Glaucoma é
a principal causa de cegueira irreversível no mundo
Paciente
deve fazer consultas oftalmológicas anuais de rotina que incluam a
medida da pressão intraocular e exame de fundo de olho
Belo
Horizonte, maio de
2016 - O glaucoma é
o principal responsável por casos de cegueira permanente em todo do
mundo. Apesar de as estimativas apontarem que cerca de 2% da
população brasileira que já passou dos 40 anos tenha algum tipo de
glaucoma, a Associação Mundial de Glaucoma acredita que
esse número possa ser até 50% maior, uma vez que a doença é
assintomática.
O glaucoma é
uma lesão no nervo ótico, causada principalmente pela alta pressão
dentro do globo ocular. Como o nervo óptico é o responsável por
levar os impulsos visuais até o cérebro, se não tratada
prematuramente, a doença pode comprometer a visão.
O
que torna o glaucoma tão perigoso é justamente o fato de
ser assintomático no início, condição que pode explicar a demora
do paciente em procurar tratamento. Uma pesquisa recente da
Associação Brasileira de Glaucoma revelou que 80% dos
brasileiros com o problema só procuram o oftalmologista depois de já
terem sofrido algum dano irreversível.
Esse
foi o caso do advogado Ito de Souza Vieira, 75. “Passei quatro ou
cinco anos sem ir ao oftalmologista. Quando o procurei para fazer uma
cirurgia de catarata, descobri o glaucoma”, explica. Ele conta
que já perdeu campo de visão, " minha visão periférica é
borrada" comenta o advogado.
Apesar
de ter uma irmã portadora do glaucoma, Ito Vieira nunca
imaginou que pudesse desenvolver a doença também. “Vivi anos com
ele (glaucoma) e nunca senti nada de diferente nos olhos. Além
disso, não percebi logo a perda da visão,
pois a catarata mascarava um pouco o problema”, afirma.
Mas
o fato de ter um familiar com o problema já é motivo de alerta,
segundo a oftalmologista Daniela Silveira de Faria, oftalmologista
do departamento de glaucoma do Centro Oftalmológico de
Minas Gerais (COMG). O histórico familiar é um dos fatores de risco
para a doença.
Além
disso, o paciente deve ficar ainda mais atento caso tenha idade
avançada, seja de raça negra, tenha alto grau de miopia e tenha
pressão do olho elevada. “Esse último (pressão) é o único
fator sobre o qual podemos interferir de alguma forma”,
comenta a médica.
Como
as lesões causadas no nervo óptico pela hipertensão
intraocular são irreversíveis, o melhor caminho é o diagnóstico
precoce do problema para que haja o início imediato do tratamento
para controle da doença. “A pessoa deve fazer uma consulta anual
com seu oftalmologista na qual devera ser realizado
sempre exame de fundo de olho e a medida da pressão ocular”,
recomenda Daniela. Esses exames são feitos pelo próprio médico no
consultório, são procedimentos rápidos e indolores.
Caso
seja diagnosticado glaucoma, o controle normalmente é feito com
colírios. “Hoje em dia, o colírio já é parte da minha rotina.
Uso diariamente, pela manhã e à noite”, conta Ito Vieira.
Para os casos em que a medicação não adianta, há ainda
procedimentos à laser e cirurgia. “Mas os casos cirúrgicos
são mais raros atualmente”, garante a doutora.
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