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sexta-feira, 11 de março de 2016

Pediatria

Amamentar é tudo, mas sempre com segurança!


A aprovação das leis que punem quem constranger mães amamentando em público foi um grande avanço na questão do aleitamento materno. Assim, ninguém é obrigado a amamentar em público, mas quem assim o desejar pode fazê-lo sem ter que se sentir ameaçada ou ser ofendida.

Esse é o caminho que todos desejamos: a normalização da amamentação, para que possamos atingir as metas da Organização Mundial de Saúde (OMS) de aleitamento materno desde a sala de parto, exclusivo e em livre-demanda até o 6º mês, estendido até 2 anos ou mais.

Mas, talvez, a ânsia de mostrarmos que estamos evoluindo nesse ponto e algumas manifestações mais exacerbadas contra essa evolução têm trazido um movimento que requer mais atenção.

Por conta de uma imagem de uma mãe amamentando enquanto pedalava uma bicicleta e uma postagem extremista que levou a uma reação em massa de indignação (assunto que já foi altamente debatido e não merece mais a nossa atenção), algumas atitudes merecem ser melhor avaliadas.

Na foto que deu origem a toda essa movimentação, a mãe está sem capacete, amamentando seu filho com capacete, em uma bicicleta em movimento. Hoje, (22/11/2015) vi outra imagem de mãe e criança na mesma situação (mãe amamentando seu bebê enquanto pedala), ambos sem capacetes e sem nenhuma segurança. Ainda mais me preocupou o fato de outras mães também se animarem a comprar bicicletas para aderir a “essa causa”.

Amamentação deve ser um ato puro, simples e seguro, tanto para as mães quanto para seus bebês. Apesar de ser totalmente favorável ao aleitamento materno, me preocupa demais que estejam dando pouca atenção à questão de segurança nessa situação, mesmo que isso me traga contestações e questionamentos.

legislação brasileira de trânsito é clara em relação ao transporte seguro de crianças em automóveis, que são muito mais seguros do que as bicicletas nesse sentido, mas mesmo assim, exigem cuidados.

Trago para conhecimento de todos os artigos que são citados:

Art. 168 - Transportar crianças em veículo automotor sem observância das normas de segurança especiais estabelecidas neste Código:

Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo até que a irregularidade seja sanada.

Art. 244 - Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor:
I - sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo CONTRAN;

II - transportando passageiro sem o capacete de segurança, na forma estabelecida no inciso anterior, ou fora do assento suplementar colocado atrás do condutor ou em carro lateral;

V - transportando criança menor de sete anos ou que não tenha, nas circunstâncias, condições de cuidar de sua própria segurança:

Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - Recolhimento do documento de habilitação;

Também temos, na APOSTILA PARA A PROVA DE RENOVAÇÃO DE CNH, as seguintes recomendações sobre transporte de crianças:

Cuidado especial deve ser destinado às crianças. Certifique-se de instalar assentos especiais para crianças até 3 anos. No caso de crianças maiores, cuide para que o cinto não as machuque. Ajuste a altura do cinto ou coloque alguma proteção que traga mais conforto à criança. Vale lembrar que apenas maiores de 10 anos podem andar no banco dianteiro.

Dessa forma, acho fundamental zelarmos pelo aleitamento materno a qualquer hora e em qualquer lugar, porém sempre de forma segura para todos os envolvidos. Qualquer descuido, qualquer distração, não só da mãe, mas de motoristas imprudentes, pode ser fatal nesse caso.

Agora que temos uma lei que permite que a amamentação seja, de fato, a qualquer hora e em qualquer lugar, no estado e na cidade de São Paulo, acredito que seja mais prudente, quando a mãe estiver transportando seu filho em uma bicicleta, com todos os equipamentos de segurança necessários, e houver o chamado imediato para o aleitamento que se faça assim como se orienta no carro: pare o veículo (carro ou bicicleta) e retire a criança de seu assento de segurança e só aí amamente.

Aleitamento materno sempre. Não há como negar. Não há como não ser assim. Mas sempre com cuidado e segurança. Será que não vale uma reflexão sobre o assunto?

Dr. Yechiel Moises Chencinski
CRM-SP: 36.349


Academia Americana de Pediatria vai rever o “tempo de tela” para crianças


Crianças e computadores 1 Foto gratuita 
A tecnologia continua a mudar, mas a maternidade/ paternidade não precisa seguir o ritmo frenético do lançamento dos aplicativos e memes


De acordo com uma matéria intitulada "Pediatras precisam ajustar recomendações 'ultrapassadas' sobre o tempo de tela para as crianças", a Academia Americana de Pediatria (AAP), entidade encarregada de proteger a saúde e o bem estar das crianças, decidiu que as suas recomendações sobre o “tempo de tela” - basicamente nenhum tempo de tela para crianças menores de 2 anos de idade e apenas duas horas por dia para adolescentes - precisam ser atualizadas.

Esperado para 2016, o documento que atualizará as políticas da entidade sobre o tema pode ser uma coisa boa, como forma de manter as normativas médicas atualizadas e coerentes com as descobertas científicas mais recentes.  Mas, de acordo com a matéria, todas as indicações são de que as mudanças estão indo na direção errada.  Ari Brown, presidente do grupo que investiga o uso da mídia da Academia Americana de Pediatria, explica: “Olhe para o nosso mundo. Ele mudou... e por isso temos de abordar o mundo como ele é e descobrir maneiras de fazer funcionar”.

