A
autoestima da mulher costuma melhorar após a cirurgia de reconstrução.
Porém, para um resultado melhor, é preciso se informar sobre os diversos
tipos de reconstrução, e os seus resultados
Apesar
do aumento dos procedimentos de reconstrução de mama realizados em
2008, quase 70% das mulheres que são elegíveis para o procedimento não
são informadas sobre as opções de reconstrução disponíveis para elas,
aponta um relatório recentemente publicado pela Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
O
documento mostra que houve mais de 79.000 procedimentos de reconstrução
de mama realizados em 2008, um aumento de 39% em relação a 2007. Mas,
apesar disso, o relatório sugere que muitas pacientes com câncer de mama
estão perdendo a oportunidade de ter uma conversa chave sobre a
reconstrução de mama no momento do diagnóstico.
Uma
pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgada neste mês
aponta que, em 66,2% dos casos de câncer de mama, é a própria mulher
quem detecta os primeiros sinais da doença. O Inca e o Ministério da
Saúde lançaram, neste mês, a campanha "Câncer de mama: vamos falar sobre
isso?". A ideia é divulgar a informação de que todas as mulheres de 50 a
69 anos façam a mamografia a cada dois anos.
“Mas,
mais do que se debruçar sobre o diagnóstico precoce, as mulheres
precisam entender todas as suas opções terapêuticas para tomar uma
decisão informada sobre o seu tratamento de câncer de mama. Aquelas que
são diagnosticadas com a doença devem ser encaminhadas para uma equipe
multidisciplinar que possa prestar cuidados apropriados em relação ao
câncer de mama. O cirurgião plástico precisa ser incluído como parte da
equipe de tratamento", afirma o cirurgião plástico Ruben Penteado,
diretor do Centro de Medicina Integrada (CRM-SP 62.735).
Toda
mulher merece o direito de escolher qual tipo de reconstrução, se
houver esta opção, é melhor para ela. A entidade americana está fazendo
um esforço contínuo para trazer a público as questões de reconstrução da
mama, incluindo a educação sobre o tema, o acesso ao tratamento e a
abordagem sobre a equipe multidisciplinar.
“O
envolvimento precoce dos cirurgiões plásticos pode permitir o
desenvolvimento de um plano de tratamento ideal para cada paciente
individualmente. Nesse sentido, a colaboração entre as especialidades é
essencial. Para tanto, os cuidados primários de cirurgia geral,
radiologia, patologia, oncologia, ginecologia e cirurgia plástica
precisam estar disponíveis a partir do início do tratamento do câncer
de mama para assegurar o melhor resultado possível para a paciente”, diz
Ruben Penteado, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Paciente com câncer precisa de informação
É
também importante que as pacientes participem ativamente do tratamento.
As pacientes não devem aceitar que a sua reconstrução de mama seja
feita por outro profissional que não um cirurgião plástico. “Mesmo que a
tecnologia tenha feito muito em termos de diagnóstico e de tratamento
do câncer de mama, a reconstrução, mais do que nunca, exige a perícia
médica do cirurgião plástico”, diz o médico.
Dentre
os fatores que contribuem para a conscientização e a compreensão da
paciente, a educação específica sobre as opções para a reconstrução da
mama é muitas vezes inexistente. Nos próximos meses, a ASPS vai chegar
às mulheres através de uma variedade de materiais, que vão desde cartões
de informação e vídeos on-line, por meio de uma campanha publicitária, a
publicações nas salas de espera produzidas pelo Colégio Americano de
Obstetras e Ginecologistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário