identificar os fatores positivos que poderemos contar e os fatores
negativos os quais poderão comprometer os resultados para este
paciente”, declara a psicóloga.
Doença que preocupa cada vez mais
Segundo recente estudo americano, de
cada três pessoas no planeta, uma tem sobrepeso, e de cada 10, uma é
obesa. Para reverter esse caso, muitos procuram pela cirurgia
bariátrica.
Silmara lembra que o
Índice de Massa Corporal (IMC) de 25 a 30 já está acima do peso; de 30 a
35 é considerado obesidade 1; de 35 a 40 é obesidade 2 (severa), e
acima de 40 já é obesidade 3 ou mórbida. Sendo que para fazer à cirurgia
bariátrica a recomendação é de 35 a 40 associado a duas comorbidades.
Acima de IMC 40 o procedimento, normalmente é recomendado,
independentemente de ter comorbidade ou não.
Vale destacar ainda que a obesidade é
um problema multifatorial, que envolve questão genética onde estudos
apontam que na família onde os pais não são obesos a probabilidade de se
ter um filho obeso é de 10 %, mas se um dos pais for acometido esta
probabilidade aumentará para 50% e se os dois pais forem obesos a chance
será de 80%. Há ainda a questão emocional, como por exemplo, o stress, a
correria do dia a dia, o que interfere na qualidade de vida e
consequentemente pode levar ao ganho de peso.
“O
estilo de vida que a pessoa leva é outro fator importante. Hoje notamos
que ainda há muitas pessoas sedentárias devido a falta de tempo ou
disposição. Pessoas que cada vez mais estão buscando o fast-food, o que
também acaba atrapalhando no estilo de vida. A questão hormonal;
problemas de tireoide; questão metabólica são fatores importantes, pois
há pessoas que tem uma alimentação bacana, não são sedentárias, mas
possui a síndrome metabólica que atrapalha no emagrecimento”, conclui.
Sobre Silmara Batista Brizoti
Graduada pela Universidade
Paulista, atua em clínica em São José do Rio Preto (SP) com enfoque em
avaliação psicológica em candidatos a cirurgia bariátrica/ metabólica. É
Certificada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica (COESAS).
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