Atividade física é um meio para sair das limitações e chegar nas potencialidades
Os
Jogos Paralímpicos têm colocado em evidência, nas últimas décadas, o
esporte para pessoas com deficiência. Desde 1988, eles são realizados na
mesma sede, poucas semanas após os Jogos Olímpicos. Esses eventos
trazem visibilidade às potencialidades de pessoas que tendem a ser
subjugadas em outros contextos sociais, devido a suas limitações
físicas. Em um histórico recente, as comparações de rendimento esportivo
de Jogos Olímpicos e Paralímpicos se tornaram comuns. A participação do
corredor Oscar Pistorius, com próteses nas duas pernas, na equipe de
revezamento da África do Sul no atletismo nos Jogos Olímpicos de Londres
em 2012, foi um marco para a história do esporte – tanto olímpico como
Paralímpico.
Embora
os Jogos Paralímpicos sirvam como vitrine para grandes demonstrações, a
prática de atividade física e esporte por pessoas com deficiência tem
propósitos que vão além do desempenho atlético. Há indícios históricos
que algumas atividades hoje consideradas modalidades esportivas serviam
para fins terapêuticos há milhares de anos. Atualmente, para além dos
benefícios físicos, a possibilidade de criar relacionamentos e
interações sociais, a melhoria na autoestima e na confiança, são
incentivos extra para a participação nessas atividades.
Entre
as pessoas com deficiência, existem diversos tipos e graus,
demonstrando que cada caso precisa de uma avaliação específica. Nesse
sentido, há um número crescente de profissionais e instituições que se
especializam no trabalho com esse público. Atividades esportivas podem
proporcionar o sentimento de pertencimento a um grupo e o prazer da
prática, além de desenvolver habilidades específicas nas modalidades e
capacidades físicas que auxiliam na qualidade de vida. Atividades
físicas personalizadas podem melhorar o atendimento das necessidades
específicas, como alongamento e fortalecimento, no caso de deficiências
físicas, especialmente em graus maiores de comprometimento. Nesses
casos, elas complementam as atividades fisioterápicas, que visam a
reabilitação e a redução dos impactos dos comprometimentos.
Na
perspectiva da inclusão, mais do que um discurso, ainda há muito a ser
feito. Podemos reconhecer que as pessoas têm diferentes níveis de
habilidades, independentemente de qualquer condição pontual ou crônica.
Ainda assim, é comum identificar a exclusão de pessoas com deficiência
na escola ou no lazer, assim como ocorre com aqueles menos habilidosos,
menos velozes ou menos ágeis. Por isso, a inclusão precisa estar
presente na formação, nas reflexões e na prática dos profissionais,
invertendo a perspectiva da deficiência para considerar as diferentes
habilidades e potencialidades existentes entre os seres humanos.
Autora: Prof.
Dra. Bárbara Schausteck de Almeida da Licenciatura e Bacharelado em
Educação Física do Centro Universitário Internacional Uninter.
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