Leia entrevista de Marcelo Alexandre Kalil na íntegra para Artur e Isabela do MGTV da Globo onde ele fala abertamente da dívida de IPTU com propriedade como caução e desanca o candidato da prefeitura Délio Malheiros onde ele afirma que sua função na PMBH era cuidar de 50 capivaras na Pampulha e como ele deixou morrer 39 capivaras ele não pode se qualificar de cuidar de mais de 5 milhões de pessoas de Belo Horizonte. Leia
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Candidatos à prefeitura de BH esquerda para direita: João Leite, Kalil, Délio, Sargento Getúlio, Ronaldo, Manchinha ou Reginaldo, Marcelo Antonio e Tibé faltou na foto: Consolação, Vanessa e Eros |
Leia a transcrição na íntegra da entrevista com Alexandre Kalil.
Isabela Scalabrini:
O MGTV faz, nesta semana, uma rodada de entrevistas com os candidatos a
prefeito de belo horizonte mais bem colocados na última pesquisa Ibope
contratada pela TV Globo. A ordem das entrevistas foi definida por
sorteio, com a presença dos assessores dos partidos. Ontem, o
entrevistado foi o candidato Délio Malheiros, do PSD. O convidado de
hoje é Alexandre Kalil, do PHS.
Artur Almeida:
Alexandre Kalil nasceu em Belo Horizonte, tem 57 anos, é empresário,
ex-presidente do Atlético e disputa a prefeitura pela primeira vez. Boa
tarde, candidato, o tempo da entrevista é de 15 minutos. Quando
estiverem faltando 30 segundos, o senhor será avisado para fazer suas
considerações finais, tudo bem?
Alexandre Kalil: Muito obrigado pelo convite.
Artur:
Candidato, o senhor concorreu à eleição para deputado federal em 2014
pelo PSD e depois renunciou à candidatura. Dois anos depois, agora o
senhor está no PHS e é candidato à Prefeitura de Belo Horizonte. Porque o
senhor quer ser prefeito?
Kalil: Olha, eu acho
que me qualifiquei para isso. Acho que estou preparado e pelos
candidatos que se, se colocaram, eu não me vejo pior que nenhum deles.
Acho que dei prova que faço, que sei fazer, consigo fazer. Eu acho que
eu posso humanizar Belo Horizonte, eu acho que eu posso fechar a
torneiras, eu acho que eu posso canalizar dinheiro para coisas
importantes. Então, eu vou tentar fazer o que eu já experimentei fazer,
fiz e deu certo.
Artur: O senhor falou que deu provas que está preparado. Quais são essas provas?
Kalil:
Olha, eu peguei um, eu geri um clube de futebol que, bem ou mal, eles
podem, podem me odiar ou me amar. Mas não é uma coisa pequena, não é uma
coisinha, envolve alguns milhões de pessoas. E é feito com carinho, é
feito com fechar torneira, cuidar, tratar, então, enfrentamos problemas,
enfrentamos muitas coisas, né? E eu levei o meu jeito pessoal de
enfrentar problemas pessoais, problemas empresariais para dentro do
Atlético. Fomos resolvendo até porque o futebol nos dá isso. Mas,
experiência de fazer tanto na vida privada quanto na vida pública, de
enfrentar dificuldades, eu tenho. E tenho coragem para resolver. E tenho
coração e humanidade para botar nessa cidade que tá tão maltratada e
tão abandonada.
Isabela: Eu pergunto pro senhor
se isso é suficiente, porque o slogan da campanha do senhor é chega de
políticos. Isso seria uma estratégia para ganhar votos ou o senhor quer,
realmente, se desligar de uma imagem de políticos que estaria
desgastada?
Kalil: Não, olha. Eu não vou fazer
carreira. Até porque eu não tenho idade para fazer carreira mais, estou
com 57 anos. Eu quero fazer a prefeitura funcionar bem. Porque, é, é,
nós estamos vivendo, sabe Isabela, um caos absoluto. E quanto mais eu
ando em Belo Horizonte, mais me assusta, sabe? Então, quer dizer, mais
me assusta...
Isabela: O que que assusta o senhor?
Kalil: Olha,
eu vi porco pastando com crianças e lixões a 50 metros da pista do
Aeroporto da Pampulha. Tem coisa que assusta mais um belorizontino que
isso? Ver porco pastando na Pampulha com criança e lixão? Quer dizer...
Isabela: O senhor acabaria com os lixões, então.
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ilustração |
Kalil:
Ó. Isso aí é uma coisa barata e simples de fazer. É limpeza, gente.
Isso é limpeza, é limpar. Não é construir viaduto não. Cê limpar. Então,
quer dizer, o desespero que está acontecendo é porque parece que a
população de Belo Horizonte que sofre sabe que nada está funcionando.
Isabela:
Mas quando o senhor diz que não quer ser político, por exemplo,
desculpa, que o slogan do senhor é ‘não quero ser político’. Como é que o
senhor vai governar sem política, sem uma democracia, sem discutir com a
população, sem fazer essa negociação. O senhor disse ainda que não tem
idade para ser político. Quer dizer, isso é possível, com a boa vontade
que o senhor disse?
Kalil: Deixa eu te falar. Eu,
eu tenho um vice político, tenho amigos políticos, vou negociar com
políticos, eu tenho o direito que não querer ser político. Tá certo?
Agora, negociar, fazer maioria, Belo Horizonte já fez. Sem negociata,
sem coisa errada. Então, o que eu não quero é essa política. Essa que
não me interessa. Né? Quando você vê a mulher,,,
Isabela: A gente fala em negociação, não em negociata, desculpa.
Artur: O senhor...
Kalil:
Negociação sim. Negociata não. Então, quando você está, quando você
vai, por exemplo, fazer maioria, você tem que ver o que é hoje, o que a
mulher mais pobre de Belo Horizonte está passando. Com os filhos na
escola, com filho no braço em posto de saúde. É uma crueldade, é uma
maldade, é uma desumanidade o que estão fazendo com essas mulheres em
Belo Horizonte, principalmente as mulheres.
Artur: Candidato, então, só para ficar claro. O senhor pretende sim negociar, dialogar com a Câmara Municipal?
Kalil:
É claro! Isso é uma necessidade. Com a Câmara Municipal, com o governo
estadual. Porque, eu acho muito engraçado, sabe Artur. ‘Olha, nós vamos
melhora a segurança, mas nós esculhambamos o governador de Minas’.
Queriam me botar no colo do PT, como se eu precisasse de colo de alguém
pra me fazer de alguma coisa. Enquanto eles esculhambam o governador,
tão falando em dar segurança. Ninguém dá segurança para Belo Horizonte
sem entrar no palácio para discutir com o governador. Então é
demagógico, é maldade com o povo. Entendeu? Agora, me ligar ao PT? Eu
preciso de Pimentel pra alguma coisa? Eu preciso é do governador que
tiver sentado lá. Eu preciso é do governador para dar segurança para
essas mulheres que estão abandonadas no hipercentro tendo bolsa puxada
pelo abandono da polícia, e do governo e da prefeitura de Belo
Horizonte.
Artur: O senhor, como candidato, quer
administrar o orçamento da cidade a partir do ano que vem. Consta, no
site do Tribunal de Justiça que o senhor está sendo executado pelo
município por débitos de tributos municipais. Que dívida é essa e porque
ela surgiu?
Kalil: Olha, eu quero esclarecer
isso pela décima vez, mas vou com calma. É... eu sou um empresário
comum. Eu quero dizer o seguinte para a população de Belo Horizonte.
Quando eu entrei lá no Atlético, se você olhar lá no site, eu já devia e
minhas dívidas estão todas com imóveis em garantia. Passei 6 anos pelo
Atlético. Transformei o orçamento de 30 milhões em 270 milhões em 6
anos. E nunca tirei um vintém do Atlético porque eu sou homem que tenho
mão limpa. Então, tão querendo colocar em mim o crime de dever. Como se
dever fosse um crime. Não, gente. Crime é roubar, crime é estar delatado
na Lava Jato, crime é receber propina de caixa dois. Dever não é crime.
Inclusive com imóvel em garantia. Então, que a população toda saiba que
eu não sou um criminoso, tá? Nunca fui. Minha empresa tem 50 anos e
nunca foi envolvida em um escândalo. Eu tenho 57 anos. Mexi com dinheiro
que não era meu. E nunca toquei nele a mão. Então, tudo mundo tem que
saber o seguinte: não me sinto criminoso. E vou acertar minhas contas.
Só não acerto agora para não dar motivo de mais conversa. Porque eu
assisti ontem aqui o Délio me desqualificar por causa disso.
