Por Daniela Masi, especialista em Psicologia Hospitalar e psicóloga.
Dietas
com hábitos alimentares equilibrados fazem parte da rotina de quem
busca maior qualidade de vida ou ainda teve indicação médica para tal.
Mas o comportamento de auto sabotagem pode ser considerado uma das
razões mais prejudiciais àqueles que buscam por emagrecimento. De fato,
muitas pessoas sequer estão cientes da existência de riscos à saúde por
conta deste motivo. Esta situação se caracteriza como um dos principais
desafios e obstáculos para perda de peso, pois a pessoa não percebe as
falhas cometidas na dieta.
A
auto sabotagem é entendida na psicologia como o índice de repetição de
comportamentos destrutivos. Este processo se manifesta sem a percepção
da pessoa ou então disfarçada da negativa da responsabilidade particular
pela circunstância. Há a transferência de culpa a terceiro neste
sentido. Por exemplo, suposta má qualidade na assistência do
profissional de saúde, constante troca de medicações por falta de
efeitos esperados ou, ainda, ao próprio cardápio nutricional repassado
pela nutricionista.
A
culpa em fatores externos só prejudica a obtenção do resultado, o
emagrecimento, porque a sua consequência é a troca constante de
medicamentos e dietas. Ao não conquistar o objetivo esperado, a pessoa
se sente incapaz, desmotivada e frustrada. Estes sentimentos levam à
desmotivação na qual a pessoa, de fato, não atinge a meta estipulada.
Importante dizer que isto ocorre com frequência. Muitas pessoas estão
firmes na dieta, mas exageram numa determinada refeição ou, por exemplo,
ao invés de comer um quadrado de chocolate, ingerem um tablete inteiro.
Quando
isto corre, a pessoa até percebe o que fez. Porém, não é incomum a
busca interna por desculpas ou justificativas externas como “é só por
hoje”, “é uma festa”, “estou triste”. Essas e outras explicações são
vozes que buscam justificar o não cumprimento da dieta. Outro fator
recorrente é o da negociação ao não cumprir o regime nutricional. A
pessoa chega a dizer para si que compensará a falha numa atividade
física. No dia seguinte, outra desculpa a atrapalha o objetivo final e a
pessoa continua a auto sabotagem.
Esse
processo é geral e a pessoa comumente não percebe. Mas quando o
percebe, não consegue interromper o ciclo facilmente porque está
enraizado no inconsciente humano. A psicologia reconhece o comportamento
de auto sabotagem como necessidade de acompanhamento profissional
porque estes padrões de ação foram estabelecidos no início da vida. A
mesma época na qual acontecem os traumas ligados à insegurança,
frustrações e baixa autoestima.
Os
padrões de comportamento do adulto, por exemplo, estão atrelados aos
traumas da infância. E, aqui, não se dimensiona necessariamente o quanto
um trauma pode impactar na vida da pessoa. O importante é um trabalho
psicológico que busque a raiz do problema e, ao identificá-la, possa
mudar o comportamento por meio da ressignificação do sentido. No
processo de investigação e mudança comportamental, o paciente terá metas
de curto, médio e longo prazos com intuito de se motivar no cumprimento
dos objetivos.
Todas
as metas estabelecidas num tratamento, seja ele qual for, devem
visualizar o futuro esperado pelo paciente. Mas, indispensável o
trabalho no hoje para que os passos sejam dados em direção ao amanhã.
“Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje” é uma premissa
verdadeira em terapias e atendimento médico. Outra questão válida e
necessária durante a assistência psicológica para emagrecimento se chama
aceitação. A pessoa precisa aceitar imperfeições e defeitos porque não
só o corpo necessita de alimento, a mente também. O alimento da mente é a
autoestima, confiança e segurança própria.
A
mudança positiva que gera o equilíbrio buscado pelo paciente só ocorre
quando todo um tripé está suprido. O corpo alimentado, a mente
alimentada e o lado espiritual alimentado. Portanto, quem se encontra em
fase de emagrecimento deve manter a ajuda médica, a assistência de
nutricionistas e o acompanhamento psicológico. Aí se tem a base para o
fortalecimento contra todos os obstáculos com menor propensão à
recaídas, frustrações ou auto sabotagem para se alcançar o objetivo
pretendido.
CINCO FORMAS MAIS COMUNS DE AUTO SABOTAGEM NO EMAGRECIMENTO
Fonte: Daniela Masi, especialista em Psicologia Hospitalar e psicóloga da Hígia Saúde Anália Franco
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terça-feira, 22 de agosto de 2017
Auto sabotagem, o maior obstáculo no emagrecimento
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