Sem dúvida, os tempos mudaram desde a AAP emitiu originalmente as primeiras orientações em 1999, uma eternidade em termos de tecnologia. De acordo com uma pesquisa da Common Sense Media, 30% das crianças usam telas antes mesmo que elas sejam orientadas sobre isso e quase um quarto dos adolescentes está conectado quase o tempo todo. A tecnologia tornou-se um apêndice quase inseparável da maioria dos jovens. Brown destaca no texto que os limites originais "não representam a realidade do que está acontecendo e então nós realmente precisamos repensar o mundo onde essas crianças estão crescendo como nativos digitais".

Tecnologia e seus efeitos sobre o desenvolvimento

“Admiro o desejo da AAP de alinhar  suas recomendações com a realidade atual. Mas a direção que a organização parece estar tomando é exatamente o oposto de onde ela deveria estar indo, dado o crescente corpo de pesquisas que demonstra os efeitos cada vez mais prejudiciais (juntamente com alguns benefícios) do ‘tempo de tela’ sobre o desenvolvimento cognitivo, emocional, social e educacional das crianças”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

Na matéria mencionada, Brown recomenda como os pais devem usar a tecnologia com seus filhos: "Assim como você se senta, no mundo real, e brinca com o seu filho, você deve aplicar as mesmas regras no mundo virtual. Você não deve abandonar o seu filho na frente de uma tela e fazê-lo brincar por si mesmo. Se você se sentar e brincar com ele na frente da tela, poderão obter mais fora dela".

“Aqui está o problema. Os pais não devem abandonar seus filhos na frente de uma tela, porque eles devem se envolver com eles para promover o desenvolvimento saudável. Mas, uma das razões para os pais colocarem seus filhos na frente de uma tela é porque é conveniente; ela libera os pais para se concentrarem em suas próprias necessidades. Não há mal nenhum em fazer isso de vez em quando. Os pais precisam de tempo para tomar banho, ler o jornal e se conectarem com os próprios amigos. Mas esta prática parece ser a regra, não a exceção, em muitas famílias, nos dias de hoje”, diz o médico.

Diretriz não pode ser alterada em função da prática social

O aumento do “tempo de tela” para crianças que a AAP está considerando, em face do fato de que as crianças nos dias de hoje já estão usando de maneira não equilibrada a tecnologia, é um contrassenso. Atestando isso, a Kaiser Family Foundation relatou que as crianças gastam, em média, mais de 7 ½ horas por dia em frente a telas não relacionados com a escola. Parece então bastante claro que as crianças precisam de limites em relação ao “tempo de tela”.

“Supor que as diretrizes precisam ser alteradas porque elas não estão em sintonia com o uso atual da tecnologia é semelhante a aumentar o que é considerado uma boa quantidade de açúcar porque as crianças estão consumindo mais açúcar hoje do que em gerações anteriores. Os tempos mudam, o que é saudável para as crianças não”, defende o médico, que também é membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

“Eu não sou nenhum ludita. Não há dúvida de que a tecnologia pode desempenhar um papel positivo na vida das crianças. Mas é claro, para qualquer um que observa as crianças nos dias de hoje, que a última coisa que elas e seus pais precisam é de permissão para usar a tecnologia mais do que estão usando. Além disso, outra mensagem que veio através da matéria foi que não há problema em empregar horas e horas do seu dia com a tecnologia, desde que as atividades sejam educativas e sociais. Na maioria das vezes, as crianças passam horas e horas e horas e horas na frente das telas sem realizar nenhuma atividade educacional ou social”, diz Moises Chencinski.

Brown ainda afirma que, "nenhum pai deve se sentir culpado sobre suas escolhas, nós só queremos que façam escolhas informadas e conscientes". “Neste ponto, concordo com ele, por isso, busco orientar os pais da melhor forma possível. A AAP não deve relaxar ou alterar suas diretrizes, porque elas fazem os pais se sentirem responsáveis por seus filhos na frente de uma tela. Orientar e informar os pais são papéis vitais da AAP,  para que sejam feitas escolhas saudáveis”, defende o pediatra.

Para Chencinski, a AAP não deveria alterar as orientações, pois a maioria dos pais não seguirá prazos razoáveis; “a maioria dos pais ainda deixa seus filhos comer quilos (toneladas) de junk food, apesar de saberem todos os males de tal permissão. A AAP deveria ficar calcada no princípio do que é melhor para as crianças, mesmo que o princípio não esteja em plena sintonia com a modernidade. A entidade deveria ouvir os cientistas, os estudiosos do cérebro, não o clamor das práticas populares, porque, se a organização ceder nesse ponto, pode colocar sua reputação em cheque e não ter mais a capacidade de moldar positivamente como as crianças deveriam ser criadas”, afirma o médico.

tribunais
NE. O celular hoje, ferramenta útil e de alta tecnologia, tornou-se um o inimigo número dos pais e dos professores, os que querem ensinar e ter alunos com conhecimento. Os pais precisam ser incisivos e tomar de volta a ferramenta que seria, a priori, a segurança e o contato com a criança e o jovem, pois eles ficam no jogo ou nos sites sociais em detrimento da dedicação ao conteúdo da aula e ao aproveitamento. Eles chegam a afirmar que o professor não ensinou tal matéria por pura distração e desconcentração na sala de aula enquanto que se concentram nas mensagens de SMS. O resultado são pais contrariados, recuperação e professores frustrados. É preciso equilibrar entre uma coisa e outra como até mesmo ter um "sensor" para localizar celular ligado em sala de aula e desligá-lo, pois na sala de aula, consulta, igreja, tribunais e muitos outros locais já não permitido, não com proibição, mas com bom sendo.
Fonte: Assessoria de imprensa de Marcia With e texto dor Dr. Moises Chencinski




 

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