Teste da bolinha: um cuidado de pai para filho
Solicitar o exame ao pediatra logo nos primeiros dias do bebê evita problemas futuros como infertilidade e câncer de testículo
A
construção do vínculo entre pai e filho - poderoso elo celebrado no
próximo domingo (12), dia dos pais - começa nos primeiros dias de vida
da criança. Sobretudo por meio dos cuidados que garantem saúde,
bem-estar e qualidade de vida ao novo membro da família. Um dos mais
importantes é o teste da bolinha.
Pouco
mencionado nos consultórios ou mesmo dentro da cultura do puerpério, o
exame é fundamental para a detecção da criptorquidia (do grego kryptos = esconderijo + órchis
= testículo). Trata-se de uma condição na qual um dos testículos (ou
ambos) não “desce” corretamente da cavidade abdominal (onde se forma
durante o período intrauterino) para o saco escrotal.
“Essa
migração é necessária porque a produção de espermatozóides só ocorre
sem intercorrências em ambiente entre 1° C, 1,5° C abaixo da temperatura
corpórea. Por isso os testículos ficam na bolsa escrotal, que é
externa. O esperado é que eles se desloquem para lá nos últimos meses da
gestação. Assim que bebê nasce, portanto, é essencial verificar se
existe ou não criptorquidia”, explica o urologista e presidente da
Sociedade Brasileira de Urologia, Pedro Romanelli.
Apesar
de assintomática, a disfunção deve ser corrigida cirurgicamente o
quanto antes. No máximo, até que o menino complete 2 anos, pois a
criptorquidia pode provocar infertilidade e até mesmo o surgimento de
tumores testiculares na fase adulta. “A conduta médico normalmente
consiste em, primeiro, acompanhar o caso de perto durante um ano, porque
as gônadas podem acabar migrando naturalmente. Se isso não acontecer, a
medida a ser tomada é mesmo a cirurgia”, esclarece Romanelli.
Segundo
o especialista, a maioria dos diagnósticos é tardia, o que faz com que a
operação ocorra após a idade ideal, quando o risco de complicações mais
graves como o câncer é bem maior. “Daí, em vez de reposicionar os
testículos, o médico pode ter que optar pela retirada deles, uma manobra
certamente mais radical. Por isso, é muito importante que os pais
tenham uma postura ativa e peçam ao pediatra que realize o teste da
bolinha que é simples: consiste na palpação da bolsa escrotal.
Constatado o problema, o ideal é procurar um urologista, que definirá a
melhor abordagem de tratamento”, alerta Romanelli.
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