Prevenção e tratamento da obesidade e os mitos sobre a alimentação estão na pauta de Simpósio apoiado pela Unimed-BH
Prevenir
ou operar? Qual o tratamento mais adequado para a obesidade? Quais os
riscos a longo prazo e como enfrentá-los? Essas são algumas das questões
que serão levantadas no “Simpósio Obesidade: estamos preparados para
esse desafio?”, apoiado pela Unimed-BH, nesta quarta-feira, 30 de
agosto, a partir das 10h, na Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG). O evento integra a programação do 4º
Congresso Nacional de Saúde, realizado pela Faculdade, entre os dias 28 e
30 de agosto.
Quase
60% dos brasileiros com mais 18 anos estão acima do peso, o que
representa 82 milhões de pessoas, segundo dados da Pesquisa Nacional de
Saúde (PNS), feita pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). O número é alarmante e, durante o
Simpósio, profissionais de diversas especialidades discutirão temas como
os fatores que predispõem o ganho de peso, a obesidade no Brasil, a
alimentação saudável e o tratamento da obesidade, inclusive a cirurgia
bariátrica.
“No Brasil, o crescimento da população com sobrepeso e obesidade atingiu índices alarmantes. É
preciso reforçar medidas preventivas, avaliar alternativas terapêuticas
e intensificar cuidados no acompanhamento do pós-operatório em caso de
cirurgia bariátrica. A obesidade é uma doença crônica com caráter
recidivante, portanto, demanda cuidados permanentes”, avalia Silvana
Kelles, médica e coordenadora do Grupo de Avaliação de Tecnologias em
Saúde da Unimed-BH e pesquisadora do tema. Ela é uma das convidadas do
Simpósio para participar da mesa-redonda que discutirá a cirurgia
bariátrica.
Segundo
a médica, o problema é que a obesidade não está restrita a uma
população pequena: percentual de brasileiros com Índice de Massa
Corporal (IMC) acima de 30 kg/m², ou seja, obesos, é de 17%. “Temos que
mudar os hábitos como fizemos com o tabagismo. Conseguimos vencer seu
crescimento exponencial com diversas iniciativas. As pessoas precisam se
informar sobre o comprometimento da saúde que a obesidade acarreta, uma
vez que o sobrepeso e a obesidade são fatores de risco para o
desenvolvimento de outras doenças crônicas”, ressalta.
Da prevenção à cirurgia bariátrica
A
obesidade contribui para a incidência de várias enfermidades, como
hipertensão, diabetes e artroses, além de prejudicar a qualidade de
vida, por isso a prevenção é tão importante. As causas são
multifatoriais e envolvem sedentarismo, má alimentação, bem como fatores
genéticos. Portanto, a prática de atividades físicas, associada à
alimentação saudável, sem consumo de alimentos ultra processados, é o
melhor caminho, pois poucos tratamentos clínicos funcionam e a prevenção
da doença exige a mudança de hábitos.
Para Silvana Kelles, a cirurgia bariátrica é uma boa alternativa para o tratamento do obeso grave. “Porém, indicação está banalizada e isso é preocupante. Ainda mais porque não temos muitas informações sobre os resultados desse procedimento em longo prazo”, explica.
A
grande questão é que escolher a intervenção ideal, segura e eficaz para
o paciente obeso ainda é um desafio. Interferências no aparelho
digestivo geram significativo comprometimento de outros aspectos da
saúde, como alta prevalência de anemia nas pessoas operadas, assim como
deficiência crônica de nutrientes e vitaminas. Outro aspecto é a
recuperação parcial ou, em muitos casos, quase total do excesso de peso
perdido após o procedimento. “A cirurgia bariátrica deve ser considerada
como uma oportunidade para adquirir novos hábitos alimentares e de
vida. Ela é auxiliar do tratamento da obesidade, mas seu resultado não
prescinde da necessidade de dieta adequada pelo resto da vida. Como
qualquer intervenção terapêutica, se não houver mudança de vida o
paciente viverá uma gangorra de idas e vindas de peso”, destaca Silvana.
Simpósio Obesidade: estamos preparados para esse desafio? Reflexões para novas propostas.
Data: 30/08/17 (Quarta-feira)
Horário: das 10h às 17h
Local do Evento: Salão Nobre da Faculdade de Medicina da UFMG
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