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terça-feira, 20 de setembro de 2016

Em Entrevista a Artur e Isabel da Globo, Kalil explica dívida de IPTU e chama Délio Malheiros de cuidador de capivaras relapso

Leia entrevista de Marcelo Alexandre Kalil na íntegra para Artur e Isabela do MGTV da Globo onde ele fala abertamente da dívida de IPTU com propriedade como caução e desanca o candidato da prefeitura Délio Malheiros onde ele afirma que sua função na PMBH era cuidar de 50 capivaras na Pampulha e como ele deixou morrer 39 capivaras ele não pode se qualificar de cuidar de mais de 5 milhões de pessoas de Belo Horizonte. Leia
Candidatos à prefeitura de BH esquerda para direita: João Leite, Kalil, Délio, Sargento Getúlio, Ronaldo, Manchinha ou Reginaldo, Marcelo Antonio e Tibé faltou na foto: Consolação, Vanessa e Eros


Leia a transcrição na íntegra da entrevista com Alexandre Kalil.
Isabela Scalabrini: O MGTV faz, nesta semana, uma rodada de entrevistas com os candidatos a prefeito de belo horizonte mais bem colocados na última pesquisa Ibope contratada pela TV Globo. A ordem das entrevistas foi definida por sorteio, com a presença dos assessores dos partidos. Ontem, o entrevistado foi o candidato Délio Malheiros, do PSD. O convidado de hoje é Alexandre Kalil, do PHS.

Artur Almeida: Alexandre Kalil nasceu em Belo Horizonte, tem 57 anos, é empresário, ex-presidente do Atlético e disputa a prefeitura pela primeira vez. Boa tarde, candidato, o tempo da entrevista é de 15 minutos. Quando estiverem faltando 30 segundos, o senhor será avisado para fazer suas considerações finais, tudo bem?

Alexandre Kalil: Muito obrigado pelo convite.
Artur: Candidato, o senhor concorreu à eleição para deputado federal em 2014 pelo PSD e depois renunciou à candidatura. Dois anos depois, agora o senhor está no PHS e é candidato à Prefeitura de Belo Horizonte. Porque o senhor quer ser prefeito?

Kalil: Olha, eu acho que me qualifiquei para isso. Acho que estou preparado e pelos candidatos que se, se colocaram, eu não me vejo pior que nenhum deles. Acho que dei prova que faço, que sei fazer, consigo fazer. Eu acho que eu posso humanizar Belo Horizonte, eu acho que eu posso fechar a torneiras, eu acho que eu posso canalizar dinheiro para coisas importantes. Então, eu vou tentar fazer o que eu já experimentei fazer, fiz e deu certo.
Artur: O senhor falou que deu provas que está preparado. Quais são essas provas?

Kalil: Olha, eu peguei um, eu geri um clube de futebol que, bem ou mal, eles podem, podem me odiar ou me amar. Mas não é uma coisa pequena, não é uma coisinha, envolve alguns milhões de pessoas. E é feito com carinho, é feito com fechar torneira, cuidar, tratar, então, enfrentamos problemas, enfrentamos muitas coisas, né? E eu levei o meu jeito pessoal de enfrentar problemas pessoais, problemas empresariais para dentro do Atlético. Fomos resolvendo até porque o futebol nos dá isso. Mas, experiência de fazer tanto na vida privada quanto na vida pública, de enfrentar dificuldades, eu tenho. E tenho coragem para resolver. E tenho coração e humanidade para botar nessa cidade que tá tão maltratada e tão abandonada.

Isabela: Eu pergunto pro senhor se isso é suficiente, porque o slogan da campanha do senhor é chega de políticos. Isso seria uma estratégia para ganhar votos ou o senhor quer, realmente, se desligar de uma imagem de políticos que estaria desgastada?

Kalil: Não, olha. Eu não vou fazer carreira. Até porque eu não tenho idade para fazer carreira mais, estou com 57 anos. Eu quero fazer a prefeitura funcionar bem. Porque, é, é, nós estamos vivendo, sabe Isabela, um caos absoluto. E quanto mais eu ando em Belo Horizonte, mais me assusta, sabe? Então, quer dizer, mais me assusta...

Isabela: O que que assusta o senhor?
Kalil: Olha, eu vi porco pastando com crianças e lixões a 50 metros da pista do Aeroporto da Pampulha. Tem coisa que assusta mais um belorizontino que isso? Ver porco pastando na Pampulha com criança e lixão? Quer dizer...

