Estudo mundial aponta ainda que café é
fator de proteção para cânceres de fígado e endométrio. Resultados foram
detalhados em coletiva de imprensa no INCA
Luis Felipe Ribeiro Pinto, vice-diretor do
INCA e representante do Brasil na Agência Internacional de Pesquisa em
Câncer (Iarc, na sigla em inglês) da Organização Mundial da Saúde (OMS),
analisou os resultados apresentados pela Iarc, em coletiva de imprensa
no Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) na
tarde de quarta-feira, 15 de junho.
Após analisarem mais de 1 mil estudos em
diversos países, o grupo de trabalho da Iarc, integrado por 23
pesquisadores de dez países, classificou o café no grupo 3 (sem
evidência de ser carcinogênico para humanos). Na última avaliação, em
1991, o café estava classificado no grupo 2B (possivelmente
carcinogênico para humanos). O Iarc classificou a erva mate (Ilex Paraguaryense)
do grupo 2A (provavelmente carcinogênico para humanos). A classificação
varia de: 1 (carcinogênico para humanos), 2A, 2B, 3 e 4 (não
carcinogênico).
No entanto, na avaliação atual, o Iarc
classificou no grupo 2A, como provavelmente carcinogênico para o câncer
de esôfago, a ingestão de qualquer bebida a temperaturas acima 65 graus
centígrados, seja café, chá, bebidas derivadas da erva mate ou mesmo
água). A classificação serve como advertência principalmente para os
consumidores de chimarrão, que frequentemente ingerem a bebida em
temperaturas acima do limite de 65º C.
O consumidor, em geral, não toma café e
chá acima da temperatura limite, porque sente a sensação de queimação na
boca. No caso do chimarrão, a ingestão é feita por meio de um canudo
que lança a bebida no esôfago, onde não há terminações nervosas e o
calor não é detectado. A bebida em alta temperatura provoca lesões no
esôfago, que podem evoluir para tumores.
“Os nossos amigos gaúchos podem continuar a
beber o seu chimarrão tranquilamente, mas devem atentar para a
temperatura. Se consumido abaixo de 60 graus, que ainda é uma
temperatura muito elevada, o chimarrão não representa risco para
câncer,” afirma Luis Felipe. “A recomendação é que o consumidor espere
alguns minutos antes de beber. Uma forma prática é medir com um
termômetro quantos minutos são necessário para temperatura cair para o
limite adequado, e passar a obedecer esse tempo de espera.”
Para os amantes do café, a conclusão dos
pesquisadores da Iarc não poderia ter sido melhor. Além de descer um
nível na classificação de risco, os especialistas concluíram que há
evidência científica para afirmar que o café não apresenta risco para os
cânceres de mama e próstata – no Brasil, os mais frequentes entre as
mulheres e homens – e pâncreas, que é um câncer extremamente agressivo.
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