O Jornal de Saúde enviou essa pauta para a Dra. Andréa Miranda que pesquisou sobre o café servido como uma das mais tradicionais bebidas do planeta. Cujo o Brasil é dos maiores produtores e exportador.
A pesquisa na íntegra em inglês, original está sendo publicada no rodapé dessa entrevista. Onde ela aborda sobre sua pesquisa e alguns temas sobre o café, entre mitos e curiosidades.
O maior conceito que pude compreender de sua pesquisa é que basta uma xícara diária para que o fenóis, ou benefícios, do café faça efeito no organismo do ser humano, com vitaminas e sais minerais. Leia que você vai mudar o seu modo de tomar café e até mesmo de criticar o cafezinho tão arraigado na cultura brasileira e de outros povos. Muito contestado pelo alto grau de cafeína que ele possui em sua característica de planta e frutos.
café descafeinado também fazem mal e gera dor de cabeça e a cafeína nas bebidas energéticas já
matou pessoas no USA, sei que é quantidade, como seria isso, é como o veneno, uma gota cura,
uma dose maior mata?
Resposta
É importante destacar que o café é uma mistura complexa de diversas substâncias
biologicamente ativas, como é o caso da cafeína, os polifenois, e os diterpenos (cafestol e
kahweol), que podem ter efeitos benéficos ou prejudiciais a longo prazo sobre os fatores de risco
para doenças cardiovasculares, tais como a pressão sanguínea, o colesterol, a homocisteína, e a
diabetes mellitus.
Neste contexto, tendo em conta esta bebida como um todo, é importante investigar a magnitude
dos efeitos individuais dos constituintes do café no desenvolvimento das doenças crônicas e
esclarecer o potencial impacto do café para a saúde humana.
Inicialmente, o foco dos estudos tinha unicamente como base a cafeína e os seus efeitos
fisiológicos potencialmente deletérios, sendo positivamente associada com pressão arterial,
resistência vascular sistêmica, concentração de lipídios séricos e resistência à insulina.
Recentemente, novas linhas de investigação têm dado relevo a outros compostos químicos
bioativos também presentes no café, com destaque para os polifenóis, sugerindo potenciais
efeitos benéficos e protetores na saúde cardiovascular dos consumidores desta bebida.
2. Como deve ser feito o café, ferver a água e depois jogar o pó e ferver mais um pouco, dizem
que a portuguesa, ou a espanhola; ferver e por o pó no coador e depois colocar a água, o não
importa?
Em relação ao teor de polifenóis do café, é indiferente a maneira de preparação do café coado.
Contudo, segundo a ABIC, o consumidor deve tomar alguns cuidados no preparo desta bebida,
como:
Preparar sempre a quantidade exata do café para consumo imediato, pois ele perde suas
características depois de uma hora de coado;
Usar sempre água filtrada, de preferência água mineral, por não conter cloro;
Lavar o coador somente com água, nunca com sabão, alvejantes ou com o pó que sobrou no
coador;
Não adoçar o café durante o preparo;
Manter o pó sempre em local fresco e em recipiente fechado;
A água para o preparo deve estar numa temperatura entre 90ºC e 100ºC; portanto, ela deve ser
retirada do fogo logo que se inicia a fervura;
Deve-se passar pelo pó somente água quente e jamais bebida preparada anteriormente.
3. Café fraco ou forte, quantas colheres de pó para um copo de 200 ml, por exemplo, uma
bastaria para um café forte e agradável ao paladar?
O grau de intensidade do café (forte ou fraco) é muito subjetivo e depende do gosto pessoal de
cada indivíduo.
Contudo, acho interessante salientar que diferentes espécies de café produzem bebidas
diferentes. Por exemplo, o café Arábica tem menor teor de cafeína, mais intensidade de sabor e
é menos amargo, passando a fazer parte do preparo de café solúvel. Todavia, não produz um
“creme” tão espumoso como o pó de Robusta, o qual é mais procurado pelos produtores de
“expresso”.
4. O café deve ser quente ou pode ser frio, gelado, em sorvetes. A uva devido o revesteratrol
como o tomate, devem ser quentes, como seria o café?
A quantidade de polifenóis no café não varia, independentemente se o café é consumido quente
ou frio, pois o seu teor é analisado após a sua preparação.
A melhor opção é ingeri-lo puro, de preferência sem adição de açúcar, pois torna esta bebida
pouco calórica.