Isabela: O senhor acabaria com os lixões, então.
ilustração

Kalil: Ó. Isso aí é uma coisa barata e simples de fazer. É limpeza, gente. Isso é limpeza, é limpar. Não é construir viaduto não. Cê limpar. Então, quer dizer, o desespero que está acontecendo é porque parece que a população de Belo Horizonte que sofre sabe que nada está funcionando.
Isabela: Mas quando o senhor diz que não quer ser político, por exemplo, desculpa, que o slogan do senhor é ‘não quero ser político’. Como é que o senhor vai governar sem política, sem uma democracia, sem discutir com a população, sem fazer essa negociação. O senhor disse ainda que não tem idade para ser político. Quer dizer, isso é possível, com a boa vontade que o senhor disse?

Kalil: Deixa eu te falar. Eu, eu tenho um vice político, tenho amigos políticos, vou negociar com políticos, eu tenho o direito que não querer ser político. Tá certo? Agora, negociar, fazer maioria, Belo Horizonte já fez. Sem negociata, sem coisa errada. Então, o que eu não quero é essa política. Essa que não me interessa. Né? Quando você vê a mulher,,,

Isabela: A gente fala em negociação, não em negociata, desculpa.
Artur: O senhor...

Kalil: Negociação sim. Negociata não. Então, quando você está, quando você vai, por exemplo, fazer maioria, você tem que ver o que é hoje, o que a mulher mais pobre de Belo Horizonte está passando. Com os filhos na escola, com filho no braço em posto de saúde. É uma crueldade, é uma maldade, é uma desumanidade o que estão fazendo com essas mulheres em Belo Horizonte, principalmente as mulheres.

Artur: Candidato, então, só para ficar claro. O senhor pretende sim negociar, dialogar com a Câmara Municipal?

Kalil: É claro! Isso é uma necessidade. Com a Câmara Municipal, com o governo estadual. Porque, eu acho muito engraçado, sabe Artur. ‘Olha, nós vamos melhora a segurança, mas nós esculhambamos o governador de Minas’. Queriam me botar no colo do PT, como se eu precisasse de colo de alguém pra me fazer de alguma coisa. Enquanto eles esculhambam o governador, tão falando em dar segurança. Ninguém dá segurança para Belo Horizonte sem entrar no palácio para discutir com o governador. Então é demagógico, é maldade com o povo. Entendeu? Agora, me ligar ao PT? Eu preciso de Pimentel pra alguma coisa? Eu preciso é do governador que tiver sentado lá. Eu preciso é do governador para dar segurança para essas mulheres que estão abandonadas no hipercentro tendo bolsa puxada pelo abandono da polícia, e do governo e da prefeitura de Belo Horizonte.

Artur: O senhor, como candidato, quer administrar o orçamento da cidade a partir do ano que vem. Consta, no site do Tribunal de Justiça que o senhor está sendo executado pelo município por débitos de tributos municipais. Que dívida é essa e porque ela surgiu?

Kalil: Olha, eu quero esclarecer isso pela décima vez, mas vou com calma. É... eu sou um empresário comum. Eu quero dizer o seguinte para a população de Belo Horizonte. Quando eu entrei lá no Atlético, se você olhar lá no site, eu já devia e minhas dívidas estão todas com imóveis em garantia. Passei 6 anos pelo Atlético. Transformei o orçamento de 30 milhões em 270 milhões em 6 anos. E nunca tirei um vintém do Atlético porque eu sou homem que tenho mão limpa. Então, tão querendo colocar em mim o crime de dever. Como se dever fosse um crime. Não, gente. Crime é roubar, crime é estar delatado na Lava Jato, crime é receber propina de caixa dois. Dever não é crime. Inclusive com imóvel em garantia. Então, que a população toda saiba que eu não sou um criminoso, tá? Nunca fui. Minha empresa tem 50 anos e nunca foi envolvida em um escândalo. Eu tenho 57 anos. Mexi com dinheiro que não era meu. E nunca toquei nele a mão. Então, tudo mundo tem que saber o seguinte: não me sinto criminoso. E vou acertar minhas contas. Só não acerto agora para não dar motivo de mais conversa. Porque eu assisti ontem aqui o Délio me desqualificar por causa disso.

 E logicamente não foi ficar inimigo do Délio porque meu pai me ensinou até que inimigo a gente escolhe, mais do que amigo, e ele não pode ser meu inimigo. O Délio é aquele que deram pra ele tomar conta, a função mais importante dele na prefeitura foi tomar conta de 50 capivaras. E 38 capivaras morreram. Foi a coisa mais importante que ele fez dentro da Prefeitura de Belo Horizonte. Nem recebido pelo prefeito ele era. Então, um cara que não tomou conta de 50 capivaras tá querendo tomar conta de quase 2 bilhões e meio de habitantes da nossa cidade. Então, me desqualificar por isso eu não vou deixar. E já vasculharam a minha vida, hein Artur? Na minha vida pessoal e no Atlético e acharam uma dívida de IPTU que está sendo renegociada, que vai ser paga porque tem imóvel em garantia. Como tudo meu, como empresário, tem imóvel em garantia.

Artur: Tem também, só para terminar essa parte judicial, o senhor tem uma dívida de INSS dos funcionários de sua empresa. O senhor poderia explicar melhor isso?

Kalil: Isso foi uma dívida que foi feita, que, na época, eu levei os contratos, inclusive, da Prefeitura de Belo Horizonte, que haviam sido suspensos e não pagos. Tanto que nem condenado, nem uma condenação de criminal eu tive, né? Eu estou recorrendo a uma condenação de pequenos serviços comunitários. Estou recorrendo. Porque foi explicado com muito cuidado e tem mais. E tem também, olha, dívida trabalhista. Eu sou comum, gente. Eu sou comum, eu pago os empregados é do meu bolso. Eu sou um cara comum, eu devo, eu passo dificuldade, eu atraso colégio. Eu sempre fui assim. Passei pelo Atlético, mexi com bilhões e continuo um cara comum. Agora, honrado, de mão limpa e que sabe fazer.

Isabela: Com relação ao IPTU, que o senhor disse que realmente o senhor está devendo esse IPTU. O senhor vai aumentar o IPTU? O senhor disse que não precisa aumentar o IPTU, precisa aumentar o volume de quem está pagando. Isso é a mesma coisa?

Kalil: Não. Nós temos, nós temos hoje, não é o volume, não. O imposto, eu não falei especificamente do IPTU, não. Os impostos da cidade, eles não têm que ter a alíquota aumentada. Nós temos é que incrementar, incrementar a economia da cidade, que está cada dia mais pobre, para que se dê um volume maior de impostos. Então, nós estamos com uma equipe trabalhando muito na área de startups , das Tis, né? Porque esse eu acho que é o caminho e a última chance de Belo Horizonte. Porque nós já perdemos os bancos, perdemos as grandes construtoras, perdemos os polos para a China, quer dizer, Belo Horizonte está empobrecendo cada vez, e o comerciante, cada vez mais maltratado.

Artur: Candidato, segundo pesquisas, a saúde é o principal problema da cidade. O que o senhor pretende fazer já, caso seja eleito?

Kalil: Olha, primeira coisa é canalizar o dinheiro para a saúde. A população de Belo Horizonte tem que saber que o dinheiro da saúde vai para a construtora Norberto Odebrecht. Ela é que pega o dinheiro da saúde para repassar não sei como para a saúde. Isso tem que acabar. Nós temos que fechar a torneira, e o dinheiro da saúde tem que chegar na saúde sem intermediário. Estão falando aí que vão fazer não sei quantas UPAs, não sei quantos centros de saúde porque não vão fazer nada. Quem faz é uma empreiteira, que é sócia da prefeitura, entendeu? Que tem as UPAs, que tem os centros de saúde construídos, que tem as Umeis. Eles vão faze porque não são eles que fazem. Quem faz tudo isso é a Norberto Odebrecht, que é  a sócia oculta prefeitura.

Isabela: Com relação à segurança, que é uma outra queixa dos moradores. O que que o senhor vai fazer para melhorar a proteção dos moradores de Belo Horizonte?

Kalil: Olha, sem chamar o governador para a mesa... Porque falar em Guarda Municipal, isso, sim, está na nossa mão. Mas nós sabemos, isso é a realidade, é verdade, que sem a Polícia Militar, sem a Polícia Civil, ela aparelhada, ela na rua, ela no novo acordo com o governo estadual, ninguém vai fazer segurança, gente. É, por isso, que é bom não ser político, porque não me interessa quem estiver lá. Nós temos que ir lá buscar a solução para esse descalabro dessa violência absurda que Belo Horizonte tem hoje.

