Por Prof. Dr. Mario Louzã,
médico psiquiatra, doutor em Medicina pela Universidade de
Würzburg, Alemanha. Membro Filiado do Instituto de Psicanálise
da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (CRMSP
34330)
O que é a esquizofrenia? A esquizofrenia é um transtorno mental que se manifesta no fim da adolescência, início da idade adulta. Atinge cerca de 1 em cada 100 pessoas, mundialmente. Os principais sintomas são os delírios (ideias que são incompatíveis com a realidade da pessoa), alucinações (em geral, auditivas, na forma de “ouvir vozes” que falam com a pessoa, ou lhe dão ordem), comportamento e pensamento desorganizados, entre outros.
Estes sintomas ocorrem essencialmente na fase aguda da doença (o “surto” psicótico); uma vez tratados, os sintomas diminuem ou desaparecem (o período de remissão), podendo a pessoa vir ou não a ter novos surtos. No período de remissão ficam mais perceptíveis outros sintomas, como apatia, falta de motivação e dificuldade para expressar emoções (as emoções ficam “apagadas”). Por causa destes sintomas, aumenta o isolamento social da pessoa com esquizofrenia.
O tratamento medicamentoso é feito tanto na fase aguda, para controle dos sintomas, quanto na remissão, para evitar que os sintomas se manifestem novamente. Além dos medicamentos, há uma série de abordagens chamadas psicossociais, para ajudar na reintegração familiar e social da pessoa.
E qual é o maior desafio que a pessoa com esquizofrenia enfrenta? O preconceito! Vários estudos mostram que a pessoa com esquizofrenia é vista socialmente como "perigosa", "violenta", "imprevisível", "esquisita". Esta visão distorcida gera a discriminação, reduzindo as chances de que uma pessoa com esquizofrenia consiga se reinserir socialmente, consiga um emprego ou uma atividade. Ela terá dificuldade em situações triviais, pois terá que superar barreiras criadas pelo preconceito e a discriminação sociais.
Como vencer preconceitos e discriminações? O elemento principal é a informação. Conhecer a doença, entender seus sintomas e saber como é feito o tratamento. Informações corretas, obtidas em fontes confiáveis, ajudam a compreender a pessoa com esquizofrenia e se contrapõem às informações distorcidas e arraigadas no senso comum. É um longo trabalho, uma vez que é preciso mudar algo que vem de muitas décadas. No entanto, é fundamental para que a realidade se imponha sobre o preconceito.
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