Campanha
alerta para a importância de exames para detectar a doença em fase
inicial; congelamento de gametas mantém o sonho da gravidez após
tratamento
Os
avanços da medicina contribuíram significativamente para a qualidade de
vida das mulheres após o tratamento contra câncer de mama, incluindo o
congelamento de óvulos, que oferece mais chances àquelas que desejam ser
mães. Mas a fase em que o tumor é detectado tem forte impacto no
sucesso do tratamento, como busca alertar a campanha do Outubro Rosa.
Somente
para 2016, estimou 57.960 mil
novos casos e 14.388 mortes – sendo 14.206 de mulheres. Esse é o tipo de
câncer que mais mata mulheres no país, e a taxa de mortalidade é
considerada alta, justamente, por causa do diagnóstico tardio.
“As
mulheres devem fazer exames regulares, como mamografia e ultrassom
mamário, além do autoexame. É também importante observar o aspecto do
seio e marcas na pele”, recomenda o médico Miguel Torres Teixeira Leite,
radio-oncologista da Radiocare, centro de radioterapia do Hospital
Felício Rocho, em Belo Horizonte.
Segundo
o médico, esses exames ajudam a detectar irregularidades na mama, como
um possível tumor. “O sucesso do tratamento tem ligação direta com a
descoberta do tumor em sua fase inicial. Por isso, esses exames são tão
importantes”, explica o médico, ressaltando que o ultrassom pode ser
feito em mulheres mais jovens, enquanto a mamografia tem indicação a
partir dos 40 anos.
Além
dos exames, as mulheres podem prevenir a doença adotando um estilo de
vida saudável. “Cigarro e sedentarismo são fatores de risco para todo
tipo câncer, incluindo o de mama. As pessoas precisam se cuidar,
alimentando-se bem e fazendo atividade física regularmente”, orienta o
Leite.
No
caso de descoberta de um tumor maligno após a confirmação da biopsia, o
tratamento será diferenciado para cada caso, podendo incluir sessões de
quimioterapia e radioterapia. “Os tratamentos são divididos em dois
tipos de terapias: local e sistêmica. A primeira inclui a cirurgia e a
radioterapia. Já a sistêmica trabalha com medicações orais ou pela
corrente sanguínea, como é o caso da quimioterapia, capaz de atingir as
células cancerosas em qualquer parte do corpo”, afirma o
radio-oncologista.
Fertilidade afetada
Para
as mulheres que se submeteram a tais terapias, a infertilidade pode vir
a ser uma complicação, afirma a ginecologista Cláudia Navarro,
especialista em reprodução assistida. “Algumas drogas utilizadas na
quimioterapia podem levar a destruição dos gametas (óvulo, no caso das
mulheres)”, explica a médica.
“Quando
a paciente tem o diagnóstico de câncer, o primeiro ponto a ser pensado
com o profissional que a acompanha é o tratamento contra a doença. Mas
ainda assim ela precisa ser informada de que, se tiver o desejo de ter
filhos após superar o câncer, existem alternativas que devem ser
definidas antes do tratamento”, aponta a médica.
A
especialista ressalta que o congelamento de óvulos, processo que mantém
o gameta feminino armazenado em nitrogênio líquido, podendo ser mantido
por tempo indefinido, é uma opção que pode ser realizada antes do
início do tratamento. “Então, quando a mulher estiver de volta em plenas
condições de saúde, poderá recorrer ao processo de fertilização in
vitro, utilizando os óvulos previamente congelados”, comenta Cláudia
Navarro.
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