Só no Brasil, estimam-se mais de 40 mil casos, e a grande maioria da população desconhece a doença
CURITIBA, 29/08/2017
– Nesta quarta-feira, 30 de agosto, serão realizadas ações em todo o
Brasil para marcar o Dia Nacional de Conscientização da Esclerose
Múltipla. A doença, ainda pouco conhecida pela população, atinge mais de
2,5 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo mostram os dados da
Federação Internacional de Esclerose Múltipla, sendo em sua maioria
mulheres, na faixa dos 20 aos 50 anos. Só no Brasil são mais de 40 mil
casos da doença, de acordo com a Associação Brasileira de Esclerose
Múltipla (ABEM).
Para o neurologista,
Dr. Eric Grossi, a grande dificuldade está justamente na falta de
informações sobre a doença. “A grande maioria da população, inclusive os
médicos não neurologistas, não sabe o que é a Esclerose Múltipla, seus
sintomas e tratamento. Por esse motivo é tão importante alertamos sobre o
assunto”, comenta o especialista. Os primeiros aspectos que devem ser
esclarecidos são: a Esclerose Múltipla não é uma doença mental, não é
contagiosa, existem sim, métodos de prevenção e apesar de não existir
cura, com os avanços da medicina hoje, é possível tratar os sintomas e,
mais importante, retardar o processo de evolução da doença.
“A
Esclerose Múltipla é uma doença neurológica, crônica e autoimune, onde
as células de defesa do próprio organismo atacam o sistema nervoso
central o que provocam lesões cerebrais e medulares. Com causas
desconhecidas, a doença passou a ser foco de estudos no mundo todo, o
que tem ajudado de forma significativa na melhoria de vida dos
pacientes”, detalha Grossi. Segundo o médico, a grande maioria dos casos
acontecem em mulheres jovens, e pode ter os mais variados sintomas
como: cegueira súbita, visão dupla, fraqueza muscular, alteração do
equilíbrio ou da coordenação motora, fadiga intensa, depressão, dores
articulares, além de disfunções intestinais e na bexiga.
Existem
algumas doenças que têm sintomas semelhantes aos do Esclerose Múltipla,
e só um médico especialista será capaz de identificar corretamente. Em
caso de suspeitas da doença, é importante que a pessoa procure um
neurologista para que ele possa investigar, chegar ao diagnóstico
correto e começar o tratamento. "Vale ressaltar que existem três formas
de esclerose múltipla, sendo a mais comum no Brasil, aquela que evolui
de forma paroxística, ou seja, em crises de sintomas agudos (denominados
surtos) e períodos longos de calmaria (denominados de remissão, onde há
melhora ou ausência de piora). Até pouco tempo, somente as crises eram
tratadas, mas já há alguns anos, dispomos de medicamentos, inclusive
distribuídos pelo sus, que ajudam a evitar essas crises, melhorando
assim a evolução da doença”, explica.
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