Artur: O senhor diz também que pretende renovar a frota de ônibus da capital. Como o senhor pretende fazer isso, sem que implique em aumento de passagem de ônibus para os passageiros?

Kalil: Da mesma forma que eles estão tirando trocador sem diminuição do valor da passagem. Quem está levando a vantagem de desempregar o trocador? Só empresário de ônibus. Qual a vantagem que eu levo, que você leva, que a população de Belo Horizonte leva de tirar o trocador? Quem leva é quem vai pagar menos. Então, as concessionárias têm que ser chamadas para a mesa, para explicar para elas que há um novo comando, que elas não mandam mais na BHTrans, entendeu? E tirar esse mundo da fantasia. Eu acho que, se a Andrea Neves, em vez de sentar com o Marcio, chamassem esses, esses ônibus, sabe? Para conversar, para falar que não pode maltratar o povo, seria muito bom. Em vez de ficar querendo é, é sujar a vida de gente limpa, eles podiam se reunir era para chamar essas concessionárias de ônibus, que devem estar dando muito dinheiro lá, entendeu, para cuidar disso. Isso era uma boa pauta, tanto para a senhora Andrea Neves quanto para o senhor Marcio Lacerda, que têm se encontrado tanto ultimamente.

Isabela: O senhor disse que não quer construir nada, né? Como o senhor fala no programa eleitoral. O senhor não vai propor grandes obras, mas a cidade precisa de algumas melhorias. O senhor acha que quais seriam necessárias? Seriam necessárias?

Kalil: Olha, eu acho que a criação de creches, pequenas obras , singelas obras, que não importariam em grandes custos, vão ter que ser feitas. Mas o problema é equipá-las, colocar gente lá dentro, qualificada, tratar bem o servidor público, qualificar esse servidor para ele chegar bem ao atendimento final, sabe? Ele tem que parar de ficar desmoralizado, tem que parar de ficar amolado, maltratado e abandonado, que é o que acontece hoje com o servidor público de Belo Horizonte.

Artur: Candidato, o senhor agora tem 30 segundos para suas considerações finais, por favor.

Kalil: Olha, eu quero dizer para a população de Belo Horizonte que essa campanha suja, covarde, em cima de um homem que é um bom pai, um bom amigo, um bom homem, isso eu sou. Eu posso não ser genial, eu posso não ser nada, mas sou um homem de bem. Isso não vai colar, eles não vão me desqualificar porque eu não sou desqualificável. Muito obrigado pelo convite, obrigado a todos. E os números estão ai, nós estamos muito otimistas.

Abalxo lista completa e fotos dos candidatos:

Prefeito PHS
Kalil é candidato a prefeito de Belo Horizonte pela coligação PRA BH FUNCIONAR - PHS / REDE / PV

Luis Tibe - 70
Prefeito PT do B
Luis Tibe é candidato a prefeito de Belo Horizonte pela coligação a bh que a gente quer - PT do B / PRP / PSL / PTC / PEN / PPL / SD / PMB
Marcelo Álvaro Antônio - 22
Prefeito PR
Marcelo Álvaro Antônio é candidato a prefeito de Belo Horizonte pela coligação MUDANÇA DE VERDADE - PR / PSDC
Maria da Consolação - 50
Prefeita PSOL
Maria da Consolação é candidata a prefeita de Belo Horizonte pela coligação Frente de Esquerda BH Socialista - PSOL / PCB
Reginaldo Lopes - 13
Prefeito PT
Reginaldo Lopes é candidato a prefeito de Belo Horizonte pela coligação PT/PC DO B - BH NO SÉCULO XXI - PT / PC do B
Rodrigo Pacheco - 15
Prefeito PMDB
Rodrigo Pacheco é candidato a prefeito de Belo Horizonte pela coligação BEAGÁ PARA TODOS - PMDB / PTN / PSC
Sargento Rodrigues - 12
Prefeito PDT
Sargento Rodrigues é candidato a prefeito de Belo Horizonte pela coligação BH Segura - PDT / PTB
Vanessa Portugal - 16
Prefeita PSTU
Vanessa Portugal é candidata a prefeita de Belo Horizonte pelo PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado)

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