5. Para algumas pessoas que já conversei dizem ser mito que o café tira o sono, outras dizem
que podem tomar café a qualquer hora que dorme bem, qual a verdade e/ou a ponderação disso?
6. O que o cafezinho faz com o cérebro aumenta a concentração, desperta da letargia, ativa a
memória como é isso que sempre ouvimos falar e nas pesquisas como isso funciona de fato.
Reuni as duas questões, pois ambas dizem respeito à ingestão e ao efeito da cafeína no
organismo.
Sabe-se que a cafeína é uma substancia psicoativa e estimulante que tem um efeito direto sobre
o sistema nervoso central, fazendo com que fiquemos temporariamente mais alerta. Em doses
moderadas, o equivalente a 400 mg/dia - dose de até 4 xícaras - a substância pode trazer
benefícios para a saúde, incluindo a melhora da memória e da concentração, e interferindo
positivamente no humor e na disposição. Diferentes estudos têm revelado os efeitos da toma
regular de cafeína na prevenção do declínio cognitivo, parecendo ter efeitos protetores na
doença de Alzheimer.
No entanto, a administração aguda de cafeína causa um aumento modesto da pressão sanguínea,
dos níveis de catecolaminas, da atividade de renina plasmática, dos níveis de ácidos graxos
livres, e da secreção gástrica. Ela altera o espectro eletroencefalográfico e o padrão do sono em
voluntários normais.
Para além disso, quantidades excessivas de cafeína podem aumentar a frequência cardíaca,
causar insônia, pior qualidade do sono profundo e ansiedade.
De ressaltar que, as quantidades para o surgimento destes efeitos variam de pessoa para pessoa
com base no perfil de risco de cada um e a sensibilidade para os efeitos da cafeína pode estar
relacionada às variações genéticas individuais.
7. O café segundo suas pesquisas possui fenóis - o que é isso em outras palavras e como faz
efeito no organismo e quais quantidade precisamos. É um acido como encontrado na maçã, o
málico, no mel?
Os polifenóis ou compostos fenólicos, são compostos bioativos de origem vegetal, que não são
sintetizados pelo organismo, ou seja, precisam ser fornecidos pela dieta.
Diversos estudos têm demonstrado a forte contribuição dos polifenóis na redução do risco de
várias doenças crônicas, tais como doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer,
osteoporose, doenças neurodegenerativas e diabetes mellitus.
Os polifenóis estão presentes em alimentos vegetais, como verduras e legumes, frutas, cereais e
leguminosas (feijão), bem como em bebidas alcoólicas (vinho e cerveja) e não alcoólicas (chás,
café, cacau, suco de frutas e de soja).
Eles são subdivididos em quatro grandes classes em: flavonoides, ácidos fenólicos, ligninas e
estilbenos.
Relativamente à ingestão dietética de polifenóis, ainda não existe uma ingestão mínima
recomendada e poucas informações estão disponíveis sobre as quantidades consumidas
diariamente no mundo.
Segundo a nossa pesquisa, os valores médios de ingestão total de polifenóis dos paulistanos
foram de 360 mg/dia, estando abaixo dos reportados por outros pesquisadores europeus. No
Município de São Paulo, o café contribuiu com 70% da ingestão total de polifenóis, isto é, foi a
principal fonte de polifenóis da dieta.
8. O que seria doses prejudiciais de café para a saúde, 1 litro de café por dia?
De acordo com os dados da nossa pesquisa, ficou demonstrado que o efeito protetor do café na
pressão arterial foi apenas para aqueles que tiveram um moderado consumo (de 1 a 3 xícaras de
café por dia), o que equivale a 50-150 mL/dia.
Para os indivíduos que tiveram um maior consumo (acima de 3 xícaras de café), não foi
encontrada nenhuma associação significativa com os fatores de risco para a doença
cardiovascular. No entanto, os nossos resultados não nos permitem indicar uma dose prejudicial
de café para a saúde. Somente um efeito benéfico para quem teve um consumo moderado.
Nossos achados estão de acordo com as diretrizes dietéticas atuais da American Heart
Association que afirmam que o consumo moderado de café, não é prejudicial ao risco de
desenvolver doença cardíaca e não está associado com aumento dos riscos de saúde a longo
prazo, em indivíduos saudáveis.
9. O que não lhe perguntei que poderia acrescentar.
Como principais resultados, a pesquisa apontou que os indivíduos que tomavam café de forma
moderada (de uma a três xícaras por dia) apresentaram menores chances de pressão arterial alta
e níveis aumentados de homocisteína (um aminoácido presente no sangue que está relacionado
com o surgimento
NE. Abaixo publicamos o texto em inglês original conforme a autora Dra. Andréia Miranda enviou ao Jornal de Saúde e também dizemos a tradução pelo tradutor Google, obviamente, como todos sabem não sai uma tradução excelente como um estudioso em letras e especializado em inglês faria, mas serve de noção do que é a pesquisa e o valor para o país, produtores e exportadores de café. Bem como para os consumidores finais.
Artigo em inglês:
Article
Association between Coffee Consumption and Its
Polyphenols with Cardiovascular Risk Factors:
A Population-Based Study
Andreia Machado Miranda *, Josiane Steluti, Regina Mara Fisberg and Dirce Maria Marchioni
Department of Nutrition, School of Public Health, University of São Paulo, São Paulo 01246-904, Brazil;
jsteluti@gmail.com (J.S.); rfisberg@usp.br (R.M.F.); marchioni@usp.br (D.M.M.)
* Correspondence: andreia.am.miranda@gmail.com; Tel.: +55-11-3061-7856
Received: 26 January 2017; Accepted: 10 March 2017; Published: 14 March 2017
Abstract: Epidemiological studies have examined the effect of coffee intake on cardiovascular disease,
but the benefits and risks for the cardiovascular system remain controversial. Our objective was
to evaluate the association between coffee consumption and its polyphenols on cardiovascular risk
factors. Data came from the “Health Survey of São Paulo (ISA-Capital)” among 557 individuals,
in São Paulo, Brazil. Diet was assessed by two 24-h dietary recalls. Coffee consumption was
categorized into <1, 1–3, and ≥3 cups/day. Polyphenol intake was calculated by matching
food consumption data with the Phenol-Explorer database. Multiple logistic regression models
were used to assess the associations between cardiovascular risk factors (blood pressure, total
cholesterol, low-density lipoprotein cholesterol (LDL-c), high-density lipoprotein cholesterol (HDL-c),
triglycerides, fasting glucose, and homocysteine) and usual coffee intake. The odds were lower
among individuals who drank 1–3 cups of coffee/day to elevated systolic blood pressure (SBP)
(Odds Ratio (OR) = 0.45; 95% Confidence Interval (95% CI): 0.26, 0.78), elevated diastolic blood
pressure (DBP) (OR = 0.44; 95% CI: 0.20, 0.98), and hyperhomocysteinemia (OR = 0.32; 95% CI: 0.11,
0.93). Furthermore, significant inverse associations were also observed between moderate intake
of coffee polyphenols and elevated SBP (OR = 0.46; 95% CI: 0.24, 0.87), elevated DBP (OR = 0.51;
95% CI: 0.26, 0.98), and hyperhomocysteinemia (OR = 0.29; 95% CI: 0.11, 0.78). In conclusion, coffee
intake of 1–3 cups/day and its polyphenols were associated with lower odds of elevated SBP, DBP,
and hyperhomocysteinemia. Thus, the moderate consumption of coffee, a polyphenol-rich beverage,
could exert a protective effect against some cardiovascular risk factors.
Keywords: coffee consumption; coffee polyphenol intake; cardiovascular risk factors;
representative sample
1. Introduction
Cardiovascular diseases (CVD) are considered to be the leading global cause of death, accounting
for 17.3 million deaths per year, which is predicted to rise to more than 23.6 million by 2030 [1].
The main causes of CVD involve non-modifiable risk factors, in addition to the metabolic risk factors,
that are targeted together with the behavioral risk factors, such as unhealthy diets (rich in salt, saturated
fat, and calories) [2]. However, there are still food items whose role is controversial, such as coffee.
Coffee has been considered an important dietary factor, because it is one of the most popular and
widely consumed nonalcoholic beverages in the world. Finland is the largest coffee consumer market,
followed by Brazil. In Brazil, the average coffee consumption is 5.9 kg per capita [3], with an estimated
prevalence of intake of 79%, i.e., the second-most consumed food in the country [4].
Coffee beverage, a mixture of several pharmacologically-bioactive compounds, including caffeine,
phenolic acids, and the diterpene alcohols, cafestol and kahweol, can also have long term effects on
Nutrients 2017, 9, 276; doi:10.3390/nu9030276 www.mdpi.com/journal/nutrients
Nutrients 2017, 9, 276 2 of 15
risk factors for CVD, such as blood pressure, plasma concentrations of cholesterol and homocysteine,
and the incidence of type 2 diabetes mellitus [5–7].
Caffeine, a central nervous system stimulant and psychoactive substance, has been positively
associated with blood pressure [8,9], systemic vascular resistance and unfavorable effects on
endothelial function [9], serum lipids concentration [10], and insulin resistance [11]. Other prospective
studies, however, have generally not supported adverse risk effects on CVD associated with coffee
consumption [12–14]. The major beneficial properties of coffee seem to depend on its content
of phenolic acids, which demonstrates protective roles in the cardiovascular system [15]. This
cardiovascular protection has been demonstrated in vivo, and can be explained by various mechanisms,
including their anti-inflammatory properties [16], the strong antioxidant capacity [17] related to nitric
oxide (NO) bioavailability, as well as low-density lipoprotein (LDL) oxidation, and antithrombotic
properties through endothelial protection [18].
Contrary to earlier studies focused on caffeine, existing evidence is suggesting that coffee may
exert a beneficial effect toward cardiovascular-related outcomes
Abaixo Tradução:
Artigo
Associação entre o Consumo de Café e
Polifenóis com Fatores de Risco Cardiovascular:
Um Estudo Baseado na População
Andreia Machado Miranda *, Josiane Steluti, Regina Mara Fisberg e Dirce Maria Marchioni
Departamento de Nutrição, Escola de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo 01246-904, Brasil;
Jsteluti@gmail.com (J.S.); Rfisberg@usp.br (R.M.F.); Marchioni@usp.br (D.M.M.)
* Correspondência: andreia.am.miranda@gmail.com; Tel .: + 55-11-3061-7856
Recebido: 26 de janeiro de 2017; Aceites: 10 de março de 2017; Publicado: 14 de março de 2017
Resumo: Estudos epidemiológicos examinaram o efeito da ingestão de café sobre doenças cardiovasculares,
Mas os benefícios e os riscos para o sistema cardiovascular permanecem controversos. Nosso objetivo era
Avaliar a associação entre o consumo de café e seus polifenóis no risco cardiovascular
Fatores. Os dados vieram do "Inquérito à Saúde de São Paulo (ISA-Capital)" entre 557 indivíduos,
Em São Paulo, Brasil. A dieta foi avaliada por dois recordatórios dietéticos de 24 h. O consumo de café foi
Categorizados em <1, 1-3 e ≥ 3 xícaras / dia. A ingestão de polifenóis foi calculada
Dados de consumo de alimentos com o banco de dados do Phenol-Explorer. Modelos de regressão logística múltipla
Foram utilizados para avaliar as associações entre fatores de risco cardiovascular (pressão arterial,
Colesterol, colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-c), colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL-c)
Triglicéridos, glucose em jejum e homocisteína) e consumo habitual de café. As probabilidades eram mais baixas
Entre os indivíduos que bebiam 1-3 xícaras de café / dia para elevação da pressão arterial sistólica (PAS)
(Odds Ratio (OR) = 0,45; Intervalo de Confiança 95% (IC 95%): 0,26, 0,78), sangue diastólico elevado
(OR = 0,44; IC 95%: 0,20; 0,98) e hiper-homocisteinemia (OR = 0,32; IC 95%: 0,11;
0,93). Além disso, associações inversas significativas também foram observadas entre ingestão moderada
De polifenóis de café e elevação da PAS (OR = 0,46; IC95%: 0,24; 0,87), DBP elevada (OR = 0,51;
IC 95%: 0,26, 0,98) e hiper-homocisteinemia (OR = 0,29; IC 95%: 0,11; 0,78). Em conclusão, o café
A ingestão de 1-3 copos / dia e seus polifenóis foram associados com menores probabilidades de elevação da PAS, PAD,
E hiper-homocisteinemia. Assim, o consumo moderado de café, uma bebida rica em polifenóis,
Poderia exercer um efeito protetor contra alguns fatores de risco cardiovascular.
Keywords: consumo de café; Café ingestão de polifenóis; Fatores de risco cardiovascular;
exemplo representativo
1. Introdução
As doenças cardiovasculares (DCV) são consideradas a principal causa global de morte,
Para 17,3 milhões de mortes por ano, que se prevê que aumente para mais de 23,6 milhões em 2030 [1].
