- Doença caracterizada pelo aumento da pressão arterial e ou proteinúria associada a lesões de órgãos materno durante a segunda metade da gestação ainda é a principal causa de morte materna no Brasil
- Exame de biomarcadores pode auxiliar médicos a monitorarem o risco de desenvolver a doença em gestantes do grupo de risco
O dia 22 de maio é marcado pelo primeiro Dia Mundial da Pré-eclâmpsia, data para alertar sobre a importância de conhecer os sintomas da doença, que é considerada a principal causa de morte materna e partos prematuros no mundo. A pré-eclâmpsia ainda representa um grande impacto na saúde da mulher globalmente, sendo a principal causa de morte materna no país. Ela é responsável por 15% das mortes maternas no Brasil, algo entre duas a três mulheres por dia. Estima-se que, em países desenvolvidos, entre 2% a 8% das gestações sejam impactadas com doença e suas complicações¹. No Brasil, a incidência pode chegar a 10%². Mas identificar precocemente a doença pode mudar este cenário. O Dr. Ricardo Cavalli, presidente da Comissão de Hipertensão durante a Gestação da Febrasgo (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia) explica que o diagnóstico precoce é o maior desafio e a chegada de um novo exame pode auxiliar no monitoramento de mulheres do grupo de risco.
O que é e qual é a causa da pré-eclâmpsia?
Ricardo Cavalli: A pré-eclâmpsia é uma doença caracterizada pela hipertensão e proteinúria (alto nível de proteína na urina) associada a lesões de órgãos maternos a partir da 20º semana de gestação. É uma doença que trazer complicações sérias tanto para a mãe como para o bebê. Se não for diagnósticada precocimente e controlada, pode acarretar em convulsões, acidente vascular cerebral, hemorragia, dano renal, insuficiência hepática e até na morte. As causas da doença ainda não estão totalmente estabelecidas.
Quais são os sintomas da doença?
RC: Aumento da pressão arterial, fortes dores de cabeça, distúrbios de visão, pressão arterial elevada, rápido ganho de peso, náuseas, dor abdominal, edema nas mãos e nos pés e proteinúria são alguns dos sintomas. Mas o grande desafio da pré-eclâmpsia é o diagnóstico precoce. Nos primeiros estágios, ela é assintomática e quando há sinais clínicos, já pode estar em níveis graves o que dificulta o controle e aumentam as chances do parto prematuro.
Então como é realizado o diagnóstico?
RC: O diagnóstico precoce é o maior desafio com relação à pré-eclâmpsia. Durante as últimas décadas, a doença era diagnosticada com os sinais clínicos e principalmente, com a elevação da pressão arterial e a presença de proteína na urina (proteinúria), hoje podemos considerar a hipertensão associada a lesões de órgãos maternos ou sintomas de sistema nervoso central. O avanço dos estudos relacionados a doença possibilitou entender dois biomarcadores que são importantes para identificar o risco de desenvolver a doença: o fator de crescimento placentário (PlGF) e a tirosina quinase-1 (sFlt-1). Hoje, com a ajuda do exame de biomarcadores para pré-eclâmpsia é possível medir a relação entre esses fatores permitindo avaliar o risco de desenvolver a doença. Ele é realizado por análise sanguínea a partir da 20º semana de gestação e pode auxiliar na tomada de decisão para garantir a saúde e a segurança tanto do bebê como para a futura mamãe.
Quem pode desenvolver a doença?
RC: Fazem parte do grupo de risco mulheres que estão em primeira gestação ou gestação de múltiplos bebês, aquelas que já tiveram pré-eclâmpsia anteriormente ou tem histórico familiar da doença. Obesidade, doença renal ou hipertensão crônica também são fatores que aumentam as chances de desenvolver a doença. Por isso, é muito importante realizar um pré-natal criterioso e sistemático, com possibilidade de incluir exames como o de biomarcadores para monitorar as gestantes que se enquadram nesse perfil.
Existe algum tratamento para a doença?
RC: Quando diagnosticamos uma mulher com pré-eclâmpsia, a indicação é o parto prematuro elegível para manter a saúde da mamãe e do bebê em segurança. Em alguns casos, é possível fazer o controle com anti-hipertensivos. Por isso, o acompanhamento das mulheres em risco é tão importante. Quando identificamos a doença antes dos primeiros sinais clínicos, é possível monitorar e controlar a elevação da pressão, possibilitando que o bebê possa se desenvolver com segurança até o momento adequado para o parto.
A pré-eclâmpsia pode impactar a vida da mulher mesmo depois da gravidez?
RC: O impacto da pré-eclâmpsia e outras complicações severas hipertensivas na saúde da mulher e suas crianças é subestimado. Diversos estudos vêm analisando esta questão para entender melhor quais as consequências dessa condição. Um deles publicado no periódico Jama Pediatrics³ mostrou que crianças expostas à condição tem o dobro de risco de desenvolver autismo. Isso porque a pré-eclâmpsia causa déficit de nutrição e oxigenação no feto, prejudicando o desenvolvimento cerebral do bebê. Além disso, a incidência de problemas cognitivos aumentou de acordo com a gravidade das complicações na gestação.
Com relação a saúde da mãe, novas diretrizes na área de cardiologia mostram que mulheres que tiveram a doença têm duas vezes mais riscos de desenvolver distúrbios cardiovasculares e quatro vezes mais chances de adquirem hipertensão ao longo da vida. Por isso, é muito importante ter um acompanhamento médico criterioso e ficar atenta aos sinais do organismo para auxiliar o seu médico nas melhores tomadas de decisão.
O que é e qual é a causa da pré-eclâmpsia?
Ricardo Cavalli: A pré-eclâmpsia é uma doença caracterizada pela hipertensão e proteinúria (alto nível de proteína na urina) associada a lesões de órgãos maternos a partir da 20º semana de gestação. É uma doença que trazer complicações sérias tanto para a mãe como para o bebê. Se não for diagnósticada precocimente e controlada, pode acarretar em convulsões, acidente vascular cerebral, hemorragia, dano renal, insuficiência hepática e até na morte. As causas da doença ainda não estão totalmente estabelecidas.
Quais são os sintomas da doença?
RC: Aumento da pressão arterial, fortes dores de cabeça, distúrbios de visão, pressão arterial elevada, rápido ganho de peso, náuseas, dor abdominal, edema nas mãos e nos pés e proteinúria são alguns dos sintomas. Mas o grande desafio da pré-eclâmpsia é o diagnóstico precoce. Nos primeiros estágios, ela é assintomática e quando há sinais clínicos, já pode estar em níveis graves o que dificulta o controle e aumentam as chances do parto prematuro.
Então como é realizado o diagnóstico?
RC: O diagnóstico precoce é o maior desafio com relação à pré-eclâmpsia. Durante as últimas décadas, a doença era diagnosticada com os sinais clínicos e principalmente, com a elevação da pressão arterial e a presença de proteína na urina (proteinúria), hoje podemos considerar a hipertensão associada a lesões de órgãos maternos ou sintomas de sistema nervoso central. O avanço dos estudos relacionados a doença possibilitou entender dois biomarcadores que são importantes para identificar o risco de desenvolver a doença: o fator de crescimento placentário (PlGF) e a tirosina quinase-1 (sFlt-1). Hoje, com a ajuda do exame de biomarcadores para pré-eclâmpsia é possível medir a relação entre esses fatores permitindo avaliar o risco de desenvolver a doença. Ele é realizado por análise sanguínea a partir da 20º semana de gestação e pode auxiliar na tomada de decisão para garantir a saúde e a segurança tanto do bebê como para a futura mamãe.
Quem pode desenvolver a doença?
RC: Fazem parte do grupo de risco mulheres que estão em primeira gestação ou gestação de múltiplos bebês, aquelas que já tiveram pré-eclâmpsia anteriormente ou tem histórico familiar da doença. Obesidade, doença renal ou hipertensão crônica também são fatores que aumentam as chances de desenvolver a doença. Por isso, é muito importante realizar um pré-natal criterioso e sistemático, com possibilidade de incluir exames como o de biomarcadores para monitorar as gestantes que se enquadram nesse perfil.
Existe algum tratamento para a doença?
RC: Quando diagnosticamos uma mulher com pré-eclâmpsia, a indicação é o parto prematuro elegível para manter a saúde da mamãe e do bebê em segurança. Em alguns casos, é possível fazer o controle com anti-hipertensivos. Por isso, o acompanhamento das mulheres em risco é tão importante. Quando identificamos a doença antes dos primeiros sinais clínicos, é possível monitorar e controlar a elevação da pressão, possibilitando que o bebê possa se desenvolver com segurança até o momento adequado para o parto.
A pré-eclâmpsia pode impactar a vida da mulher mesmo depois da gravidez?
RC: O impacto da pré-eclâmpsia e outras complicações severas hipertensivas na saúde da mulher e suas crianças é subestimado. Diversos estudos vêm analisando esta questão para entender melhor quais as consequências dessa condição. Um deles publicado no periódico Jama Pediatrics³ mostrou que crianças expostas à condição tem o dobro de risco de desenvolver autismo. Isso porque a pré-eclâmpsia causa déficit de nutrição e oxigenação no feto, prejudicando o desenvolvimento cerebral do bebê. Além disso, a incidência de problemas cognitivos aumentou de acordo com a gravidade das complicações na gestação.
Com relação a saúde da mãe, novas diretrizes na área de cardiologia mostram que mulheres que tiveram a doença têm duas vezes mais riscos de desenvolver distúrbios cardiovasculares e quatro vezes mais chances de adquirem hipertensão ao longo da vida. Por isso, é muito importante ter um acompanhamento médico criterioso e ficar atenta aos sinais do organismo para auxiliar o seu médico nas melhores tomadas de decisão.
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