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segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Teste da bolinha ou testículos: um cuidado de pai para filho

Teste da bolinha: um cuidado de pai para filho

Solicitar o exame ao pediatra logo nos primeiros dias do bebê evita problemas futuros como infertilidade e câncer de testículo

A construção do vínculo entre pai e filho - poderoso elo celebrado no próximo domingo (12), dia dos pais - começa nos primeiros dias de vida da criança. Sobretudo por meio dos cuidados que garantem saúde, bem-estar e qualidade de vida ao novo membro da família. Um dos mais importantes é o teste da bolinha.

Pouco mencionado nos consultórios ou mesmo dentro da cultura do puerpério, o exame é fundamental para a detecção da criptorquidia (do grego kryptos = esconderijo + órchis = testículo). Trata-se de uma condição na qual um dos testículos (ou ambos) não “desce” corretamente da cavidade abdominal (onde se forma durante o período intrauterino) para o saco escrotal.

“Essa migração é necessária porque a produção de espermatozóides só ocorre sem intercorrências em ambiente entre 1° C, 1,5° C abaixo da temperatura corpórea. Por isso os testículos ficam na bolsa escrotal, que é externa. O esperado é que eles se desloquem para lá nos últimos meses da gestação. Assim que bebê nasce, portanto, é essencial verificar se existe ou não criptorquidia”, explica o urologista e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Pedro Romanelli.

Apesar de assintomática, a disfunção deve ser corrigida cirurgicamente o quanto antes. No máximo, até que o menino complete 2 anos, pois a criptorquidia pode provocar infertilidade e até mesmo o surgimento de tumores testiculares na fase adulta. “A conduta médico normalmente consiste em, primeiro, acompanhar o caso de perto durante um ano, porque as gônadas podem acabar migrando naturalmente. Se isso não acontecer, a medida a ser tomada é mesmo a cirurgia”, esclarece Romanelli.

Segundo o especialista, a maioria dos diagnósticos é tardia, o que faz com que a operação ocorra após a idade ideal, quando o risco de complicações mais graves como o câncer é bem maior. “Daí, em vez de reposicionar os testículos, o médico pode ter que optar pela retirada deles, uma manobra certamente mais radical. Por isso, é muito importante que os pais tenham uma postura ativa e peçam ao pediatra que realize o teste da bolinha que é simples: consiste na palpação da bolsa escrotal. Constatado o problema, o ideal é procurar um urologista, que definirá a melhor abordagem de tratamento”, alerta Romanelli.  





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