As principais causas de DCV envolvem fatores de risco não modificáveis, além dos fatores de risco metabólicos,
Que são alvos junto com os fatores de risco comportamentais, tais como dietas insalubres (ricas em sal, saturado
Gordura e calorias) [2]. No entanto, ainda há itens alimentares cujo papel é controverso, como o café.
O café tem sido considerado um fator dietético importante, pois é um dos mais populares e
Bebidas não alcoólicas consumidas no mundo. A Finlândia é o maior mercado consumidor de café,
Seguido pelo Brasil. No Brasil, o consumo médio de café é de 5,9 kg per capita [3], com estimativa
Prevalência de ingestão de 79%, ou seja, o segundo alimento mais consumido no país [4].
A bebida do café, uma mistura de diversos compostos pharmacologically-bioactive, including a cafeína,
Ácidos fenólicos e os álcoois diterpênicos, cafestol e kahweol, também podem ter efeitos a longo prazo sobre
Nutrients 2017, 9, 276; Doi: 10.3390 / nu9030276 www.mdpi.com/journal/nutrients
Nutrientes 2017, 9, 276 2 de 15
Fatores de risco para DCV, como pressão arterial, concentrações plasmáticas de colesterol e homocisteína,
E a incidência de diabetes mellitus tipo 2 [5 - 7].
A cafeína, um estimulante do sistema nervoso central e substância psicoactiva, tem sido positivamente
Associados à pressão arterial [8,9], resistência vascular sistêmica e efeitos desfavoráveis
Função endotelial [9], concentração de lipídios séricos [10] e resistência à insulina [11]. Outras perspectivas
Estudos, no entanto, geralmente não suportam efeitos de risco adversos sobre as DCV associadas ao café
Consumo [12-14]. As principais propriedades benéficas do café parecem depender do seu conteúdo
De ácidos fenólicos, o que demonstra papéis protetores no sistema cardiovascular [15]. este
A proteção cardiovascular tem sido demonstrada in vivo, e pode ser explicada por vários mecanismos,
Incluindo suas propriedades anti-inflamatórias [16], a forte capacidade antioxidante [17], relacionada com o ácido nítrico
Óxido (NO), bem como a oxidação de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e antitrombóticos
Propriedades através da proteção endotelial [18].
Ao contrário dos estudos anteriores focados na cafeína, as evidências existentes sugerem que o café pode
Exercer um efeito benéfico em relação aos resultados relacionados ao
Artigo em inglês:
Article
Association between Coffee Consumption and Its
Polyphenols with Cardiovascular Risk Factors:
A Population-Based Study
Andreia Machado Miranda *, Josiane Steluti, Regina Mara Fisberg and Dirce Maria Marchioni
Department of Nutrition, School of Public Health, University of São Paulo, São Paulo 01246-904, Brazil;
jsteluti@gmail.com (J.S.); rfisberg@usp.br (R.M.F.); marchioni@usp.br (D.M.M.)
* Correspondence: andreia.am.miranda@gmail.com; Tel.: +55-11-3061-7856
Received: 26 January 2017; Accepted: 10 March 2017; Published: 14 March 2017
Abstract: Epidemiological studies have examined the effect of coffee intake on cardiovascular disease,
but the benefits and risks for the cardiovascular system remain controversial. Our objective was
to evaluate the association between coffee consumption and its polyphenols on cardiovascular risk
factors. Data came from the “Health Survey of São Paulo (ISA-Capital)” among 557 individuals,
in São Paulo, Brazil. Diet was assessed by two 24-h dietary recalls. Coffee consumption was
categorized into <1, 1–3, and ≥3 cups/day. Polyphenol intake was calculated by matching
food consumption data with the Phenol-Explorer database. Multiple logistic regression models
were used to assess the associations between cardiovascular risk factors (blood pressure, total
cholesterol, low-density lipoprotein cholesterol (LDL-c), high-density lipoprotein cholesterol (HDL-c),
triglycerides, fasting glucose, and homocysteine) and usual coffee intake. The odds were lower
among individuals who drank 1–3 cups of coffee/day to elevated systolic blood pressure (SBP)
(Odds Ratio (OR) = 0.45; 95% Confidence Interval (95% CI): 0.26, 0.78), elevated diastolic blood
pressure (DBP) (OR = 0.44; 95% CI: 0.20, 0.98), and hyperhomocysteinemia (OR = 0.32; 95% CI: 0.11,
0.93). Furthermore, significant inverse associations were also observed between moderate intake
of coffee polyphenols and elevated SBP (OR = 0.46; 95% CI: 0.24, 0.87), elevated DBP (OR = 0.51;
95% CI: 0.26, 0.98), and hyperhomocysteinemia (OR = 0.29; 95% CI: 0.11, 0.78). In conclusion, coffee
intake of 1–3 cups/day and its polyphenols were associated with lower odds of elevated SBP, DBP,
and hyperhomocysteinemia. Thus, the moderate consumption of coffee, a polyphenol-rich beverage,
could exert a protective effect against some cardiovascular risk factors.
Keywords: coffee consumption; coffee polyphenol intake; cardiovascular risk factors;
representative sample
1. Introduction
Cardiovascular diseases (CVD) are considered to be the leading global cause of death, accounting
for 17.3 million deaths per year, which is predicted to rise to more than 23.6 million by 2030 [1].
The main causes of CVD involve non-modifiable risk factors, in addition to the metabolic risk factors,
that are targeted together with the behavioral risk factors, such as unhealthy diets (rich in salt, saturated
fat, and calories) [2]. However, there are still food items whose role is controversial, such as coffee.
Coffee has been considered an important dietary factor, because it is one of the most popular and
widely consumed nonalcoholic beverages in the world. Finland is the largest coffee consumer market,
followed by Brazil. In Brazil, the average coffee consumption is 5.9 kg per capita [3], with an estimated
prevalence of intake of 79%, i.e., the second-most consumed food in the country [4].
Coffee beverage, a mixture of several pharmacologically-bioactive compounds, including caffeine,
phenolic acids, and the diterpene alcohols, cafestol and kahweol, can also have long term effects on
Nutrients 2017, 9, 276; doi:10.3390/nu9030276 www.mdpi.com/journal/nutrients
Nutrients 2017, 9, 276 2 of 15
risk factors for CVD, such as blood pressure, plasma concentrations of cholesterol and homocysteine,
and the incidence of type 2 diabetes mellitus [5–7].
Caffeine, a central nervous system stimulant and psychoactive substance, has been positively
associated with blood pressure [8,9], systemic vascular resistance and unfavorable effects on
endothelial function [9], serum lipids concentration [10], and insulin resistance [11]. Other prospective
studies, however, have generally not supported adverse risk effects on CVD associated with coffee
consumption [12–14]. The major beneficial properties of coffee seem to depend on its content
of phenolic acids, which demonstrates protective roles in the cardiovascular system [15]. This
cardiovascular protection has been demonstrated in vivo, and can be explained by various mechanisms,
including their anti-inflammatory properties [16], the strong antioxidant capacity [17] related to nitric
oxide (NO) bioavailability, as well as low-density lipoprotein (LDL) oxidation, and antithrombotic
properties through endothelial protection [18].
Contrary to earlier studies focused on caffeine, existing evidence is suggesting that coffee may
exert a beneficial effect toward cardiovascular-related outcomes
Abaixo Tradução:
Artigo
Associação entre o Consumo de Café e
Polifenóis com Fatores de Risco Cardiovascular:
Um Estudo Baseado na População
Andreia Machado Miranda *, Josiane Steluti, Regina Mara Fisberg e Dirce Maria Marchioni
Departamento de Nutrição, Escola de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo 01246-904, Brasil;
Jsteluti@gmail.com (J.S.); Rfisberg@usp.br (R.M.F.); Marchioni@usp.br (D.M.M.)
* Correspondência: andreia.am.miranda@gmail.com; Tel .: + 55-11-3061-7856
Recebido: 26 de janeiro de 2017; Aceites: 10 de março de 2017; Publicado: 14 de março de 2017
Resumo: Estudos epidemiológicos examinaram o efeito da ingestão de café sobre doenças cardiovasculares,
Mas os benefícios e os riscos para o sistema cardiovascular permanecem controversos. Nosso objetivo era
Avaliar a associação entre o consumo de café e seus polifenóis no risco cardiovascular
Fatores. Os dados vieram do "Inquérito à Saúde de São Paulo (ISA-Capital)" entre 557 indivíduos,
Em São Paulo, Brasil. A dieta foi avaliada por dois recordatórios dietéticos de 24 h. O consumo de café foi
Categorizados em <1, 1-3 e ≥ 3 xícaras / dia. A ingestão de polifenóis foi calculada
Dados de consumo de alimentos com o banco de dados do Phenol-Explorer. Modelos de regressão logística múltipla
Foram utilizados para avaliar as associações entre fatores de risco cardiovascular (pressão arterial,
Colesterol, colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-c), colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL-c)
Triglicéridos, glucose em jejum e homocisteína) e consumo habitual de café. As probabilidades eram mais baixas
Entre os indivíduos que bebiam 1-3 xícaras de café / dia para elevação da pressão arterial sistólica (PAS)
(Odds Ratio (OR) = 0,45; Intervalo de Confiança 95% (IC 95%): 0,26, 0,78), sangue diastólico elevado
(OR = 0,44; IC 95%: 0,20; 0,98) e hiper-homocisteinemia (OR = 0,32; IC 95%: 0,11;
0,93). Além disso, associações inversas significativas também foram observadas entre ingestão moderada
De polifenóis de café e elevação da PAS (OR = 0,46; IC95%: 0,24; 0,87), DBP elevada (OR = 0,51;
IC 95%: 0,26, 0,98) e hiper-homocisteinemia (OR = 0,29; IC 95%: 0,11; 0,78). Em conclusão, o café
A ingestão de 1-3 copos / dia e seus polifenóis foram associados com menores probabilidades de elevação da PAS, PAD,
E hiper-homocisteinemia. Assim, o consumo moderado de café, uma bebida rica em polifenóis,
Poderia exercer um efeito protetor contra alguns fatores de risco cardiovascular.
Keywords: consumo de café; Café ingestão de polifenóis; Fatores de risco cardiovascular;
exemplo representativo
1. Introdução
As doenças cardiovasculares (DCV) são consideradas a principal causa global de morte,
Para 17,3 milhões de mortes por ano, que se prevê que aumente para mais de 23,6 milhões em 2030 [1].
As principais causas de DCV envolvem fatores de risco não modificáveis, além dos fatores de risco metabólicos,
Que são alvos junto com os fatores de risco comportamentais, tais como dietas insalubres (ricas em sal, saturado
Gordura e calorias) [2]. No entanto, ainda há itens alimentares cujo papel é controverso, como o café.
O café tem sido considerado um fator dietético importante, pois é um dos mais populares e
Bebidas não alcoólicas consumidas no mundo. A Finlândia é o maior mercado consumidor de café,
Seguido pelo Brasil. No Brasil, o consumo médio de café é de 5,9 kg per capita [3], com estimativa
Prevalência de ingestão de 79%, ou seja, o segundo alimento mais consumido no país [4].
A bebida do café, uma mistura de diversos compostos pharmacologically-bioactive, including a cafeína,
Ácidos fenólicos e os álcoois diterpênicos, cafestol e kahweol, também podem ter efeitos a longo prazo sobre
Nutrients 2017, 9, 276; Doi: 10.3390 / nu9030276 www.mdpi.com/journal/nutrients
Nutrientes 2017, 9, 276 2 de 15
Fatores de risco para DCV, como pressão arterial, concentrações plasmáticas de colesterol e homocisteína,
E a incidência de diabetes mellitus tipo 2 [5 - 7].
A cafeína, um estimulante do sistema nervoso central e substância psicoactiva, tem sido positivamente
Associados à pressão arterial [8,9], resistência vascular sistêmica e efeitos desfavoráveis
Função endotelial [9], concentração de lipídios séricos [10] e resistência à insulina [11]. Outras perspectivas
Estudos, no entanto, geralmente não suportam efeitos de risco adversos sobre as DCV associadas ao café
Consumo [12-14]. As principais propriedades benéficas do café parecem depender do seu conteúdo
De ácidos fenólicos, o que demonstra papéis protetores no sistema cardiovascular [15]. este
A proteção cardiovascular tem sido demonstrada in vivo, e pode ser explicada por vários mecanismos,
Incluindo suas propriedades anti-inflamatórias [16], a forte capacidade antioxidante [17], relacionada com o ácido nítrico
Óxido (NO), bem como a oxidação de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e antitrombóticos
Propriedades através da proteção endotelial [18].
Ao contrário dos estudos anteriores focados na cafeína, as evidências existentes sugerem que o café pode
Exercer um efeito benéfico em relação aos resultados relacionados ao
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