Desde mau hálito até bruxismo, estresse pode afetar drasticamente a saúde da boca
Tido
como o mal do século, o estresse atinge cerca de 90% da população
mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, em pesquisa
realizada em 2013. Para a população brasileira a situação ainda é pior.
De acordo com pesquisa realizada pela Associação Internacional do
Controle do Estresse, o Brasil é o segundo país mais estressado do
mundo, atrás apenas do Japão. Com os gatilhos causadores do estresse
surgindo por todos os lados no dia-a-dia, as consequências no organismo
são inúmeras. Na saúde bucal não é diferente. Desde aftas até problemas
mais graves, o estresse afeta a saúde da boca.
Segundo
Paulo Coelho Andrade, mestre e especialista em implantodontia e
odontologia estética, como o estresse libera os hormônios hidrocortisona
e cortisol e produz um alto nível de adrenalina, isso pode provocar um
efeito pró-inflamatório. “Além de potencializar a predisposição às
doenças periodontais, se for aliado a maus hábitos de higiene bucal,
pode desencadear infecção gengival e aftas”, aponta Paulo. Em exposição à
situação de estresse, o indivíduo desregula seus hábitos e, muitas
vezes, negligencia a saúde. O consumo de álcool, fast food e doces
aumenta; o uso do cigarro pode se tornar hábito; e a higiene bucal
diária fica de lado. Além disso, a boca seca também é causada com mais
frequência nesses casos de alta tensão. Isso porque o nervosismo pode
prejudicar a produção de saliva, levando o indivíduo a dor, rachaduras
nos lábios e, até mesmo, mal hálito.
Problema
também comum decorrente do estresse é o bruxismo. O transtorno é
caracterizado por ser o ato de ranger e apertar os dentes
involuntariamente. Além de desgastar e torna-los extremamente sensíveis,
o bruxismo pode levar a dores de cabeça, já que a articulação
temporomandibular sofre com a drástica movimentação. “Os sintomas devem
ser observados, para que o tratamento do bruxismo comece logo no
início”, afirma Paulo. O dentista aponta que músculos da mandíbula
doloridos, dentes danificados ou amolecidos, perda dos dentes e dores de
cabeça são alguns dos sintomas mais recorrentes. Em casos de desgastes
dos dentes deve-se reparar a perda com facetas ou coroas de porcelana ou
compósitos híbridos o mais rápido possível. Se o amolecimento dental
estiver grande ou se houver perda dental, deve ser colocado o implante
dental.
Outro
problema que assombra muitas pessoas, segundo Paulo, é o herpes. Apesar
da maioria da população já ter tido contato alguma vez na vida com o
vírus, somente algumas desenvolvem. “O vírus do herpes fica em estado de
latência até que seja estimulado por algum fator. Como durante um
quadro de estresse ou ansiedade a imunidade do indivíduo cai, o corpo
fica menos resistente e apto à lesão”, diz.
Para
evitar consequências mais graves, como doenças periodontais mais
severas, o ideal é manter a atenção à saúde bucal sempre, mesmo em
períodos mais conturbados. Escovação após refeições, uso regular de fio
dental e enxaguante bucal são parte da rotina indicada pelos
especialistas. “Além dos cuidados diários com a saúde da boca, é preciso
também tratar os agentes causadores do estresse, já que eles podem ser
chaves para o distúrbio que desencadeia problemas bucais”, pondera
Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário