Por Patrícia Goulart Turbay
A
saúde no Brasil está na UTI. O país é o que menos investe na área entre
todos os países da América, de acordo com o levantamento feito neste
ano pela ONG Contas Abertas, a pedido do Conselho Federal de Medicina.
Por isso mesmo, saúde e segurança pública são os serviços públicos mais
mal avaliados pelos brasileiros. Engana-se quem pensa que estamos
falando apenas de saúde pública. O caos também tem chegado às redes
particulares que, devido à crise, estão perdendo clientes que possuíam
planos de saúde. Em 2015, as operadoras de saúde perderam 1,3 milhão de
clientes. Só no primeiro trimestre de 2016, foram mais 617 mil, segundo a
Agência Nacional de Saúde Suplementar. Isso gera uma necessidade
urgente dos planos de saúde em selecionar melhor os seus prestadores e
se destacarão aqueles que tiverem qualidade. A solução é a melhoria nos
processos de gestão.
Os
serviços de saúde precisam trabalhar com o foco na segurança e
qualidade da assistência. O melhor caminho é o da acreditação
hospitalar, um certificado de qualidade semelhante ao ISO, mas
específico para instituições de saúde. Trata-se de uma metodologia que
incentiva a melhoria das práticas de gestão, a qualidade da assistência,
a segurança do paciente, a racionalização da utilização de insumos e a
sustentabilidade dos resultados dos hospitais. Melhora a cultura da
qualidade e o entendimento da relação entre os processos, reduzindo a
cultura de “apagar incêndios”. Colocando as pessoas certas no lugar
certo, a organização começa a trabalhar com dados e fatos, tomando
melhores decisões.
A
acreditação, que também pode ser desenvolvida no setor público, busca a
melhoria contínua dos processos, implementado com base nos fundamentos
de gestão em saúde. Seguindo os padrões recomendados pela acreditação
hospitalar, a organização de saúde estará fortalecendo as práticas de
segurança dos pacientes, a visão sistêmica e a eficiência na realização
das atividades, permitindo um crescimento sustentável da empresa. É
possível crescer otimizando recursos, melhorando a gestão do tempo e a
comunicação, com o foco em elevar o nível de satisfação dos clientes.
Além disso, a organização passa a ter maior e melhor controle sobre os
seus processos.
O caos também tem chegado às redes particulares que, devido à crise, estão perdendo clientes que possuíam planos de saúde. Em 2015, as operadoras de saúde perderam 1,3 milhão de clientes. Só no primeiro trimestre de 2016, foram mais 617 mil, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar.
Os
principais desafios enfrentados pelas organizações que optam pela
acreditação são a adequação da estrutura física, a implementação da
cultura da qualidade com o envolvimento de todos os profissionais e a
quebra de paradigmas de práticas ruins, implementadas há anos pela
empresa. O investimento no desenvolvimento de pessoas e na implementação
efetiva das práticas de segurança do paciente - como, por exemplo, a
cirurgia segura, identificação adequada e a segurança da cadeia
terapêutica – garante maior confiabilidade das informações pertinentes
ao diagnóstico e tratamento multidisciplinar. O maior diferencial das
instituições acreditadas é exatamente a qualidade e segurança maior,
além do controle melhor para a tomada de decisões, evitando retrabalho e
desperdício. Isso gera credibilidade para a organização.
No
futuro, as organizações não terão outra escolha a não ser buscar a
acreditação, como em países como França, Estados Unidos e Canadá. Isto é
uma tendência e vêm sendo discutida com projetos de lei como o
126/2012. Com um padrão de qualidade mais elevado, os hospitais poderão
se diferenciar e gerar mais confiança aos pacientes e operadoras de
saúde. O cliente - que observa principalmente a qualidade do atendimento
prestado, a higienização do ambiente e a qualificação da equipe - e os
próprios planos de saúde buscarão as instituições particulares com
maiores referências de qualidade. Ganha o cliente. Ganha o hospital.
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