E
logicamente não foi ficar inimigo do Délio porque meu pai me ensinou até
que inimigo a gente escolhe, mais do que amigo, e ele não pode ser meu
inimigo. O Délio é aquele que deram pra ele tomar conta, a função mais
importante dele na prefeitura foi tomar conta de 50 capivaras. E 38
capivaras morreram. Foi a coisa mais importante que ele fez dentro da
Prefeitura de Belo Horizonte. Nem recebido pelo prefeito ele era. Então,
um cara que não tomou conta de 50 capivaras tá querendo tomar conta de
quase 2 bilhões e meio de habitantes da nossa cidade. Então, me
desqualificar por isso eu não vou deixar. E já vasculharam a minha vida,
hein Artur? Na minha vida pessoal e no Atlético e acharam uma dívida de
IPTU que está sendo renegociada, que vai ser paga porque tem imóvel em
garantia. Como tudo meu, como empresário, tem imóvel em garantia.
Artur:
Tem também, só para terminar essa parte judicial, o senhor tem uma
dívida de INSS dos funcionários de sua empresa. O senhor poderia
explicar melhor isso?
Kalil: Isso foi uma dívida
que foi feita, que, na época, eu levei os contratos, inclusive, da
Prefeitura de Belo Horizonte, que haviam sido suspensos e não pagos.
Tanto que nem condenado, nem uma condenação de criminal eu tive, né? Eu
estou recorrendo a uma condenação de pequenos serviços comunitários.
Estou recorrendo. Porque foi explicado com muito cuidado e tem mais. E
tem também, olha, dívida trabalhista. Eu sou comum, gente. Eu sou comum,
eu pago os empregados é do meu bolso. Eu sou um cara comum, eu devo, eu
passo dificuldade, eu atraso colégio. Eu sempre fui assim. Passei pelo
Atlético, mexi com bilhões e continuo um cara comum. Agora, honrado, de
mão limpa e que sabe fazer.
Isabela: Com relação
ao IPTU, que o senhor disse que realmente o senhor está devendo esse
IPTU. O senhor vai aumentar o IPTU? O senhor disse que não precisa
aumentar o IPTU, precisa aumentar o volume de quem está pagando. Isso é a
mesma coisa?
Kalil: Não. Nós temos, nós temos
hoje, não é o volume, não. O imposto, eu não falei especificamente do
IPTU, não. Os impostos da cidade, eles não têm que ter a alíquota
aumentada. Nós temos é que incrementar, incrementar a economia da
cidade, que está cada dia mais pobre, para que se dê um volume maior de
impostos. Então, nós estamos com uma equipe trabalhando muito na área de
startups , das Tis, né? Porque esse eu acho que é o caminho e a última
chance de Belo Horizonte. Porque nós já perdemos os bancos, perdemos as
grandes construtoras, perdemos os polos para a China, quer dizer, Belo
Horizonte está empobrecendo cada vez, e o comerciante, cada vez mais
maltratado.
Artur: Candidato, segundo pesquisas, a saúde é o principal problema da cidade. O que o senhor pretende fazer já, caso seja eleito?
Kalil:
Olha, primeira coisa é canalizar o dinheiro para a saúde. A população
de Belo Horizonte tem que saber que o dinheiro da saúde vai para a
construtora Norberto Odebrecht. Ela é que pega o dinheiro da saúde para
repassar não sei como para a saúde. Isso tem que acabar. Nós temos que
fechar a torneira, e o dinheiro da saúde tem que chegar na saúde sem
intermediário. Estão falando aí que vão fazer não sei quantas UPAs, não
sei quantos centros de saúde porque não vão fazer nada. Quem faz é uma
empreiteira, que é sócia da prefeitura, entendeu? Que tem as UPAs, que
tem os centros de saúde construídos, que tem as Umeis. Eles vão faze
porque não são eles que fazem. Quem faz tudo isso é a Norberto
Odebrecht, que é a sócia oculta prefeitura.
Isabela:
Com relação à segurança, que é uma outra queixa dos moradores. O que
que o senhor vai fazer para melhorar a proteção dos moradores de Belo
Horizonte?
Kalil: Olha, sem chamar o governador
para a mesa... Porque falar em Guarda Municipal, isso, sim, está na
nossa mão. Mas nós sabemos, isso é a realidade, é verdade, que sem a
Polícia Militar, sem a Polícia Civil, ela aparelhada, ela na rua, ela no
novo acordo com o governo estadual, ninguém vai fazer segurança, gente.
É, por isso, que é bom não ser político, porque não me interessa quem
estiver lá. Nós temos que ir lá buscar a solução para esse descalabro
dessa violência absurda que Belo Horizonte tem hoje.
Artur: O
senhor diz também que pretende renovar a frota de ônibus da capital.
Como o senhor pretende fazer isso, sem que implique em aumento de
passagem de ônibus para os passageiros?
Kalil: Da
mesma forma que eles estão tirando trocador sem diminuição do valor da
passagem. Quem está levando a vantagem de desempregar o trocador? Só
empresário de ônibus. Qual a vantagem que eu levo, que você leva, que a
população de Belo Horizonte leva de tirar o trocador? Quem leva é quem
vai pagar menos. Então, as concessionárias têm que ser chamadas para a
mesa, para explicar para elas que há um novo comando, que elas não
mandam mais na BHTrans, entendeu? E tirar esse mundo da fantasia. Eu
acho que, se a Andrea Neves, em vez de sentar com o Marcio, chamassem
esses, esses ônibus, sabe? Para conversar, para falar que não pode
maltratar o povo, seria muito bom. Em vez de ficar querendo é, é sujar a
vida de gente limpa, eles podiam se reunir era para chamar essas
concessionárias de ônibus, que devem estar dando muito dinheiro lá,
entendeu, para cuidar disso. Isso era uma boa pauta, tanto para a
senhora Andrea Neves quanto para o senhor Marcio Lacerda, que têm se
encontrado tanto ultimamente.
Isabela: O senhor
disse que não quer construir nada, né? Como o senhor fala no programa
eleitoral. O senhor não vai propor grandes obras, mas a cidade precisa
de algumas melhorias. O senhor acha que quais seriam necessárias? Seriam
necessárias?
Kalil: Olha, eu acho que a criação
de creches, pequenas obras , singelas obras, que não importariam em
grandes custos, vão ter que ser feitas. Mas o problema é equipá-las,
colocar gente lá dentro, qualificada, tratar bem o servidor público,
qualificar esse servidor para ele chegar bem ao atendimento final, sabe?
Ele tem que parar de ficar desmoralizado, tem que parar de ficar
amolado, maltratado e abandonado, que é o que acontece hoje com o
servidor público de Belo Horizonte.
Artur: Candidato, o senhor agora tem 30 segundos para suas considerações finais, por favor.
Kalil: Olha, eu quero dizer para a população de Belo Horizonte que essa
campanha suja, covarde, em cima de um homem que é um bom pai, um bom
amigo, um bom homem, isso eu sou. Eu posso não ser genial, eu posso não
ser nada, mas sou um homem de bem. Isso não vai colar, eles não vão me
desqualificar porque eu não sou desqualificável. Muito obrigado pelo
convite, obrigado a todos. E os números estão ai, nós estamos muito
otimistas.
Abalxo lista completa e fotos dos candidatos:
Prefeito
PHS
Kalil é candidato a prefeito de Belo Horizonte pela coligação PRA BH FUNCIONAR - PHS / REDE / PV
Prefeito
PT do B
Luis Tibe é candidato a prefeito de Belo Horizonte pela coligação a bh
que a gente quer - PT do B / PRP / PSL / PTC / PEN / PPL / SD / PMB
Prefeito
PR
Marcelo Álvaro Antônio é candidato a prefeito de Belo Horizonte pela coligação MUDANÇA DE VERDADE - PR / PSDC
Prefeita
PSOL
Maria da Consolação é candidata a prefeita de Belo Horizonte pela coligação Frente de Esquerda BH Socialista - PSOL / PCB
Prefeito
PT
Reginaldo Lopes é candidato a prefeito de Belo Horizonte pela coligação PT/PC DO B - BH NO SÉCULO XXI - PT / PC do B
Prefeito
PMDB
Rodrigo Pacheco é candidato a prefeito de Belo Horizonte pela coligação BEAGÁ PARA TODOS - PMDB / PTN / PSC
Prefeito
PDT
Sargento Rodrigues é candidato a prefeito de Belo Horizonte pela coligação BH Segura - PDT / PTB
Prefeita
PSTU
Vanessa Portugal é candidata a prefeita de Belo Horizonte pelo PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado)
O que está em risco é que estes estupradores estão como assaltantes, ladrões que ficam impunes, não tem cadeia para eles. E, quando tem cadeia eles escapam. Recentemente um estuprador que aterrorizou o Rio de Janeiro escapou da cadeia.