As infecções hospitalares representam um risco substancial à segurança do paciente e consistem em um grave problema de saúde pública. A infecção hospitalar, se não diagnosticada, pode evoluir para uma infecção generalizada, também conhecida como Sepse. Dados do Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), em 2016, mostram que elas atingem um índice de mortalidade de até 70% em algumas regiões brasileiras e que 400 mil novos casos são diagnosticados por ano. O Ministério da Saúde estima que a taxa de infecção hospitalar no Brasil chega a 15% e, nos países da Europa e nos Estados Unidos, o índice é de 10%.
No caso particular de recém-nascidos, as infecções hospitalares são mais frequentes e, geralmente, mais graves. Nesta fase de vida, o paciente apresenta várias características que o tornam mais suscetível a infecções. O elevado tempo de internação em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal - UTIN, onde são submetidos a procedimentos invasivos e ao uso de antimicrobianos de largo espectro, contribui para o aumento da ocorrência destas infecções hospitalares, resultando em mais de seis milhões de mortes em casos neonatais e na primeira infância, também de acordo com o ILAS. Desta forma, a prevenção e o controle das infecções neonatais representam um desafio para todos os envolvidos nos cuidados hospitalares.
Uma das principais causas das infecções hospitalares está relacionada à deficiência no processo de assepsia, conjunto de procedimentos que visam prevenir, reduzir e controlar essas infecções por meio do cuidado com a limpeza e higiene. Ela deve ser realizada em diferentes superfícies, desde pisos, paredes, janelas, mobiliários e, especialmente, nos equipamentos utilizados no tratamento dos pacientes. As medidas de prevenção e controle das infecções hospitalares neonatais visam minimizar a transmissão exógena e endógena de micro-organismos patogênicos e aplicam-se à gestante, ao ambiente hospitalar, à equipe assistencial e ao próprio recém-nascido. Além disso, as medidas de antissepsia e desinfecção, utilizadas para inibir o crescimento de micro-organismos, ou reduzi-los através de antissépticos e desinfetantes, também devem ser eficientes.
Os equipamentos eletromédicos, usados diretamente na assistência aos recém-nascidos, requerem uma atenção especial. Falhas nos processos de limpeza e desinfecção podem ter como consequência a disseminação de infecções, colocando em risco a segurança e a saúde de todos. Assim, é importante que o design desses equipamentos leve em conta características que minimizem os riscos de contaminação, como cantos arredondados e desmontagem completa e simplificada, sem o uso de ferramentas.
Desta forma, sabemos que, na concepção e produção dos equipamentos eletromédicos, os fabricantes têm investido em pesquisa e aplicado tecnologias e soluções inovadoras tais como matérias-primas diferenciadas, para que as partes, peças e acessórios possam ser resistentes e facilmente higienizáveis e que seus produtos de assistência neonatal atendam aos requisitos fundamentais de assepsia e, também, contribuam para a redução dos casos de infecções hospitalares.
Na indústria brasileira, por exemplo, uma inovadora unidade híbrida para cuidados intensivos neonataisprove assistência aos prematuros e recém-nascidos com características diferenciadas para evitar riscos de contaminação e infecção. Um de seus diferenciais é a transição ágil do modo incubadora para unidade de calor irradiante, reduzindo o contato direto com o paciente e, sobretudo, o risco de contaminação.
São vários os aspectos que merecem a atenção na prevenção e transmissão de infecções na UTI neonatal, inclusive a responsabilidade das equipes e profissionais envolvidos na assistência ao recém-nascido de alto risco e das práticas específicas obrigatórias, como a higienização das mãos.
Por conta disso, é fundamental a criação e a atuação de uma comissão de controle, ativa e participante no hospital, a fim de exercer papel fundamental na prevenção efetiva e na redução da infecção neonatal, bem como na manutenção de um ambiente seguro para todos.
Prof. Dra. Evanisa M. Arena é consultora técnica e ministra os treinamentos da na modalidade equipamentos para neonatologia. Doutora em ciências, mestre em administração hospitalar e enfermeira pela USP. Atuou no SENAC-SP como docente e coordenadora na diretoria do COREN-SP. Foi presidente e vice-presidente da ABEN-SP. É membro do grupo de pesquisa - GEPAG da Unifesp.
As infecções hospitalares representam um risco substancial à segurança do paciente e consistem em um grave problema de saúde pública. A infecção hospitalar, se não diagnosticada, pode evoluir para uma infecção generalizada, também conhecida como Sepse. Dados do Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), em 2016, mostram que elas atingem um índice de mortalidade de até 70% em algumas regiões brasileiras e que 400 mil novos casos são diagnosticados por ano. O Ministério da Saúde estima que a taxa de infecção hospitalar no Brasil chega a 15% e, nos países da Europa e nos Estados Unidos, o índice é de 10%.
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