Ao ser submetido a um procedimento para a correção de uma arritmia cardíaca esta semana, o técnico do clube de futebol do Grêmio, Renato Gaúcho, chamou a atenção para a doença que, a despeito do que muitos pensam, não acomete apenas pessoas idosas e sedentárias. “Atingindo cerca de 175 milhões de pessoas no mundo, a fibrilação atrial, tipo de arritmia apresentada pelo técnico, é comum em esportistas praticantes de atividades de alta intensidade e que exigem bastante da frequência cardíaca”, explica o Dr. José Moura Jorge, presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), principal entidade sobre o tema no Brasil.
Caracterizada como um distúrbio do ritmo dos átrios (câmaras superiores do coração), que gera batimentos irregulares e geralmente rápidos, a fibrilação atrial pode ser silenciosa ou apresentar sintomas de cansaço, palpitações, tonturas ou desmaios. Embora não apresente riscos diretos de morte súbita, está relacionada de forma importante a ocorrências de AVC (derrame cerebral) e aumento de demência ao longo dos anos.
A sua relevância é tão grande que já foi tema de edições anteriores do Congresso Brasileiro da SOBRAC, onde foram demonstrados estudos a respeito mostrando que o exercício físico benéfico é o praticado de forma moderada e contínua, e não o muito intenso a ponto de ultrapassar os limites fisiológicos.
“A atividade física leve a moderada está associada com redução de arritmias cardíacas. Não só de arritmias do átrio, como a fibrilação atrial, mas também de arritmias ventriculares, que poderiam gerar morte súbita. Já a atividade física de alta intensidade, como a praticada por atletas, pode aumentar tanto a fibrilação atrial como as arritmias ventriculares”, explica o Dr. Leandro Zimerman, ex-presidente da SOBRAC e responsável pelo tratamento de Renato Gaúcho.
As alternativas de tratamento para a fibrilação atrial são os cuidados gerais (evitar álcool, fazer exercício, redução de peso), o uso de fármacos antiarrítmicos e anticoagulantes, e a ablação por radiofrequência (tipo bisturi elétrico). Esta última foi a forma usada no técnico, cauterizando-se as regiões nos átrios responsáveis pela arritmia. “Esta é uma forma de tratamento que tem ganho progressivamente mais espaço, por apresentar melhores resultados e menos complicações ao longo dos anos”, explica o Dr. André D’Ávila, Diretor Científico da SOBRAC.
Para saber mais a respeito das arritmias cardíacas, acesso o Guia de Imprensa de Arritmias Cardíacas: http://bit.ly/2Axt3Eo
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