Alimentar o bebê exclusivamente com leite materno é uma missão que vai muito além da mãe
São Paulo, SP (agosto de 2017) –
A Organização
Mundial da Saúde (OMS) recomenda que recém-nascidos sejam amamentados
na primeira hora de vida e que o leite materno seja o único alimento
dado ao bebê até que ele complete seis meses
de vida. O sucesso da amamentação – imprescindível para o
desenvolvimento saudável da criança –, porém, precisa contar ainda com
outras etapas, como o alojamento conjunto após o parto e a continuidade
do aleitamento após o fim da licença-maternidade.
Além de ser o primeiro
laço criado entre mãe e filho, amamentar na primeira hora de vida leva a
outros benefícios que vão desde o fortalecimento do sistema imunológico
até o favorecimento do desenvolvimento cognitivo.
Essa questão é tão importante que bebês prematuros ou em estado
crítico, que necessitam de suporte em unidades de terapia intensiva,
recebem o colostro – primeiro leite da mãe – por sonda, como forma de
terapia imunológica.
“Com o aleitamento na
primeira hora de vida, o risco de mortalidade é reduzido em 22%. Se isso
acontecer nas 24 primeiras horas, o índice cai para 16%. Além disso, a
prática previne o desenvolvimento de doenças
crônico-degenerativas no futuro, como diabetes, asma e obesidade”,
explica Teresa Uras, pediatra
e coordenadora do Centro de Medicina Fetal e Neonatal do Hospital Samaritano Higienópolis (São Paulo).
Outro fator importante
para que o aleitamento ocorra de forma natural é o alojamento conjunto
com a mãe logo após o parto. Segundo a pediatra, essa iniciativa ajuda a
parturiente e a família a conhecer as reações
do recém-nascido e facilita a amamentação por livre demanda. “O bebê
vai querer mamar quando tiver fome, e não em horários determinados. Esse
contato próximo com ele e o fato de estar perto de uma equipe que pode
auxiliar em qualquer dúvida nesse período ajudam
os pais a se prepararem para o cuidado, com muito mais segurança,
quando forem para casa”, afirma.
Por fim, a médica aponta
uma terceira condição para que a meta de manter o leite materno como
único alimento durante os seis primeiros meses do bebê seja cumprida: a
continuidade da amamentação após a licença-maternidade.
“O ideal é que a mulher possa coletar o próprio leite durante o dia
para que esse estoque fique à disposição do bebê enquanto ela não
estiver por perto – além de manter a mamada no peito sempre que
possível. Dessa forma, garantimos tanto a nutrição correta
para o desenvolvimento da criança quanto a produção de leite da mãe.
Amamentar, portanto, é uma tarefa que envolve o parceiro, a família, a
equipe médica e até o empregador”, completa.
O Hospital Samaritano
Higienópolis (São Paulo) oferece curso de aleitamento materno com uma
equipe multiprofissional – que envolve pediatras, enfermeiros,
psicólogos e fonoaudiólogos – a todas as grávidas que
passam pela instituição.
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